HELENA ISABEL por João Carlos Callixto
19 Dez 1986 - "Quando É Noite em Lisboa"
O “Gramofone” de hoje pode ser uma surpresa para muitos, já que Helena Isabel é uma das actrizes mais conhecidas e respeitadas do panorama português mas poucos a saberão cantora. Por vezes, estamos tão habituados a olhar para uma pessoa de uma forma unifacetada que nos esquecemos que há de facto talentos assim, que extravasam as habituais “barreiras” e que se revelam de várias formas sem que uma se menorize perante as outras em termos de domínio artístico mas tão só pelas vicissitudes de uma carreira de sucesso. Não podemos fazer tudo a toda a hora mas podemos decerto conhecer um pouco desse tudo quando o que se nos apresenta é um percurso musical rico como o de Helena Isabel.
Nascida em 1952, a actriz e cantora surge nos ecrãs televisivos ainda na adolescência, no programa de humor e variedades “Riso & Ritmo”, de Francisco Cortez, Armando Nicholson e do músico Eugénio Pepe. Entre filmes e teatro, chega a 1971 como uma das finalistas do concurso Miss Portugal. A música espreitava já, mas só em 1974 é que Helena Isabel se estreia a sério nessas lides. Assim, no Festival RTP da Canção desse ano, ganho por Paulo de Carvalho com “E Depois do Adeus”, a cantora classifica-se em 6.º lugar com “Canção Solidão”, um original de José Drummond com direcção musical de Thilo Krasmann. A Movieplay foi então a editora deste primeiro dos cinco discos gravados em nome próprio por Helena Isabel nas décadas de 1970 e 1980. No mesmo ano, surge também na primeira incursão fonográfica do grupo de teatro Adoque, o LP “Pides na Grelha”, editado pela Valentim de Carvalho.
Na segunda metade da década de 1970, Helena Isabel faz de empregada de escritório na «opereta urbana» editada em disco “Fernandinho Vai ó Vinho”, de Júlio Pereira, e surge nos coros dos álbuns “Quem Cala Consente”, de José Jorge Letria, e “Vol. 1”, de Paulo de Carvalho. Em 1978, é uma das actrizes-cantoras na peça “O Caso da Mãozinha Misteriosa”, do Teatro Aberto, que também chega a disco pelas mãos da editora independente Toma Lá Disco. O primeiro ano da nova década seria bastante movimentado, com Helena Isabel a participar em duas frentes no Festival da Canção que deu a vitória a José Cid. Assim, como uma das integrantes do quarteto As Alegres Comadres (ao lado de Adelaide Ferreira, Ana Bola e Mila Ferreira), canta “Alegria em Mi Maior” (letra de José Jorge Letria e música de Carlos Mendes) na 1.ª semi-final. Por coincidência, a canção classifica-se em 7.º lugar ex-aequo com “Um Abraço, Mais Nada” (de Nuno Gomes dos Santos), a proposta que Helena Isabel defenderia a solo no certame. Mas a actriz e cantora chegaria mesmo à final, já que era uma das vozes no coro de “Self-Made Man”, a canção que o grupo SARL levou ao 4.º lugar do Festival desse ano de 1980. No mesmo ano, é ainda a sua voz que ouvimos ao lado da de Fernando Tordo em “Os Docinhos”, do álbum deste “Cantigas Cruzadas”.
Três anos depois, Helena Isabel classifica-se em 3.º lugar no Festival da Canção com "E Afinal Quem És Tu", com letra de Nuno Gomes dos Santos e música de José Calvário. Nesse ano, o pódio era completado pelo vitorioso Armando Gama, com “Esta Balada Que Te Dou”, e Herman José, com “A Cor do Teu Baton”. Apenas um ponto abaixo de Helena Isabel estava o dueto de Carlos Paião com Cândida Branca-Flor, “Vinho do Porto, Vinho de Portugal”, num festival cujo elevado nível fica desde logo assim comprovado. Ainda em 1983, Helena Isabel edita pelo histórico selo Orfeu o seu último disco, com as canções “Porta Aberta” e “Mar Amor”, de novo da dupla Nuno Gomes dos Santos e José Calvário. No ano seguinte, é já ao lado de Paulo de Carvalho que participa pela última vez no Festival RTP da Canção, com “(Já) Pode Ser Tarde”, que não chegaria no entanto à final nesse ano que deu a vitória a Maria Guinot com “Silêncio (e Tanta Gente)”.
