GEORGES MOUSTAKI por João Carlos Callixto
29 Jul 1974 - "Portugal (Fado Tropical)"
Logo na sequência do 25 de Abril de 1974, Georges Moustaki apresenta-se ao vivo em Portugal. O “Gramofone” viaja hoje até esse momento captado ao vivo no Teatro Maria Matos, em Lisboa, para mostrar a adaptação que o francês faz do “Fado Tropical” de Chico Buarque, e que tão popular se tornou então.
Um dos nomes mais reconhecidos da canção francesa, Moustaki começou por se destacar ainda na década de 50. Amigo e admirador de Georges Brassens, começa por escrever ao lado de Henri Salvador. Na mesma altura, conhece Édith Piaf, com quem mantém uma curta relação amorosa e para quem escreve a letra de “Milord”. No mesmo ano, 1958, a popular vedeta grava um EP integralmente composto por originais do então conhecido como Jo Moustaki.
A estreia em álbum chega em 1961, com “Les Orteils au Soleil”, na editora Ducretet-Thomson, que acolhera até pouco antes a nossa Amália Rodrigues. Seguem-se vários EPs, alguns deles com bandas sonoras da autoria de Moustaki, mas o verdadeiro sucesso chegaria apenas no final da década, com a canção “Le Métèque”. Agora em nova editora, a Polydor, onde permanece até meados da década de 80 e para quem grava a quase totalidade da sua obra, o espírito nómada da canção reflecte de forma única os ventos libertários pós-Maio de 68.
O interesse pela música brasileira surge claro no álbum de Moustaki editado em 1973, onde vem a versão francesa de “Águas de Março”, popularizado por Elis Regina. Esse foi também o ano da apresentação no Brasil da peça “Calabar”, para onde Ruy Guerra e Chico Buarque escreveram o “Fado Tropical”, com a sua letra irónica e as referências ao “império colonial”, e que Moustaki inclui no álbum que grava pouco depois da nossa Revolução de Abril.
Ao vir a Portugal três meses depois, num concerto captado pela RTP, seria de esperar que fechasse a noite com esta sua versão que baptizou precisamente com o nome do nosso país. Na realidade, era já um encore, uma vez que o tema tinha feito parte do alinhamento do espectáculo. A popularidade da canção foi imensa e nomes como Clemente, então em início de carreira, e Paula Ribas, que estava então no Brasil, gravam-na entre 1974 e 1975 a versão original de Chico Buarque. Georges Moustaki continuaria a sua carreira até perto do fim da vida, em 2013, passando por Portugal para um último concerto em 2008.
Um dos nomes mais reconhecidos da canção francesa, Moustaki começou por se destacar ainda na década de 50. Amigo e admirador de Georges Brassens, começa por escrever ao lado de Henri Salvador. Na mesma altura, conhece Édith Piaf, com quem mantém uma curta relação amorosa e para quem escreve a letra de “Milord”. No mesmo ano, 1958, a popular vedeta grava um EP integralmente composto por originais do então conhecido como Jo Moustaki.
A estreia em álbum chega em 1961, com “Les Orteils au Soleil”, na editora Ducretet-Thomson, que acolhera até pouco antes a nossa Amália Rodrigues. Seguem-se vários EPs, alguns deles com bandas sonoras da autoria de Moustaki, mas o verdadeiro sucesso chegaria apenas no final da década, com a canção “Le Métèque”. Agora em nova editora, a Polydor, onde permanece até meados da década de 80 e para quem grava a quase totalidade da sua obra, o espírito nómada da canção reflecte de forma única os ventos libertários pós-Maio de 68.
O interesse pela música brasileira surge claro no álbum de Moustaki editado em 1973, onde vem a versão francesa de “Águas de Março”, popularizado por Elis Regina. Esse foi também o ano da apresentação no Brasil da peça “Calabar”, para onde Ruy Guerra e Chico Buarque escreveram o “Fado Tropical”, com a sua letra irónica e as referências ao “império colonial”, e que Moustaki inclui no álbum que grava pouco depois da nossa Revolução de Abril.
Ao vir a Portugal três meses depois, num concerto captado pela RTP, seria de esperar que fechasse a noite com esta sua versão que baptizou precisamente com o nome do nosso país. Na realidade, era já um encore, uma vez que o tema tinha feito parte do alinhamento do espectáculo. A popularidade da canção foi imensa e nomes como Clemente, então em início de carreira, e Paula Ribas, que estava então no Brasil, gravam-na entre 1974 e 1975 a versão original de Chico Buarque. Georges Moustaki continuaria a sua carreira até perto do fim da vida, em 2013, passando por Portugal para um último concerto em 2008.