MANUELA BRAVO por João Carlos Callixto
1979 - "Sobe, Sobe, Balão Sobe"
O momento de hoje no “Gramofone” é com a canção pela qual a carreira de mais de 45 anos de Manuela Bravo continuará sempre a ser mais recordada: “Sobe, Sobe, Balão Sobe”, canção da autoria de Nóbrega e Sousa com a qual a cantora vence o Festival RTP da Canção de 1979. No entanto, o vídeo aqui trazido não é o da actuação em palco mas sim o teledisco que a RTP produziu na altura para promover a participação no Festival da Eurovisão, em Israel. A cores numa altura em que a RTP ainda emitia a preto e branco, é um momento pouco conhecido hoje em dia e mostra como com uma aparente simplicidade de meios se conseguiu ajudar a levar mais alto a canção.
Manuela Bravo é filha do cantor Loubet Bravo, que entre os anos 50 e 70 gravou canções ligeiras, marchas, fados de Lisboa e especialmente de Coimbra, sendo alguns até de sua autoria. A jovem cantora começou a carreira musical muito cedo, subindo pela primeira vez ao palco ainda em criança. Com apenas 16 anos, grava o seu primeiro disco, para a editora Valentim de Carvalho. Aí, teve a seu lado o Quarteto 1111, que a acompanhou em estúdio em duas canções originais de José Cid, “Nova Geração” e “Another Time”. Esta última seria gravada na mesma altura pelos Green Windows, embora com um arranjo diferente. Em destaque neste single de estreia de Manuela Bravo editado em 1974, para além da voz da cantora que anunciava quase uma Kate Bush antes de tempo, estava ainda o sintetizador moog de que José Cid era um dos primeiros utilizadores em Portugal. Na direcção de orquestra, encontramos o maestro Jorge Machado, que daria lugar no trabalho seguinte ao jovem Jorge Palma.
“Soldado-Escravo”, a canção que dava título a esse single, era na realidade o tema do lado B. Tal como “Tínhamos Vinte Anos”, no lado A, a autoria era desta vez de Tozé Brito, outro dos elementos do Quarteto 1111 e que tinha regressado de Inglaterra em finais de 1974. Seguiu-se então uma mudança editorial, com Manuela Bravo a assinar contrato com uma das várias discográficas fundadas depois do 25 de Abril, a Sentry-Vox. Aí grava no ano de 1977 três singles, todos constituídos por versões de canções espanholas e brasileiras, originalmente gravadas por grupos como a dupla Dom e Ravel ou os Mocedades. Em termos instrumentais, se no primeiro desses discos a direcção musical coube a Shegundo Galarza, nos outros dois foi o grupo Elo que assegurou o acompanhamento – sendo estes precisamente os seus únicos passos em disco.
Em 1979, com 21 anos, Manuela Bravo vence então o Festival RTP da Canção com esta canção de Nóbrega e Sousa, num inédito momento em que o compositor escreve também a letra – por manifesta falta de tempo em enviar a melodia a um letrista, pelo que então referiu em entrevistas. No Festival da Eurovisão, a canção alcança o 9.º lugar - um dos mais elevados de sempre de Portugal. A cantora continua então o seu percurso discográfico na editora Vadeca, do Porto, que lhe publica em 1981 o primeiro álbum. Homónimo, trazia novas canções e algumas já editadas em single, incluindo “Quando a Banda Chegar”, co-assinada pela cantora. Com passagens pela Rádio Triunfo e pela Discossete, grava em 1989 uma versão de “Óculos de Sol”, sucesso que Natércia Barreto popularizara vinte anos antes. Em 1996, com o álbum "Intenções", Manuela Bravo decide homenagear o seu pai gravando fado de Coimbra. Logo se levantam as vozes de alguns "puristas" do género, que entendiam que este não deveria ser cantado por uma mulher. Inquebrantável, a cantora continua hoje em dia a levar a sua voz sempre jovial a toda a parte.
Manuela Bravo é filha do cantor Loubet Bravo, que entre os anos 50 e 70 gravou canções ligeiras, marchas, fados de Lisboa e especialmente de Coimbra, sendo alguns até de sua autoria. A jovem cantora começou a carreira musical muito cedo, subindo pela primeira vez ao palco ainda em criança. Com apenas 16 anos, grava o seu primeiro disco, para a editora Valentim de Carvalho. Aí, teve a seu lado o Quarteto 1111, que a acompanhou em estúdio em duas canções originais de José Cid, “Nova Geração” e “Another Time”. Esta última seria gravada na mesma altura pelos Green Windows, embora com um arranjo diferente. Em destaque neste single de estreia de Manuela Bravo editado em 1974, para além da voz da cantora que anunciava quase uma Kate Bush antes de tempo, estava ainda o sintetizador moog de que José Cid era um dos primeiros utilizadores em Portugal. Na direcção de orquestra, encontramos o maestro Jorge Machado, que daria lugar no trabalho seguinte ao jovem Jorge Palma.
“Soldado-Escravo”, a canção que dava título a esse single, era na realidade o tema do lado B. Tal como “Tínhamos Vinte Anos”, no lado A, a autoria era desta vez de Tozé Brito, outro dos elementos do Quarteto 1111 e que tinha regressado de Inglaterra em finais de 1974. Seguiu-se então uma mudança editorial, com Manuela Bravo a assinar contrato com uma das várias discográficas fundadas depois do 25 de Abril, a Sentry-Vox. Aí grava no ano de 1977 três singles, todos constituídos por versões de canções espanholas e brasileiras, originalmente gravadas por grupos como a dupla Dom e Ravel ou os Mocedades. Em termos instrumentais, se no primeiro desses discos a direcção musical coube a Shegundo Galarza, nos outros dois foi o grupo Elo que assegurou o acompanhamento – sendo estes precisamente os seus únicos passos em disco.
Em 1979, com 21 anos, Manuela Bravo vence então o Festival RTP da Canção com esta canção de Nóbrega e Sousa, num inédito momento em que o compositor escreve também a letra – por manifesta falta de tempo em enviar a melodia a um letrista, pelo que então referiu em entrevistas. No Festival da Eurovisão, a canção alcança o 9.º lugar - um dos mais elevados de sempre de Portugal. A cantora continua então o seu percurso discográfico na editora Vadeca, do Porto, que lhe publica em 1981 o primeiro álbum. Homónimo, trazia novas canções e algumas já editadas em single, incluindo “Quando a Banda Chegar”, co-assinada pela cantora. Com passagens pela Rádio Triunfo e pela Discossete, grava em 1989 uma versão de “Óculos de Sol”, sucesso que Natércia Barreto popularizara vinte anos antes. Em 1996, com o álbum "Intenções", Manuela Bravo decide homenagear o seu pai gravando fado de Coimbra. Logo se levantam as vozes de alguns "puristas" do género, que entendiam que este não deveria ser cantado por uma mulher. Inquebrantável, a cantora continua hoje em dia a levar a sua voz sempre jovial a toda a parte.