Helena Isabel participa então em vários discos de Paulo de Carvalho, com quem casa e de quem tem em 1988 o filho Bernardo (hoje conhecido como Agir), para além de ser uma das vozes na canção de solidariedade “Abraço a Moçambique”, em 1985. Este momento de hoje no “Gramofone” foi gravado para o Natal dos Hospitais do ano seguinte na Base Aérea do Lumiar e ao lado de Helena Isabel estavam os elementos do grupo de ballet do Teatro ABC. A música de Thilo Krasmann (com letra de César de Oliveira) pertencia à revista «Lisboa Tejo e Tudo», mas acabou por não chegar a disco. Aqui fica perpetuada neste “Gramofone”, para que as memórias nunca se percam!
Nascida em 1952, a actriz e cantora surge nos ecrãs televisivos ainda na adolescência, no programa de humor e variedades “Riso & Ritmo”, de Francisco Cortez, Armando Nicholson e do músico Eugénio Pepe. Entre filmes e teatro, chega a 1971 como uma das finalistas do concurso Miss Portugal. A música espreitava já, mas só em 1974 é que Helena Isabel se estreia a sério nessas lides. Assim, no Festival RTP da Canção desse ano, ganho por Paulo de Carvalho com “E Depois do Adeus”, a cantora classifica-se em 6.º lugar com “Canção Solidão”, um original de José Drummond com direcção musical de Thilo Krasmann. A Movieplay foi então a editora deste primeiro dos cinco discos gravados em nome próprio por Helena Isabel nas décadas de 1970 e 1980. No mesmo ano, surge também na primeira incursão fonográfica do grupo de teatro Adoque, o LP “Pides na Grelha”, editado pela Valentim de Carvalho.
Na segunda metade da década de 1970, Helena Isabel faz de empregada de escritório na «opereta urbana» editada em disco “Fernandinho Vai ó Vinho”, de Júlio Pereira, e surge nos coros dos álbuns “Quem Cala Consente”, de José Jorge Letria, e “Vol. 1”, de Paulo de Carvalho. Em 1978, é uma das actrizes-cantoras na peça “O Caso da Mãozinha Misteriosa”, do Teatro Aberto, que também chega a disco pelas mãos da editora independente Toma Lá Disco. O primeiro ano da nova década seria bastante movimentado, com Helena Isabel a participar em duas frentes no Festival da Canção que deu a vitória a José Cid. Assim, como uma das integrantes do quarteto As Alegres Comadres (ao lado de Adelaide Ferreira, Ana Bola e Mila Ferreira), canta “Alegria em Mi Maior” (letra de José Jorge Letria e música de Carlos Mendes) na 1.ª semi-final. Por coincidência, a canção classifica-se em 7.º lugar ex-aequo com “Um Abraço, Mais Nada” (de Nuno Gomes dos Santos), a proposta que Helena Isabel defenderia a solo no certame. Mas a actriz e cantora chegaria mesmo à final, já que era uma das vozes no coro de “Self-Made Man”, a canção que o grupo SARL levou ao 4.º lugar do Festival desse ano de 1980. No mesmo ano, é ainda a sua voz que ouvimos ao lado da de Fernando Tordo em “Os Docinhos”, do álbum deste “Cantigas Cruzadas”.
Três anos depois, Helena Isabel classifica-se em 3.º lugar no Festival da Canção com "E Afinal Quem És Tu", com letra de Nuno Gomes dos Santos e música de José Calvário. Nesse ano, o pódio era completado pelo vitorioso Armando Gama, com “Esta Balada Que Te Dou”, e Herman José, com “A Cor do Teu Baton”. Apenas um ponto abaixo de Helena Isabel estava o dueto de Carlos Paião com Cândida Branca-Flor, “Vinho do Porto, Vinho de Portugal”, num festival cujo elevado nível fica desde logo assim comprovado. Ainda em 1983, Helena Isabel edita pelo histórico selo Orfeu o seu último disco, com as canções “Porta Aberta” e “Mar Amor”, de novo da dupla Nuno Gomes dos Santos e José Calvário. No ano seguinte, é já ao lado de Paulo de Carvalho que participa pela última vez no Festival RTP da Canção, com “(Já) Pode Ser Tarde”, que não chegaria no entanto à final nesse ano que deu a vitória a Maria Guinot com “Silêncio (e Tanta Gente)”.
Helena Isabel participa então em vários discos de Paulo de Carvalho, com quem casa e de quem tem em 1988 o filho Bernardo (hoje conhecido como Agir), para além de ser uma das vozes na canção de solidariedade “Abraço a Moçambique”, em 1985. Este momento de hoje no “Gramofone” foi gravado para o Natal dos Hospitais do ano seguinte na Base Aérea do Lumiar e ao lado de Helena Isabel estavam os elementos do grupo de ballet do Teatro ABC. A música de Thilo Krasmann (com letra de César de Oliveira) pertencia à revista «Lisboa Tejo e Tudo», mas acabou por não chegar a disco. Aqui fica perpetuada neste “Gramofone”, para que as memórias nunca se percam!