JAFUMEGA, por João Carlos Callixto
24 Out 1981 - “Ribeira”
O boom do rock de 1980 trouxe muitos grupos recém-formados para a ribalta, ansiosos de “cavalgar” a onda e de aproveitar, com maior ou menor sucesso, as condições que as discográficas de então davam aos artistas para editar novos trabalhos. Houve de tudo: grupos de curta duração, outros que ainda duraram algum tempo e aqueles que ficaram até aos dias de hoje, como os UHF, os Xutos & Pontapés e os GNR. Mas mesmo entre os de curta e média duração, não se pense que não houve sons para todos os gostos, como o provam as carreiras do Grupo de Baile, dos Street Kids ou, com outro impacto, dos Heróis do Mar. O grupo de hoje no “Gramofone” é aliás quase um precursor deste boom, uma vez que a formação de onde vários dos seus membros vieram, os Mini-Pop, fez-se à estrada mais de uma década antes. Com os irmãos Mário, Eugénio e Pedro Barreiros, a banda tocou por todo o país na primeira metade da década de 1970, ainda com os seus integrantes bem “juniores”, e chegou a participar no Festival RTP da Canção de 1973 com “Menina de Luto” – nesse ano em que a vitória sorriu à “Tourada”, de Fernando Tordo.
Depois de uma aprendizagem constante ao longo da segunda metade dos anos 70 (em grande medida virada para o jazz), surgem então no início da nova década os Jafumega, integrando também Álvaro Marques (bateria), José Nogueira (saxofone) e Luís Portugal (voz). O sexteto assinou então contrato com a editora independente Metro-Som, de Lisboa, que logo lhes publica o álbum “Estamos Aí”. Com momentos de jazz rock bem denso, seriam canções como “There You Are” ou “Take Me to the Highway” a mostrar o som que o grupo mais veio a trilhar. Logo no ano seguinte, um single com “Dá-me Lume” e esta “Ribeira” (letra de José Martins e música de Eugénio Barreiros) provou que o grupo tinha o talento e o ensejo de juntar ska e funk no caldeirão no dito boom do rock.
Mudando-se de armas e bagagens para a multinacional PolyGram, os Jafumega publicam então aí o segundo LP em 1982. Homónimo, nele encontramos “Latin’América” ou “Nó Cego”, dois enormes êxitos que confirmam a boa aposta editorial e marcam o nome do grupo nos anais da música pop rock nacional. No mesmo disco, está a adaptação musical de alguns versos do poeta popular António Aleixo, sob o título “Sei Que Pareço um Ladrão”. Quem marca igualmente presença como letrista em várias das canções do grupo é o também portuense Carlos Tê, um dos letristas mais celebrados das últimas quatro décadas especialmente pelo trabalho ao lado de Rui Veloso.
“Recados”, em 1983, é o terceiro e último álbum dos Jafumega e vinha separado conceptualmente entre as canções “da cidade” e as canções “do campo”. Do primeiro lado, “La Dolce Vita” marcou bem as ondas radiofónicas da época, tal como aconteceu com “Romaria”, do lado B do álbum. Reincidindo nas adaptações de poesia portuguesa, é também aqui que encontramos o contemplativo “Rústica”, sob poema de Florbela Espanca. Logo depois, metade da banda integrava-se no grupo de António Pinho Vargas, chegando assim ao fim uma aventura musical que conheceu novos passos ao vivo já na segunda década do séc. XXI. Pelo meio, Luís Portugal desenvolveu também uma carreira a solo, com alguns álbuns gravados e um sucesso com a canção “Dinis dos Botões”, em 1993.
Depois de uma aprendizagem constante ao longo da segunda metade dos anos 70 (em grande medida virada para o jazz), surgem então no início da nova década os Jafumega, integrando também Álvaro Marques (bateria), José Nogueira (saxofone) e Luís Portugal (voz). O sexteto assinou então contrato com a editora independente Metro-Som, de Lisboa, que logo lhes publica o álbum “Estamos Aí”. Com momentos de jazz rock bem denso, seriam canções como “There You Are” ou “Take Me to the Highway” a mostrar o som que o grupo mais veio a trilhar. Logo no ano seguinte, um single com “Dá-me Lume” e esta “Ribeira” (letra de José Martins e música de Eugénio Barreiros) provou que o grupo tinha o talento e o ensejo de juntar ska e funk no caldeirão no dito boom do rock.
Mudando-se de armas e bagagens para a multinacional PolyGram, os Jafumega publicam então aí o segundo LP em 1982. Homónimo, nele encontramos “Latin’América” ou “Nó Cego”, dois enormes êxitos que confirmam a boa aposta editorial e marcam o nome do grupo nos anais da música pop rock nacional. No mesmo disco, está a adaptação musical de alguns versos do poeta popular António Aleixo, sob o título “Sei Que Pareço um Ladrão”. Quem marca igualmente presença como letrista em várias das canções do grupo é o também portuense Carlos Tê, um dos letristas mais celebrados das últimas quatro décadas especialmente pelo trabalho ao lado de Rui Veloso.
“Recados”, em 1983, é o terceiro e último álbum dos Jafumega e vinha separado conceptualmente entre as canções “da cidade” e as canções “do campo”. Do primeiro lado, “La Dolce Vita” marcou bem as ondas radiofónicas da época, tal como aconteceu com “Romaria”, do lado B do álbum. Reincidindo nas adaptações de poesia portuguesa, é também aqui que encontramos o contemplativo “Rústica”, sob poema de Florbela Espanca. Logo depois, metade da banda integrava-se no grupo de António Pinho Vargas, chegando assim ao fim uma aventura musical que conheceu novos passos ao vivo já na segunda década do séc. XXI. Pelo meio, Luís Portugal desenvolveu também uma carreira a solo, com alguns álbuns gravados e um sucesso com a canção “Dinis dos Botões”, em 1993.