HERMÍNIA SILVA por João Carlos Callixto
16 Mar 1980 - "Ser Fadista"
O fado conheceu ao longo do séc. XX várias vozes maiores, todas elas com cunhos bem vincados. Hermínia Silva é sem dúvida um desses nomes, com uma carreira que se estende dos anos 20 até aos anos 80. É precisamente em 1980 que a encontramos neste “Gramofone”, com uma interpretação de “Ser Fadista” captada no programa “Sheiks com Cobertura”. O grupo, um dos mais populares no âmbito das linguagens pop rock em 60s, tinha começado no início desse ano de 1980 esta colaboração com a RTP, trazendo sempre em cada emissão vários convidados musicais de primeira água e de diversos géneros. Neste momento de hoje, três dos quatro Sheiks surgem aliás nuns coros improvisados ao lado de Hermínia.
A estreia da fadista ocorreu ainda na década de 1920, granjeando sucesso no teatro de revista e começando a gravar pouco depois. Desde essa altura, em que os discos de 78 rotações eram o formato corrente no mercado discográfico, até à década de 80, a editora em que viu editada quase toda a sua obra foi a Valentim de Carvalho. A excepção foi um pequeno período nos anos 50, em que gravou pela Rádio Triunfo, do Porto.
Se a sua graça era natural, natural foi também o bom acolhimento que o público sempre lhe reservou. Hermínia, a quem Amália chamou “a outra grande”, gravou muitos fados mas também paródias a várias canções de sucesso nacionais e estrangeiras. Mário Martins, que foi produtor na Valentim de Carvalho desde meados de 60s, encontrava para ela temas tão aparentemente improváveis como “Sugar, Sugar” (dos Archies, que Hermínia transformou em “Chunga Chunga”) ou “Onde Vais Rio Que Canto” (vencedora do Festival da Canção de 1970 e que Eduardo Damas adaptaria para “De Onde Vens Alviela Que Bebo”). Esta canção de hoje fez originalmente parte do EP "Cicerone de Lisboa", editado em 1966, e tem letra de César de Oliveira, Paulo da Fonseca e Rogério Bracinha e música de João Nobre.
A estreia da fadista ocorreu ainda na década de 1920, granjeando sucesso no teatro de revista e começando a gravar pouco depois. Desde essa altura, em que os discos de 78 rotações eram o formato corrente no mercado discográfico, até à década de 80, a editora em que viu editada quase toda a sua obra foi a Valentim de Carvalho. A excepção foi um pequeno período nos anos 50, em que gravou pela Rádio Triunfo, do Porto.
Se a sua graça era natural, natural foi também o bom acolhimento que o público sempre lhe reservou. Hermínia, a quem Amália chamou “a outra grande”, gravou muitos fados mas também paródias a várias canções de sucesso nacionais e estrangeiras. Mário Martins, que foi produtor na Valentim de Carvalho desde meados de 60s, encontrava para ela temas tão aparentemente improváveis como “Sugar, Sugar” (dos Archies, que Hermínia transformou em “Chunga Chunga”) ou “Onde Vais Rio Que Canto” (vencedora do Festival da Canção de 1970 e que Eduardo Damas adaptaria para “De Onde Vens Alviela Que Bebo”). Esta canção de hoje fez originalmente parte do EP "Cicerone de Lisboa", editado em 1966, e tem letra de César de Oliveira, Paulo da Fonseca e Rogério Bracinha e música de João Nobre.