MARIA ARMANDA, por João Carlos Callixto
"A Mulher do Lenço Negro" - 20 Ago 1979
Quando pensamos no nome Maria Armanda, no âmbito da música, ficamos na dúvida se estamos a falar na fadista presente neste “Gramofone”, se na pequena voz de “Eu Vi um Sapo” ou ainda se na ex-mulher de José Cid (que chegou a gravar um disco a solo, assinando aí só como Armanda). Mas a verdade é que a nossa voz de hoje foi a primeira a surgir publicamente com este nome, sendo também a única a ter uma carreira contínua e reconhecida na área, com mais de cinco décadas e meia já, entre as áreas do fado, das marchas e da canção ligeira.
Depois de uma participação na Grande Noite do Fado, em 1967, Maria Armanda estreia-se nos discos na mesma altura através da etiqueta Tagus, pertencente à editora Tecla, do maestro Jorge Costa Pinto. O EP tem por título “Recordando a Figueira” e nele a cantora surge ao lado do Conjunto de Agostinho Caineta. No ano seguinte, Maria Armanda classifica-se em 3.º lugar no Festival da Canção Portuguesa da Figueira da Foz, com "Sombras da Madrugada", que viria a ser editada em disco no início de 1969. Mas 1968 tinha visto o aparecimento de um EP com o sucesso "Meu Soldadinho", da autoria de Francisco Nicholson e Eugénio Pepe, para além de um outro disco de fados e outro de marchas populares.
A canção "Mulher de Qualquer Povo da Terra", publicada em 1971, é outro dos ex-libris do percurso de Maria Armanda, e no single respectivo a cantora é acompanhada por António Chainho e José Maria Nóbrega. A editora agora era a Riso & Ritmo, fundada pelos dois autores da canção, Francisco Nicholson e Eugénio Pepe, e ainda pelo actor Armando Cortez. Depois de mais dois singles, o primeiro (“Só Porque Desenhaste a Rosa Branca”) ainda com as guitarras de Chainho e Nóbrega e o segundo (“Natal no Ribatejo”) com a orquestra de Joaquim Luiz Gomes, chega a estreia em álbum com um trabalho homónimo, em 1974. Aí encontramos originais da dupla Eduardo Damas e Manuel Paião, versões de “Canoas do Tejo” e “Não Digam ao Fado” (de Frederico de Brito) ou ainda o sucesso de origem italiana “Guitarra Toca Baixinho”.
Após um disco editado em 1975 na etiqueta Alvorada, em que Maria Armanda canta apenas poesia de Vasco de Lima Couto, dois outros publicados no mesmo ano no selo Estúdio (destacando-se no segundo deles “Rio Tejo de Lisboa”) e um outro saído pela etiqueta estatal Imavox, o trabalho da cantora centra-se na editora Rossil. Aí se estreia em 1978 com o single “Oh Ferreiro Bate o Malho”, de Armando Estrela, seguindo-se o disco com a canção trazida a este “Gramofone”. Com letra de Silva Ferreira e música de Jorge Atayde, foi publicada na etiqueta Rossil em 1978, pouco antes de “A Bia da Mouraria” - outra das canções que continua a fazer parte das actuações de Maria Armanda.
Nos anos 80, os álbuns “Vai um Fado ou um Fadinho?” (1982) e “Pão Caseiro” (1984) trouxeram vários originais da dupla José Carlos Ary dos Santos e Nuno Nazareth Fernandes, confirmando o lugar especial de Maria Armanda no seio da comunidade fadista e musical em geral. Já neste século, surge integrada no colectivo Entre Vozes, ao lado de diferentes gerações do fado, publicando em 2016 o álbum “ O Fado de Maria Armanda”, que reúne alguns momentos icónicos do seu percurso.
Depois de uma participação na Grande Noite do Fado, em 1967, Maria Armanda estreia-se nos discos na mesma altura através da etiqueta Tagus, pertencente à editora Tecla, do maestro Jorge Costa Pinto. O EP tem por título “Recordando a Figueira” e nele a cantora surge ao lado do Conjunto de Agostinho Caineta. No ano seguinte, Maria Armanda classifica-se em 3.º lugar no Festival da Canção Portuguesa da Figueira da Foz, com "Sombras da Madrugada", que viria a ser editada em disco no início de 1969. Mas 1968 tinha visto o aparecimento de um EP com o sucesso "Meu Soldadinho", da autoria de Francisco Nicholson e Eugénio Pepe, para além de um outro disco de fados e outro de marchas populares.
A canção "Mulher de Qualquer Povo da Terra", publicada em 1971, é outro dos ex-libris do percurso de Maria Armanda, e no single respectivo a cantora é acompanhada por António Chainho e José Maria Nóbrega. A editora agora era a Riso & Ritmo, fundada pelos dois autores da canção, Francisco Nicholson e Eugénio Pepe, e ainda pelo actor Armando Cortez. Depois de mais dois singles, o primeiro (“Só Porque Desenhaste a Rosa Branca”) ainda com as guitarras de Chainho e Nóbrega e o segundo (“Natal no Ribatejo”) com a orquestra de Joaquim Luiz Gomes, chega a estreia em álbum com um trabalho homónimo, em 1974. Aí encontramos originais da dupla Eduardo Damas e Manuel Paião, versões de “Canoas do Tejo” e “Não Digam ao Fado” (de Frederico de Brito) ou ainda o sucesso de origem italiana “Guitarra Toca Baixinho”.
Após um disco editado em 1975 na etiqueta Alvorada, em que Maria Armanda canta apenas poesia de Vasco de Lima Couto, dois outros publicados no mesmo ano no selo Estúdio (destacando-se no segundo deles “Rio Tejo de Lisboa”) e um outro saído pela etiqueta estatal Imavox, o trabalho da cantora centra-se na editora Rossil. Aí se estreia em 1978 com o single “Oh Ferreiro Bate o Malho”, de Armando Estrela, seguindo-se o disco com a canção trazida a este “Gramofone”. Com letra de Silva Ferreira e música de Jorge Atayde, foi publicada na etiqueta Rossil em 1978, pouco antes de “A Bia da Mouraria” - outra das canções que continua a fazer parte das actuações de Maria Armanda.
Nos anos 80, os álbuns “Vai um Fado ou um Fadinho?” (1982) e “Pão Caseiro” (1984) trouxeram vários originais da dupla José Carlos Ary dos Santos e Nuno Nazareth Fernandes, confirmando o lugar especial de Maria Armanda no seio da comunidade fadista e musical em geral. Já neste século, surge integrada no colectivo Entre Vozes, ao lado de diferentes gerações do fado, publicando em 2016 o álbum “ O Fado de Maria Armanda”, que reúne alguns momentos icónicos do seu percurso.