MARINA NEVES, por João Carlos Callixto
"A Noiva" - 1964
A História da Música tem muitos nomes levados pela voragem do tempo, sendo que alguns deles tiveram até percursos com impacto mediático na época. O caso trazido a este “Gramofone” exemplifica isso mesmo, como o atesta o desconhecimento generalizado de hoje em dia em relação à carreira artística da cantora em causa. Marina Neves teve, no entanto, um trajecto muito curto, morrendo com apenas 22 anos em 1965. Nascida em 1943, a sua estreia como artista profissional tinha ocorrido em 1961, na Casa das Beiras.
O novo ano de 1962 começa com a assinatura de um contrato discográfico com a reputada firma editorial Valentim de Carvalho. É aí que Marina Neves vê publicado o seu primeiro disco, o EP “Noivado”, que juntava na direcção dois nomes de gerações diferentes: o veterano Joaquim Luiz Gomes e o jovem Jorge Costa Pinto. Na escolha de repertório, apenas uma das canções vinha de fora: trata-se de “Gosto de Você Meu Bem”, versão brasileira de “I Love You Baby” (de Paul Anka) feita por Romeo Nunes e cantada originalmente por Celly Campello no ano anterior. Todas as restantes - “Aventura”, “Noivado” e “Lado a Lado” - eram da autoria da reputada dupla Jerónimo Bragança e Nóbrega e Sousa. A primeira tinha sido gravada em 1960 por Alice Amaro; a segunda fôra cantada na rádio por Maria de Fátima Bravo mas o fim da sua carreira fez com que não a gravasse; no caso da terceira, tinha cabido a Simone a estreia em disco, em 1961.
Ainda antes do final de 1962, é publicado novo EP de Marina Neves. Com o título “Timidez? Talvez…”, é repetida a fórmula do anterior, recorrendo-se mais uma vez às canções popularizadas por Celly Campello. No entanto, “Juntinhos” (numa versão de Juvenal Fernandes e baseada no sucesso de 1961 de Connie Francis) era uma canção com bastante mais história, trazendo na sua tríade autoral o luso-descendente Buddy DeSylva e remontando o original “Together” aos anos 20 e à popular gravação de Paul Whiteman. A direcção de orquestra neste segundo disco de Marina Neves coube a Shegundo Galarza, que lhe ofereceu os originais “Timidez” e ”Lisboa É um Sonho”, ambos com letra de António José. A última canção, “O Mal às Vezes É um Bem”, de Álvaro Duarte Simões, viria a ser gravada em 1966 por Marco Paulo no seu disco de estreia.
Comparada vocalmente a Simone de Oliveira, Marina Neves gravou em 1964 versões das duas canções que esta cantora defendeu no 1.º Festival RTP da Canção, ocorrido nesse ano. “Olhos nos Olhos” e “Amar É Ressurgir” foram publicadas já sob a alçada do novo contrato discográfico com a firma Rádio Triunfo. No final desse ano, sairia o terceiro e último disco em nome próprio da cantora, que abria com “Fontes de Lisboa” - letra do poeta António Sousa Freitas e música de Joaquim Luiz Gomes, que também dirigia a gravação. “Ó Tristeza, Vai-te Embora”, a outra canção portuguesa, tinha também música do maestro e letra de Hernâni Correia. O disco trazia desta vez duas versões estrangeiras, “É Irreparável” e “Coisas Felizes”, recorrendo agora aos cancioneiros do francês Nino Ferrer e do italiano Giorgio Gaber.
A canção neste “Gramofone”, “ A Noiva”, tem autoria do chileno Joaquín Prieto e foi originalmente interpretada pelo seu irmão Antonio Prieto, granjeando-lhe sucesso em vários países. No entanto, apesar desta apresentação na RTP com a canção, Marina Neves não a gravaria em disco, sendo antes nomes como Rui de Mascarenhas ou a portuense Ana Maria a fazê-lo.
O novo ano de 1962 começa com a assinatura de um contrato discográfico com a reputada firma editorial Valentim de Carvalho. É aí que Marina Neves vê publicado o seu primeiro disco, o EP “Noivado”, que juntava na direcção dois nomes de gerações diferentes: o veterano Joaquim Luiz Gomes e o jovem Jorge Costa Pinto. Na escolha de repertório, apenas uma das canções vinha de fora: trata-se de “Gosto de Você Meu Bem”, versão brasileira de “I Love You Baby” (de Paul Anka) feita por Romeo Nunes e cantada originalmente por Celly Campello no ano anterior. Todas as restantes - “Aventura”, “Noivado” e “Lado a Lado” - eram da autoria da reputada dupla Jerónimo Bragança e Nóbrega e Sousa. A primeira tinha sido gravada em 1960 por Alice Amaro; a segunda fôra cantada na rádio por Maria de Fátima Bravo mas o fim da sua carreira fez com que não a gravasse; no caso da terceira, tinha cabido a Simone a estreia em disco, em 1961.
Ainda antes do final de 1962, é publicado novo EP de Marina Neves. Com o título “Timidez? Talvez…”, é repetida a fórmula do anterior, recorrendo-se mais uma vez às canções popularizadas por Celly Campello. No entanto, “Juntinhos” (numa versão de Juvenal Fernandes e baseada no sucesso de 1961 de Connie Francis) era uma canção com bastante mais história, trazendo na sua tríade autoral o luso-descendente Buddy DeSylva e remontando o original “Together” aos anos 20 e à popular gravação de Paul Whiteman. A direcção de orquestra neste segundo disco de Marina Neves coube a Shegundo Galarza, que lhe ofereceu os originais “Timidez” e ”Lisboa É um Sonho”, ambos com letra de António José. A última canção, “O Mal às Vezes É um Bem”, de Álvaro Duarte Simões, viria a ser gravada em 1966 por Marco Paulo no seu disco de estreia.
Comparada vocalmente a Simone de Oliveira, Marina Neves gravou em 1964 versões das duas canções que esta cantora defendeu no 1.º Festival RTP da Canção, ocorrido nesse ano. “Olhos nos Olhos” e “Amar É Ressurgir” foram publicadas já sob a alçada do novo contrato discográfico com a firma Rádio Triunfo. No final desse ano, sairia o terceiro e último disco em nome próprio da cantora, que abria com “Fontes de Lisboa” - letra do poeta António Sousa Freitas e música de Joaquim Luiz Gomes, que também dirigia a gravação. “Ó Tristeza, Vai-te Embora”, a outra canção portuguesa, tinha também música do maestro e letra de Hernâni Correia. O disco trazia desta vez duas versões estrangeiras, “É Irreparável” e “Coisas Felizes”, recorrendo agora aos cancioneiros do francês Nino Ferrer e do italiano Giorgio Gaber.
A canção neste “Gramofone”, “ A Noiva”, tem autoria do chileno Joaquín Prieto e foi originalmente interpretada pelo seu irmão Antonio Prieto, granjeando-lhe sucesso em vários países. No entanto, apesar desta apresentação na RTP com a canção, Marina Neves não a gravaria em disco, sendo antes nomes como Rui de Mascarenhas ou a portuense Ana Maria a fazê-lo.