IODO, por João Carlos Callixto
27 Set 1981 - "Malta à Porta"
Hoje o “Gramofone” traz um dos grupos que se destacou durante o curto período a que se convencionou chamar de “boom” do rock português e que, infelizmente, terminaria também muito rapidamente. No entanto, deixou marca - com esta canção “Malta à Porta” à cabeça - e legado espalhado por três discos, um deles um LP, algo que nem sempre aconteceu com as muitas bandas rock que então surgiam.
Oriundos de Almada, os Iodo surgiram na sequência de um outro grupo local, de nome Eléctrico. Com a experiência adquirida em inúmeras actuações, os originais do grupo mostram a influência de algumas das suas preferências de então, que incluíam Devo ou Buggles. O primeiro concerto como Iodo seria a 3 de Maio de 1980, em Paio Pires, tocando ainda ao lado dos UHF e dos GNR em concertos na segunda metade desse ano.
Dois concertos no início de Fevereiro de 1981 no hoje mítico Rock Rendez-Vous, em Lisboa, leva os Iodo a assinarem contrato discográfico com a editora portuense Vadeca, do grupo Valentim de Carvalho. Assim, logo em Junho sai o primeiro single, precisamente o que abre com a canção de hoje, e com videoclip feito pela equipa do programa "Vivámusica", da RTP. Sendo o momento ainda hoje mais recordado do grupo, e prova da garra que demonstravam nas actuações, trazia a formação composta por Rui Madeira (voz), Jorge Trindade (guitarra), António Pedro (guitarra baixo), Luís Cabral (teclas) e Alfredo Antunes (bateria). No lado B desse single, “Aqueles Dias” tinha também a assinatura de todo o grupo.
Com a chegada a n.º 1 no programa “Rock em Stock”, apresentado por Luís Filipe Barros na Rádio Comercial, e a permanência durante quase vinte semanas na tabela “Todos no Top”, também da mesma rádio, a editora Vadeca publica-lhes um segundo single no final do ano. “A Canção”, com “Pedro e o Lobo” no lado B, não alcança o mesmo sucesso do single de estreia, mas permite ao grupo continuar na mó de cima em termos de actuações. Destaque aqui para a primeira parte do concerto de Iggy Pop, no Pavilhão do Dramático de Cascais, a 26 de Junho de 1981, ou a actuação na Festa do Avante, então no Alto da Ajuda, a 6 de Setembro do mesmo ano.
O início do novo ano de 1982 vê o grupo entrar em estúdio para se entregar a uma proposta mais ousada: a gravação de um álbum. Com produção do grupo e de Frodo (“alter ego” de Manuel Cardoso, dos Tantra, e que também colabora nos arranjos), este é um trabalho que merece ser redescoberto e reeditado. Perdido na voragem de edições da época, e seguindo-se nas apostas da editora Vadeca a outro disco hoje pouco ouvido (“Trauma”, dos Street Kids), mostra de forma mais cabal o lado experimental dos Iodo e a escrita do teclista, Luís Cabral. Se o álbum terminava com o anúncio de futuros trabalhos (no instrumental “Conclusão de B e Introdução para C…”), esse hipotético regresso às edições nunca chegaria a acontecer e o grupo desagrega-se ainda em 1982.
Oriundos de Almada, os Iodo surgiram na sequência de um outro grupo local, de nome Eléctrico. Com a experiência adquirida em inúmeras actuações, os originais do grupo mostram a influência de algumas das suas preferências de então, que incluíam Devo ou Buggles. O primeiro concerto como Iodo seria a 3 de Maio de 1980, em Paio Pires, tocando ainda ao lado dos UHF e dos GNR em concertos na segunda metade desse ano.
Dois concertos no início de Fevereiro de 1981 no hoje mítico Rock Rendez-Vous, em Lisboa, leva os Iodo a assinarem contrato discográfico com a editora portuense Vadeca, do grupo Valentim de Carvalho. Assim, logo em Junho sai o primeiro single, precisamente o que abre com a canção de hoje, e com videoclip feito pela equipa do programa "Vivámusica", da RTP. Sendo o momento ainda hoje mais recordado do grupo, e prova da garra que demonstravam nas actuações, trazia a formação composta por Rui Madeira (voz), Jorge Trindade (guitarra), António Pedro (guitarra baixo), Luís Cabral (teclas) e Alfredo Antunes (bateria). No lado B desse single, “Aqueles Dias” tinha também a assinatura de todo o grupo.
Com a chegada a n.º 1 no programa “Rock em Stock”, apresentado por Luís Filipe Barros na Rádio Comercial, e a permanência durante quase vinte semanas na tabela “Todos no Top”, também da mesma rádio, a editora Vadeca publica-lhes um segundo single no final do ano. “A Canção”, com “Pedro e o Lobo” no lado B, não alcança o mesmo sucesso do single de estreia, mas permite ao grupo continuar na mó de cima em termos de actuações. Destaque aqui para a primeira parte do concerto de Iggy Pop, no Pavilhão do Dramático de Cascais, a 26 de Junho de 1981, ou a actuação na Festa do Avante, então no Alto da Ajuda, a 6 de Setembro do mesmo ano.
O início do novo ano de 1982 vê o grupo entrar em estúdio para se entregar a uma proposta mais ousada: a gravação de um álbum. Com produção do grupo e de Frodo (“alter ego” de Manuel Cardoso, dos Tantra, e que também colabora nos arranjos), este é um trabalho que merece ser redescoberto e reeditado. Perdido na voragem de edições da época, e seguindo-se nas apostas da editora Vadeca a outro disco hoje pouco ouvido (“Trauma”, dos Street Kids), mostra de forma mais cabal o lado experimental dos Iodo e a escrita do teclista, Luís Cabral. Se o álbum terminava com o anúncio de futuros trabalhos (no instrumental “Conclusão de B e Introdução para C…”), esse hipotético regresso às edições nunca chegaria a acontecer e o grupo desagrega-se ainda em 1982.