KUTCHI-KUTCHI por João Carlos Callixto
25 Out 1987 - "The Greatest Love of All"
Nesta emissão do “Gramofone” a viagem é até 1987 mas com uma canção que tinha então já uma década: “The Greatest Love of All”. Com letra de Linda Creed e música de Michael Masser, a interpretação original pertence ao cantor e guitarrista George Benson, tendo sido escrita para a banda sonora do filme “The Greatest”, dedicado à vida do pugilista americano Muhammad Ali. No entanto, seria a versão de 1985 feita por Whitney Houston que torna a canção ainda mais popular, ao chegar ao n.º 1 nas tabelas de vendas americanas, canadianas e australianas. É precisamente nessa gravação da malograda cantora que o duo Kutchi-Kutchi molda a sua versão de “The Greatest Love of All”.
Formado por Nucha e Maria León em 1983, quando ambas tinham apenas 16 anos, este duo vocal rapidamente ganha a atenção do meio musical português – quer por via de integrarem a banda que acompanharia o cantor e imitador vocal Fernando Pereira quer também por em 1984 estarem a assinar contrato discográfico com a editora Transmédia. Dirigida por Nuno Rodrigues, fundador e compositor principal da Banda do Casaco, seria através do seu selo Schiu! que as Kutchi-Kutchi editam então os seus únicos trabalhos. Por um lado, o single “Dairundi / Não Morra de Ciúme” e por outro um máxi-single em que esta última canção surge em versão longa e também numa versão instrumental. Se o letrista e compositor de ambas é Nuno Rodrigues, os arranjos e direcção couberam a Celso de Carvalho. Este músico, violoncelista e também fundador da Banda do Casaco tinha já dirigido também as Doce em 1981 no hoje clássico “Ali-Babá (Um Homem das Arábias)”, com que o quarteto se apresentara pela segunda vez no Festival RTP da Canção. Outro nome associado à Banda do Casaco, o técnico de som José Fortes, foi também o responsável pela captação das canções das Kutchi-Kutchi.
Apesar de não ter voltado a gravar em nome próprio, o duo continuou a trabalhar e a fazer coros para outros artistas, quer em disco quer em concertos. As imagens deste “Gramofone” são de 1987 e vêm assim do programa "Piano-Bar", apresentado pela cantora Simone de Oliveira e com José Cabeleira no piano. Este último, antigo integrante do Conjunto sem Nome, destacara-se também pelo seu percurso a solo a partir da segunda metade dos anos 70, trazendo sempre grandes vozes para trabalhar consigo. No mesmo ano de 1987, Maria León participa no primeiro álbum dos Delfins, “Libertação”, e Nucha é no ano seguinte uma das vozes no último álbum de Carlos Paião, “Intervalo” – publicado logo depois do desaparecimento trágico do cantor e escritor de canções. Também em 1988, Maria León é a vocalista no único disco do grupo Santaluzia, com produção de Simon Wadsworth e com a presença de vários músicos que passaram pelos UHF.
O Festival da Canção seria a etapa seguinte na carreira de Nucha, através da participação na edição de 1988 com a canção “Se Calhar”, do madeirense Luís Filipe. Mas foi dois anos depois, com “Há Sempre Alguém” (em que este último foi co-autor da música ao lado do holandês Jan Van Dijck, cabendo a letra aos irmãos Francisco Teotónio Pereira e Frederico Teotónio Pereira), que a cantora se sagra vencedora no evento. No Festival da Eurovisão, esse ano realizado em Dublin, acaba por se classificar em 18.º lugar (ex-aequo com a Bélgica), cabendo a vitória à canadiana Céline Dion, em representação da Suíça.
A nova década de 1990 abria também para Maria León de forma bem solar, com o seu grupo Ravel a estrear-se nos discos em 1991 com “Quimeras” e a canção “Toques do Infinito” a chegar aos ouvidos e ao gosto do público português. O grupo gravou ainda um segundo disco, a que se sucedeu um percurso a solo para a cantora. Mais rentemente, Maria León tem integrado os projectos Ar de Rock e Chameleon Collective, estes últimos com disco de estreia editado em 2020.
Formado por Nucha e Maria León em 1983, quando ambas tinham apenas 16 anos, este duo vocal rapidamente ganha a atenção do meio musical português – quer por via de integrarem a banda que acompanharia o cantor e imitador vocal Fernando Pereira quer também por em 1984 estarem a assinar contrato discográfico com a editora Transmédia. Dirigida por Nuno Rodrigues, fundador e compositor principal da Banda do Casaco, seria através do seu selo Schiu! que as Kutchi-Kutchi editam então os seus únicos trabalhos. Por um lado, o single “Dairundi / Não Morra de Ciúme” e por outro um máxi-single em que esta última canção surge em versão longa e também numa versão instrumental. Se o letrista e compositor de ambas é Nuno Rodrigues, os arranjos e direcção couberam a Celso de Carvalho. Este músico, violoncelista e também fundador da Banda do Casaco tinha já dirigido também as Doce em 1981 no hoje clássico “Ali-Babá (Um Homem das Arábias)”, com que o quarteto se apresentara pela segunda vez no Festival RTP da Canção. Outro nome associado à Banda do Casaco, o técnico de som José Fortes, foi também o responsável pela captação das canções das Kutchi-Kutchi.
Apesar de não ter voltado a gravar em nome próprio, o duo continuou a trabalhar e a fazer coros para outros artistas, quer em disco quer em concertos. As imagens deste “Gramofone” são de 1987 e vêm assim do programa "Piano-Bar", apresentado pela cantora Simone de Oliveira e com José Cabeleira no piano. Este último, antigo integrante do Conjunto sem Nome, destacara-se também pelo seu percurso a solo a partir da segunda metade dos anos 70, trazendo sempre grandes vozes para trabalhar consigo. No mesmo ano de 1987, Maria León participa no primeiro álbum dos Delfins, “Libertação”, e Nucha é no ano seguinte uma das vozes no último álbum de Carlos Paião, “Intervalo” – publicado logo depois do desaparecimento trágico do cantor e escritor de canções. Também em 1988, Maria León é a vocalista no único disco do grupo Santaluzia, com produção de Simon Wadsworth e com a presença de vários músicos que passaram pelos UHF.
O Festival da Canção seria a etapa seguinte na carreira de Nucha, através da participação na edição de 1988 com a canção “Se Calhar”, do madeirense Luís Filipe. Mas foi dois anos depois, com “Há Sempre Alguém” (em que este último foi co-autor da música ao lado do holandês Jan Van Dijck, cabendo a letra aos irmãos Francisco Teotónio Pereira e Frederico Teotónio Pereira), que a cantora se sagra vencedora no evento. No Festival da Eurovisão, esse ano realizado em Dublin, acaba por se classificar em 18.º lugar (ex-aequo com a Bélgica), cabendo a vitória à canadiana Céline Dion, em representação da Suíça.
A nova década de 1990 abria também para Maria León de forma bem solar, com o seu grupo Ravel a estrear-se nos discos em 1991 com “Quimeras” e a canção “Toques do Infinito” a chegar aos ouvidos e ao gosto do público português. O grupo gravou ainda um segundo disco, a que se sucedeu um percurso a solo para a cantora. Mais rentemente, Maria León tem integrado os projectos Ar de Rock e Chameleon Collective, estes últimos com disco de estreia editado em 2020.