LARA LI por João Carlos Callixto
11 Fev 1979 - "Teu Ponto Final"
O nome e o percurso de Lara Li são sem dúvida dos mais presentes em termos de grande público atento ao panorama musical do pós 25-de Abril. Se a sua carreira começou ainda em Moçambique, para onde a jovem lisboeta se tinha mudado com os pais no início da década de 1960, com espectáculos e com a gravação de um single em 1975 que não chegou a ser publicado, foi no entanto na então metrópole que tudo se desenrolou de forma mais séria. O encontro com António Avelar de Pinho e Nuno Rodrigues, produtores à época na editora Valentim de Carvalho, deu origem ao primeiro disco da cantora. Um single, trazia no lado A precisamente a canção deste “Gramofone”, “Teu Ponto Final”, da autoria da dupla Pinho e Rodrigues. Mentores da Banda do Casaco, traziam consigo uma noção muito particular de música popular, que cruzava várias influências musicas e literárias de uma forma completamente despudorada e a que o público não estava em grande medida habituado. O sucesso, no entanto, marcou essa visão, ainda que esta canção tenha sido enviada para selecção no Festival RTP da Canção de 1979 e por azar não tenha sido uma das apuradas – ao contrário do que aconteceu com outras duas enviadas então pela dupla. O videoclip aqui apresentado foi feito para o programa "Semi-Breves" e mostra Lara Li na discoteca em pleno apogeu do “disco sound”, estética para a qual remetem os arranjos do espanhol Javier Iturralde e a própria “versão disco” instrumental que o single trazia no lado B.
Ainda em 1979, “Fandango da Moda” e “Uma Letra para Ti” (de novo da dupla Pinho e Rodrigues) são as canções do single seguinte de Lara Li, que a partir de 1980 começa a ser convidada também para fazer coros em trabalhos de outros. “Lição de Português”, com que o cantor sul-africano Madi se classifica em 3.º lugar no Festival RTP da Canção de 1980, conta precisamente com Lara e com Lena d’Água nos coros, chegando a primeira a participar na década de 1990 em discos de Luís Represas, Simone de Oliveira, Dina ou Amélia Muge.
Em nome próprio, os anos 80 abriam com a edição do single “Hoje Há Festa”, com “Quando a Luz Se Apagar” no lado B. Os autores são ainda Pinho e Rodrigues, mas no disco seguinte (quase) tudo mudaria. Com letras de Ana Zanatti, o quarto single de Lara Li trazia a canção “Telepatia”, aquela que ainda hoje toda a gente mais recorda do seu percurso. Os arranjos são de Shegundo Galarza, que já antes trabalhara com a cantora, e a música é novamente de Nuno Rodrigues. Esta dupla assinaria aliás o lado B desse single, “Cordão Umbilical”, assim como várias das canções do álbum de estreia de Lara Li. Com o título “Água na Boca”, trazia outra canção que se tornou um sucesso (“O Rapaz do Cubo Mágico”) e ainda a primeira gravada com música da cantora (chamada precisamente “A Primeira Música”). Nuno Nazareth Fernandes, nome maior da escrita musical em Portugal, marcou também presença com “Bicho (Conta-me uma História)”, com letra de Ana Zanatti e que fechava o álbum.
Depois da edição de “Ai Nana Coco (Palmeira Tropical)”, o regresso aos álbuns dá-se em 1984 com “Vem”. Sem que nenhuma das canções se distinga da mesma forma que as da altura do primeiro álbum, seria preciso esperar por “Quimera”, em 1988, para que a voz de Lara Li chegue de novo de forma mais concertada ao grande público. Neste terceiro álbum encontramos versões de clássicos nacionais dos anos 50 e 60, como “Nem às Paredes Confesso”, “Sol de Inverno” ou “Barco Negro”, ou ainda versões de Sérgio Godinho e de Rui Veloso. Deste último e de Carlos Tê, a cantora grava pela primeira vez “Jura”, que Né Ladeiras tinha cantado no Festival RTP da Canção de 1986 mas que não chegou então a disco. Lara Li participara nesse ano no evento também, com “Rapidamente” (de Luís Represas e João Gil), seis anos depois da sua estreia com “E Pouco Mais” (letra de Maria Manuel Cardoso e música de Rui Serôdio).
