HELDER MARTINS E ORQUESTRA DE JORGE COSTA PINTO por João Carlos Callixto
20 Jan 1964 - "My Kind of Girl"
A História da Música em Portugal está plena de sub-histórias – não por serem de menor importância mas por se encadearem muitas vezes umas nas outras. Num país pequeno e periférico, em termos geográficos, não é de espantar que os músicos frequentem todos sensivelmernte os mesmos círculos, esbatendo as quase sempre artificiais fronteiras entre a música erudita, o jazz e todas as restantes músicas populares.
Para abrir esta nova temporada do “Gramofone”, os nomes que aqui trago são disso perfeitos exemplos: por um lado, o cantor e pianista Helder Martins; por outro, o baterista e maestro Jorge Costa Pinto. Desaparecido prematuramente o primeiro há já quase 40 anos, continua este último a transmitir a sua experiência e conhecimento a gerações de novos músicos e ouvintes, também aqui na nossa Antena 2.
Helder Martins nasceu na Madeira, em 1929, e do circuito local de hotéis passa rapidamente à gravação de discos. Em meados dos anos 50, encontramo-lo a acompanhar cantores como Alberto Ribeiro, Tony de Matos ou o seu conterrâneo Max, começando pouco depois a gravar em nome próprio, com o seu conjunto. Para a Valentim de Carvalho, deixa dois discos na série “Lisbon at Midnight”, em que interpreta temas seus e de autores como o também maestro Manuel Viegas. Na mesma altura, passa pelo conjunto o alemão Thilo Krasmann, a passos de iniciar uma brilhante carreira como músico, arranjador e dirigente.
Já na década de 60, Helder Martins surge em gravações de Rui de Mascarenhas, de Maria de Lourdes Resende ou de Simone de Oliveira, sendo também o autor das canções do filme “Pão, Amor e Totobola”, de 1964, com as vozes de Zeca do Rock e da brasileira Maria Helena. Após períodos em que actuou na África do Sul e em Moçambique, onde chega a acompanhar o fadista Carlos Macedo, em início de carreira, Helder Martins regressa à sua Madeira natal, falecendo em 1978.
Jorge Costa Pinto, nascido em Lisboa em finais de 1932, foi sempre também um apaixonado pelo jazz, de que é um dos fortes impulsionadores no nosso país. Integrou várias orquestras e foi fundador do Hot Club de Portugal, em 1948, com apenas 15 anos. Na casa Negresco, uma das muitas da noite lisboeta de então, trava conhecimento com Amália Rodrigues, que viria a dirigir mais tarde ao vivo e em disco.
Em 1959, Jorge Costa Pinto toca com a orquestra do italiano Ray Martino, que se apresentava na casa Canoa, no Estoril. No mesmo ano, estreia-se ainda nas gravações como maestro, ao lado do também italiano Loris Velli, sócio de Raul Solnado no restaurante Sorrento. O Quarteto de Mário Simões é o grupo por onde passa de seguida, mas rapidamente o volume de solicitações para arranjos e direcção obrigam a uma cada vez maior concentração nessas actividades, que seriam aliás onde mais se distingue e pelas quais é hoje reconhecido no meio.
Neste programa de jazz produzido por Manuel Jorge Veloso, apresentado por Henrique Mendes e transmitido em 1964 pela RTP, encontramos músicos como Carlos Menezes (pioneiro da guitarra eléctrica entre nós), José Santos Rosa e Vítor Santos (saxofones), Mário Coelho e Alírio Covas (trompetes), Angel Peiró (piano) e Raul Paredes (contrabaixo). Quanto a “My Kind of Girl”, depois da interpretação original, por Matt Monro, em 1961, teve versões por artistas como Frank Sinatra ou, mais recentemente, Michael Bublé.
Para abrir esta nova temporada do “Gramofone”, os nomes que aqui trago são disso perfeitos exemplos: por um lado, o cantor e pianista Helder Martins; por outro, o baterista e maestro Jorge Costa Pinto. Desaparecido prematuramente o primeiro há já quase 40 anos, continua este último a transmitir a sua experiência e conhecimento a gerações de novos músicos e ouvintes, também aqui na nossa Antena 2.
Helder Martins nasceu na Madeira, em 1929, e do circuito local de hotéis passa rapidamente à gravação de discos. Em meados dos anos 50, encontramo-lo a acompanhar cantores como Alberto Ribeiro, Tony de Matos ou o seu conterrâneo Max, começando pouco depois a gravar em nome próprio, com o seu conjunto. Para a Valentim de Carvalho, deixa dois discos na série “Lisbon at Midnight”, em que interpreta temas seus e de autores como o também maestro Manuel Viegas. Na mesma altura, passa pelo conjunto o alemão Thilo Krasmann, a passos de iniciar uma brilhante carreira como músico, arranjador e dirigente.
Já na década de 60, Helder Martins surge em gravações de Rui de Mascarenhas, de Maria de Lourdes Resende ou de Simone de Oliveira, sendo também o autor das canções do filme “Pão, Amor e Totobola”, de 1964, com as vozes de Zeca do Rock e da brasileira Maria Helena. Após períodos em que actuou na África do Sul e em Moçambique, onde chega a acompanhar o fadista Carlos Macedo, em início de carreira, Helder Martins regressa à sua Madeira natal, falecendo em 1978.
Jorge Costa Pinto, nascido em Lisboa em finais de 1932, foi sempre também um apaixonado pelo jazz, de que é um dos fortes impulsionadores no nosso país. Integrou várias orquestras e foi fundador do Hot Club de Portugal, em 1948, com apenas 15 anos. Na casa Negresco, uma das muitas da noite lisboeta de então, trava conhecimento com Amália Rodrigues, que viria a dirigir mais tarde ao vivo e em disco.
Em 1959, Jorge Costa Pinto toca com a orquestra do italiano Ray Martino, que se apresentava na casa Canoa, no Estoril. No mesmo ano, estreia-se ainda nas gravações como maestro, ao lado do também italiano Loris Velli, sócio de Raul Solnado no restaurante Sorrento. O Quarteto de Mário Simões é o grupo por onde passa de seguida, mas rapidamente o volume de solicitações para arranjos e direcção obrigam a uma cada vez maior concentração nessas actividades, que seriam aliás onde mais se distingue e pelas quais é hoje reconhecido no meio.
Neste programa de jazz produzido por Manuel Jorge Veloso, apresentado por Henrique Mendes e transmitido em 1964 pela RTP, encontramos músicos como Carlos Menezes (pioneiro da guitarra eléctrica entre nós), José Santos Rosa e Vítor Santos (saxofones), Mário Coelho e Alírio Covas (trompetes), Angel Peiró (piano) e Raul Paredes (contrabaixo). Quanto a “My Kind of Girl”, depois da interpretação original, por Matt Monro, em 1961, teve versões por artistas como Frank Sinatra ou, mais recentemente, Michael Bublé.