MARIA GUINOT por João Carlos Callixto
15 Mar 1986 - "Homenagem às Mães da Praça de Maio"
Nunca receando pôr os dedos nas feridas mas nunca recusando também a sensibilidade poética, a obra de Maria Guinot tem uma dimensão que ainda está em grande medida por conhecer. Neste “Gramofone” revisitamo-la dois anos depois da histórica vitória no Festival da Canção de 1984 com uma menos conhecida “Homenagem às Mães da Praça de Maio”.
A carreira da cantora tinha começado na década de 60, em que regista dois discos para o selo Alvorada, da Rádio Triunfo. No universo maioritariamente masculino dos cantautores e da denominada canção de protesto, Maria Guinot foi uma das raras vozes femininas, sendo simultaneamente autora da totalidade das canções que gravava – algumas delas escritas em francês, como “La Mère sans Enfant”. Ao nível dos acompanhamentos, em ambos os casos à guitarra, no primeiro disco foi João Valeriano (do grupo Os Claves) a exercer essas funções, enquanto que no segundo coube a tarefa a Duarte Costa, mestre de inúmeras gerações na sua escola de música em Lisboa.
Após um longo hiato, Maria Guinot retoma a carreira pública em inícios de 80s. Com "Um Adeus, um Recomeço", classifica-se em 3.º lugar no Festival RTP da Canção de 1981, mas seria em 1984 que chegaria a histórica vitória no certame. Recusando o playback, ao contrário dos seus colegas no evento, a cantora acompanha-se a si própria ao piano e leva "Silêncio e Tanta Gente" à Eurovisão, de onde regressa com um 11.º lugar (entre 19 concorrentes).
A canção de hoje no “Gramofone” foi registada para a colectânea "100 Anos do 1.º de Maio", em 1986, e chamava a atenção para a causa dos muitos desaparecidos no regime ditatorial argentino. O primeiro álbum de Maria Guinot, "Esta Palavra Mulher", só chegaria dois anos depois, seguindo-se um álbum homónimo em 1990, editado pela cooperativa UPAV. Em 1999, ao lado de José Manuel Osório e de Ruben de Carvalho, assina a colecção de livros “Um Século de Fado”, regressando em 2004 com o seu terceiro e último álbum, “Tudo Passa”.
A carreira da cantora tinha começado na década de 60, em que regista dois discos para o selo Alvorada, da Rádio Triunfo. No universo maioritariamente masculino dos cantautores e da denominada canção de protesto, Maria Guinot foi uma das raras vozes femininas, sendo simultaneamente autora da totalidade das canções que gravava – algumas delas escritas em francês, como “La Mère sans Enfant”. Ao nível dos acompanhamentos, em ambos os casos à guitarra, no primeiro disco foi João Valeriano (do grupo Os Claves) a exercer essas funções, enquanto que no segundo coube a tarefa a Duarte Costa, mestre de inúmeras gerações na sua escola de música em Lisboa.
Após um longo hiato, Maria Guinot retoma a carreira pública em inícios de 80s. Com "Um Adeus, um Recomeço", classifica-se em 3.º lugar no Festival RTP da Canção de 1981, mas seria em 1984 que chegaria a histórica vitória no certame. Recusando o playback, ao contrário dos seus colegas no evento, a cantora acompanha-se a si própria ao piano e leva "Silêncio e Tanta Gente" à Eurovisão, de onde regressa com um 11.º lugar (entre 19 concorrentes).
A canção de hoje no “Gramofone” foi registada para a colectânea "100 Anos do 1.º de Maio", em 1986, e chamava a atenção para a causa dos muitos desaparecidos no regime ditatorial argentino. O primeiro álbum de Maria Guinot, "Esta Palavra Mulher", só chegaria dois anos depois, seguindo-se um álbum homónimo em 1990, editado pela cooperativa UPAV. Em 1999, ao lado de José Manuel Osório e de Ruben de Carvalho, assina a colecção de livros “Um Século de Fado”, regressando em 2004 com o seu terceiro e último álbum, “Tudo Passa”.