MARIA DA GLÓRIA por João Carlos Callixto
22 Mai 1970 - Festival da Canção "Folhas Verdes"
No seio das cançonetistas que mais se destacaram nas décadas de 60 e 70, a voz grave de Maria da Glória merece neste “Gramofone” um justo novo olhar. Mas, tendo em conta o afastamento tão prematuro dos holofotes, é de esperar que para o público de hoje em dia o nome desta natural de Montemor-o-Novo pouco diga.
Recuemos então a 1963, altura em que Maria da Glória se estreia nas lides discográficas. “Conversa de Namorados”, com música em ritmo de bossa nova de Jorge Costa Pinto, abria esse primeiro EP, que contou com direcção musical do alemão Siegfried Sugg. Em 1965, chegava o segundo trabalho, desta vez com arranjos de José Santos Rosa, que assinava também a autoria de uma das músicas, “Sim, Sim, Talvez...”. O disco abria, no entanto, com um compositor que seria o preferido de Maria da Glória para as gravações em estúdio: Nóbrega e Sousa, autor de “Vocês Sabem Lá” ou de “Sol de Inverno”, e que aqui assinava “Canção para a Primavera”.
Depois de um trabalho colectivo com reportório de marchas populares, com direcção do maestro João Nobre, a cantora grava novo EP com este músico, onde a quase totalidade dos temas é da pena de Tavares Belo. O passo seguinte, último na editora Rádio Triunfo e já em 1967, é também o corolário de uma fase da carreira de Maria da Glória. Com “Menina Descalça”, uma música de Carlos Canelhas, que no ano anterior vencera o Festival da Canção com “Ele e Ela”, a cantora alcança a vitória no 2º Festival da Costa Verde, onde também concorriam Lenita Gentil e Simone de Oliveira.
Segue-se uma pausa de cerca de dois anos, após o que o regresso se dá na Valentim de Carvalho e com um EP preenchido integralmente por composições de Nóbrega e Sousa, como “Andorinha Negra” ou “Maria do Vento”. Escalada para o Festival da Canção, Maria da Glória defende estas “Folhas Verdes” de hoje, com letra de António de Sousa Freitas (que já escrevera para Amália), música de Carlos Canelhas e orquestração de Pedro Osório, alcançando o 6º lugar. Em disco, o lado B traz “Verdes Trigais”, levada ao certame pelo quarteto folk Intróito.
Antes de terminar a carreira, chegam ainda dois singles, mostrando uma constante atenção de Maria da Glória pelos novos cantautores. Primeiro, Paco Bandeira, em 1972, que lhe escreve “Tarde de Outono”, e, por último, Luís Cília, de quem a cantora interpreta logo depois do 25 de Abril o “Avante Camarada” escrito originalmente para Luísa Basto. O lado B desse derradeiro trabalho (com direcção musical de Jorge Machado, como quase toda a obra da cantora para a Valentim de Carvalho) era “Canta, Camarada, Canta”, que José Afonso tinha gravado em 1969. Mas nem estas “folhas verdes” fizeram com que se voltasse a ouvir em disco a voz de Maria da Glória...
Recuemos então a 1963, altura em que Maria da Glória se estreia nas lides discográficas. “Conversa de Namorados”, com música em ritmo de bossa nova de Jorge Costa Pinto, abria esse primeiro EP, que contou com direcção musical do alemão Siegfried Sugg. Em 1965, chegava o segundo trabalho, desta vez com arranjos de José Santos Rosa, que assinava também a autoria de uma das músicas, “Sim, Sim, Talvez...”. O disco abria, no entanto, com um compositor que seria o preferido de Maria da Glória para as gravações em estúdio: Nóbrega e Sousa, autor de “Vocês Sabem Lá” ou de “Sol de Inverno”, e que aqui assinava “Canção para a Primavera”.
Depois de um trabalho colectivo com reportório de marchas populares, com direcção do maestro João Nobre, a cantora grava novo EP com este músico, onde a quase totalidade dos temas é da pena de Tavares Belo. O passo seguinte, último na editora Rádio Triunfo e já em 1967, é também o corolário de uma fase da carreira de Maria da Glória. Com “Menina Descalça”, uma música de Carlos Canelhas, que no ano anterior vencera o Festival da Canção com “Ele e Ela”, a cantora alcança a vitória no 2º Festival da Costa Verde, onde também concorriam Lenita Gentil e Simone de Oliveira.
Segue-se uma pausa de cerca de dois anos, após o que o regresso se dá na Valentim de Carvalho e com um EP preenchido integralmente por composições de Nóbrega e Sousa, como “Andorinha Negra” ou “Maria do Vento”. Escalada para o Festival da Canção, Maria da Glória defende estas “Folhas Verdes” de hoje, com letra de António de Sousa Freitas (que já escrevera para Amália), música de Carlos Canelhas e orquestração de Pedro Osório, alcançando o 6º lugar. Em disco, o lado B traz “Verdes Trigais”, levada ao certame pelo quarteto folk Intróito.
Antes de terminar a carreira, chegam ainda dois singles, mostrando uma constante atenção de Maria da Glória pelos novos cantautores. Primeiro, Paco Bandeira, em 1972, que lhe escreve “Tarde de Outono”, e, por último, Luís Cília, de quem a cantora interpreta logo depois do 25 de Abril o “Avante Camarada” escrito originalmente para Luísa Basto. O lado B desse derradeiro trabalho (com direcção musical de Jorge Machado, como quase toda a obra da cantora para a Valentim de Carvalho) era “Canta, Camarada, Canta”, que José Afonso tinha gravado em 1969. Mas nem estas “folhas verdes” fizeram com que se voltasse a ouvir em disco a voz de Maria da Glória...