JÚLIA BARROSO, por João Carlos Callixto
23 Mai 1981 - "Adeus"
No universo da canção ligeira, Júlia Barroso ocupa sem dúvida um lugar de destaque, desde logo por ter sido a primeira Rainha da Rádio, título que recebeu em 1951. Nascida em Lagos, o seu percurso artístico não foi no entanto longo, indo do final dos anos 40 ao final dos anos 50, e sendo esta canção “Adeus” o seu ex-libris. Com letra de José Galhardo e música de Raul Ferrão, foi estreada a 9 de Dezembro de 1949 na revista “Ela Aí Está”, no Teatro Avenida, em Lisboa.
“Adeus” não foi, no entanto, o primeiro disco gravado por Júlia Barroso. Assinando primeiro um contrato com a etiqueta portuense Alvorada, da Rádio Triunfo, foi nessa firma que surgiu em 1951 um disco com “Amor sem Esperança” e “Festa Brava”, duas composições musicais de Maria da Conceição Piedade. A letra da primeira destas era de Hernâni Correia, conterrâneo de Júlia Barroso e à época pertencente aos quadros da Emissora Nacional. Musicalmente, estávamos aqui no âmbito do fado-canção, como aconteceria nos dois discos seguintes da cantora, com composições de Raul Ferrão, de Wolmar Silva, de Armandinho e de Helena Moreira Viana.
Seria a partir do quarto registo comercial, em 1952, com “Estaladinho” e “Balões da Minha Rua”, que Júlia Barroso inflectiria as agulhas do fado para a canção de cariz folclórico. Com direcção de orquestra do maestro Belo Marques, este era também o autor da primeira canção, cabendo à dupla Aníbal Nazaré (letra) e Fernando Carvalho (música) o lado B. No mesmo ano de 1952, encontramos já a cantora na Valentim de Carvalho, onde regista quatro discos de seguida, todos acompanhados pelo maestro João Nobre. É a este conjunto de gravações que pertence o fonograma com “Adeus”, que traz “A Culpa Foi do Luar” (com letra e música do próprio João Nobre) no lado B.
“Canção de Luanda”, com “Despedida” no lado B, marca em 1954 nova passagem pelo selo Alvorada, ainda em disco de 78 rotações, e traz aqui o acompanhamento de Carlos Villaret - pianista e irmão do actor João Villaret. Em 1957, é publicado o primeiro disco de vinil de Júlia Barroso, partilhado com o acordeonista Heinz Worner, e onde estão as canções “Lua de Mel” (de Silva Tavares e Jaime Mendes) e “Assim, Assim” (de Artur Ribeiro e Mário Teixeira). No entanto, este acabaria por ser o único vinil de originais da cantora, já que todos os posteriormente editados são colectâneas. A de maior destaque seria editada pela Valentim de Carvalho em LP, com o título “Os Maiores Sucessos de Júlia Barroso” (1978). O momento de hoje é de apenas três anos depois, tendo sido captado numa emissão do programa “E o Resto São Cantigas” de homenagem a Raul Ferrão. “Adeus” conheceu desde então várias versões, com destaque para as de Carlos Guilherme (1990), de Alexandra (1991) e dos Lucky Duckies (2017).
“Adeus” não foi, no entanto, o primeiro disco gravado por Júlia Barroso. Assinando primeiro um contrato com a etiqueta portuense Alvorada, da Rádio Triunfo, foi nessa firma que surgiu em 1951 um disco com “Amor sem Esperança” e “Festa Brava”, duas composições musicais de Maria da Conceição Piedade. A letra da primeira destas era de Hernâni Correia, conterrâneo de Júlia Barroso e à época pertencente aos quadros da Emissora Nacional. Musicalmente, estávamos aqui no âmbito do fado-canção, como aconteceria nos dois discos seguintes da cantora, com composições de Raul Ferrão, de Wolmar Silva, de Armandinho e de Helena Moreira Viana.
Seria a partir do quarto registo comercial, em 1952, com “Estaladinho” e “Balões da Minha Rua”, que Júlia Barroso inflectiria as agulhas do fado para a canção de cariz folclórico. Com direcção de orquestra do maestro Belo Marques, este era também o autor da primeira canção, cabendo à dupla Aníbal Nazaré (letra) e Fernando Carvalho (música) o lado B. No mesmo ano de 1952, encontramos já a cantora na Valentim de Carvalho, onde regista quatro discos de seguida, todos acompanhados pelo maestro João Nobre. É a este conjunto de gravações que pertence o fonograma com “Adeus”, que traz “A Culpa Foi do Luar” (com letra e música do próprio João Nobre) no lado B.
“Canção de Luanda”, com “Despedida” no lado B, marca em 1954 nova passagem pelo selo Alvorada, ainda em disco de 78 rotações, e traz aqui o acompanhamento de Carlos Villaret - pianista e irmão do actor João Villaret. Em 1957, é publicado o primeiro disco de vinil de Júlia Barroso, partilhado com o acordeonista Heinz Worner, e onde estão as canções “Lua de Mel” (de Silva Tavares e Jaime Mendes) e “Assim, Assim” (de Artur Ribeiro e Mário Teixeira). No entanto, este acabaria por ser o único vinil de originais da cantora, já que todos os posteriormente editados são colectâneas. A de maior destaque seria editada pela Valentim de Carvalho em LP, com o título “Os Maiores Sucessos de Júlia Barroso” (1978). O momento de hoje é de apenas três anos depois, tendo sido captado numa emissão do programa “E o Resto São Cantigas” de homenagem a Raul Ferrão. “Adeus” conheceu desde então várias versões, com destaque para as de Carlos Guilherme (1990), de Alexandra (1991) e dos Lucky Duckies (2017).