LINA MARIA por João Carlos Callixto
6 Mar 1962 - "Canção da Papoila"
A voz e a figura de Lina Maria destacaram-se no nosso panorama musical nos anos 50 e 60, tanto em discos seus como em discos colectivos – onde se destavam os vários de histórias infantis que gravou. Casada com o compositor e engenheiro de som Jaime Filipe, integrou inicialmente o Conjunto Guida e Lina, ao lado de Margarida Amaral. No selo Melodia, da Rádio Triunfo, este duo gravou dois discos de 78 rotações em 1953, com “Paraíso”, “Caminhando para o Sul”, “O Que Têm os Teus Olhos” e “Cavalinho de Papel” – com esta última a tornar-se um clássico da canção infantil entre nós. A acompanhá-las estavam músicos como o pianista Ivo Mayer, fundador do Hot Clube de Portugal, ou Jaime Nascimento, um dos pioneiros da guitarra eléctrica entre nós e então membro do Conjunto de Mário Simões.
O primeiro disco em vinil de Lina Maria foi editado em 1957, também pela Rádio Triunfo, e juntava duas canções já publicadas (o referido “Cavalinho de Papel” e a “Grande Marcha de Lisboa” de 1955 em ritmo de mambo) a dois inéditos, “Fado Alegre” (de Odette de Saint-Maurice e Tavares Belo) e “Amor Tirolês” (de Nuno Fradique e Jaime Filipe). No ano seguinte, a cantora participa na banda sonora do filme “O Homem do Dia”, de Henrique Campos, surgindo no LP então publicado com “Canção do Vimeiro”. Em 1959, surgem no mercado dois discos novos da cantora, um dividido com Helena Tavares e que contava com canções do filme “A Costureirinha da Sé”, e o outro com originais de Jaime Filipe e Tavares Belo – maestro que dirigia também o acompanhamento musical nesse EP. “O Gato da Madame”, uma canção de sucesso no Brasil (e que em 1999 veio a ser gravada por Milton Nascimento), foi também enorme sucesso por Lina Maria em 1959, integrada num EP partilhado com Madalena Iglésias e Manuel Fernandes.
O início da década de 1960 veria a edição de novo disco de Lina Maria, com a canção “O Amor É Tão Bom” (letra de Ferro Rodrigues e Santos Fernando e música de Nóbrega e Sousa) em destaque. O acompanhamento ficou aqui assegurado por Shegundo Galarza com a colaboração do Conjunto sem Nome e ainda do brasileiro Sivuca, que se encontrava em Portugal na época. Entretanto, no capítulo dos discos infantis, Lina Maria participa em “A Princesa Que Guardava Patos”, “O Velho, o Rapaz e o Burro” ou “As Cidras do Amor” – todos com histórias infantis adaptadas por Odette de Saint-Maurice.
1962 é o ano desta participação no programa “Melodias de Sempre”, apresentado por Jorge Alves e onde eram interpretados clássicos da nossa canção. A popular “Canção da Papoila”, que Mirita Casimiro cantara no filme “Maria Papoila”, em 1937, tinha letra de Alberto Barbosa, José Galhardo e Vasco Santana e música de Raúl Ferrão. Curiosamente, só em 1978 é gravada em disco por Lina Maria, ao ser incluída precisamente na colectânea “Melodias de Sempre - 2.º Volume”, publicada pela Sassetti. Mas 1962 veria também a publicação do último registo em que a cantora era chamada à capa, um EP com as canções “A Milionária”, “O Tamborzinho Endiabrado”, “Tudo Não É Nada” e “Quero Dançar o Twist”. Com o jovem maestro Jorge Costa Pinto a dirigi-la (sendo também de sua autoria duas das melodias), por aqui se verificava que os novos ritmos juvenis iam entrando nas canções de vozes já bem populares. Apesar de nunca ter deixado de gravar ao longo do resto da década de 1960, seria apenas em 1972 e através de discos patrocinados por firmas como a Rodarte ou a Tupperware que Lina Maria voltou a ter algum destaque.
O primeiro disco em vinil de Lina Maria foi editado em 1957, também pela Rádio Triunfo, e juntava duas canções já publicadas (o referido “Cavalinho de Papel” e a “Grande Marcha de Lisboa” de 1955 em ritmo de mambo) a dois inéditos, “Fado Alegre” (de Odette de Saint-Maurice e Tavares Belo) e “Amor Tirolês” (de Nuno Fradique e Jaime Filipe). No ano seguinte, a cantora participa na banda sonora do filme “O Homem do Dia”, de Henrique Campos, surgindo no LP então publicado com “Canção do Vimeiro”. Em 1959, surgem no mercado dois discos novos da cantora, um dividido com Helena Tavares e que contava com canções do filme “A Costureirinha da Sé”, e o outro com originais de Jaime Filipe e Tavares Belo – maestro que dirigia também o acompanhamento musical nesse EP. “O Gato da Madame”, uma canção de sucesso no Brasil (e que em 1999 veio a ser gravada por Milton Nascimento), foi também enorme sucesso por Lina Maria em 1959, integrada num EP partilhado com Madalena Iglésias e Manuel Fernandes.
O início da década de 1960 veria a edição de novo disco de Lina Maria, com a canção “O Amor É Tão Bom” (letra de Ferro Rodrigues e Santos Fernando e música de Nóbrega e Sousa) em destaque. O acompanhamento ficou aqui assegurado por Shegundo Galarza com a colaboração do Conjunto sem Nome e ainda do brasileiro Sivuca, que se encontrava em Portugal na época. Entretanto, no capítulo dos discos infantis, Lina Maria participa em “A Princesa Que Guardava Patos”, “O Velho, o Rapaz e o Burro” ou “As Cidras do Amor” – todos com histórias infantis adaptadas por Odette de Saint-Maurice.
1962 é o ano desta participação no programa “Melodias de Sempre”, apresentado por Jorge Alves e onde eram interpretados clássicos da nossa canção. A popular “Canção da Papoila”, que Mirita Casimiro cantara no filme “Maria Papoila”, em 1937, tinha letra de Alberto Barbosa, José Galhardo e Vasco Santana e música de Raúl Ferrão. Curiosamente, só em 1978 é gravada em disco por Lina Maria, ao ser incluída precisamente na colectânea “Melodias de Sempre - 2.º Volume”, publicada pela Sassetti. Mas 1962 veria também a publicação do último registo em que a cantora era chamada à capa, um EP com as canções “A Milionária”, “O Tamborzinho Endiabrado”, “Tudo Não É Nada” e “Quero Dançar o Twist”. Com o jovem maestro Jorge Costa Pinto a dirigi-la (sendo também de sua autoria duas das melodias), por aqui se verificava que os novos ritmos juvenis iam entrando nas canções de vozes já bem populares. Apesar de nunca ter deixado de gravar ao longo do resto da década de 1960, seria apenas em 1972 e através de discos patrocinados por firmas como a Rodarte ou a Tupperware que Lina Maria voltou a ter algum destaque.