Depois de várias participações nas canções da campanha solidária do Pirilampo Mágico, Lara Li regressou aos discos a solo em 1994 com “Consequências”, produzido e escrito na quase totalidade por Fernando Girão. O mais recente álbum, “Levemente”, é de 2010 e foi gravado ao lado do pianista Miguel Braga, surgindo a cantora em 2021 como actriz no filme "Esperança". Aguardemos o novo ano...
Ainda em 1979, “Fandango da Moda” e “Uma Letra para Ti” (de novo da dupla Pinho e Rodrigues) são as canções do single seguinte de Lara Li, que a partir de 1980 começa a ser convidada também para fazer coros em trabalhos de outros. “Lição de Português”, com que o cantor sul-africano Madi se classifica em 3.º lugar no Festival RTP da Canção de 1980, conta precisamente com Lara e com Lena d’Água nos coros, chegando a primeira a participar na década de 1990 em discos de Luís Represas, Simone de Oliveira, Dina ou Amélia Muge.
Em nome próprio, os anos 80 abriam com a edição do single “Hoje Há Festa”, com “Quando a Luz Se Apagar” no lado B. Os autores são ainda Pinho e Rodrigues, mas no disco seguinte (quase) tudo mudaria. Com letras de Ana Zanatti, o quarto single de Lara Li trazia a canção “Telepatia”, aquela que ainda hoje toda a gente mais recorda do seu percurso. Os arranjos são de Shegundo Galarza, que já antes trabalhara com a cantora, e a música é novamente de Nuno Rodrigues. Esta dupla assinaria aliás o lado B desse single, “Cordão Umbilical”, assim como várias das canções do álbum de estreia de Lara Li. Com o título “Água na Boca”, trazia outra canção que se tornou um sucesso (“O Rapaz do Cubo Mágico”) e ainda a primeira gravada com música da cantora (chamada precisamente “A Primeira Música”). Nuno Nazareth Fernandes, nome maior da escrita musical em Portugal, marcou também presença com “Bicho (Conta-me uma História)”, com letra de Ana Zanatti e que fechava o álbum.
Depois da edição de “Ai Nana Coco (Palmeira Tropical)”, o regresso aos álbuns dá-se em 1984 com “Vem”. Sem que nenhuma das canções se distinga da mesma forma que as da altura do primeiro álbum, seria preciso esperar por “Quimera”, em 1988, para que a voz de Lara Li chegue de novo de forma mais concertada ao grande público. Neste terceiro álbum encontramos versões de clássicos nacionais dos anos 50 e 60, como “Nem às Paredes Confesso”, “Sol de Inverno” ou “Barco Negro”, ou ainda versões de Sérgio Godinho e de Rui Veloso. Deste último e de Carlos Tê, a cantora grava pela primeira vez “Jura”, que Né Ladeiras tinha cantado no Festival RTP da Canção de 1986 mas que não chegou então a disco. Lara Li participara nesse ano no evento também, com “Rapidamente” (de Luís Represas e João Gil), seis anos depois da sua estreia com “E Pouco Mais” (letra de Maria Manuel Cardoso e música de Rui Serôdio).
Depois de várias participações nas canções da campanha solidária do Pirilampo Mágico, Lara Li regressou aos discos a solo em 1994 com “Consequências”, produzido e escrito na quase totalidade por Fernando Girão. O mais recente álbum, “Levemente”, é de 2010 e foi gravado ao lado do pianista Miguel Braga, surgindo a cantora em 2021 como actriz no filme "Esperança". Aguardemos o novo ano...