GAC - VOZES NA LUTA por João Carlos Callixto
26 Nov 1974 - "A Cantiga É uma Arma"
Nos tempos quentes do pós-revolução, o Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta foi uma das formações musicais que mais se distinguiu. Com José Mário Branco à cabeça, as suas canções serviram de hinos para muitas causas, provando que a cantiga é mesmo uma arma – como no título do momento aqui recordado neste “Gramofone”, em 1974.
O grupo tinha sido formado nesse ano, logo depois do 25 de Abril, inicialmente com a designação CAC (Colectivo de Acção Cultural). Após alterações na formação, o novo nome seria aquele com se tornam conhecidos e que manteriam em todo o seu percurso – apesar de normalmente serem referidos apenas como GAC. As primeiras edições discográficas seriam em formato single, reunidas depois no LP “A Cantiga É uma Arma”, em 1975. Todos estes discos foram publicados pela Cooperativa Vozes na Luta, criada pelo grupo, e que chegou a editar ainda discos de outros artistas.
O GAC tinha vários elementos distribuídos pelo país, apresentando-se ao vivo com diversas formações, consoante as circunstâncias o justificavam. Este momento captado pela RTP em Novembro de 1974 provém de uma reportagem com apresentação de Fernando Pessa sobre a Feira de São Martinho, na Golegã. Em palco, estão Afonso Dias (que depois seria deputado e seguiria mais tarde carreira musical a solo, até aos dias de hoje), Alberto, Carlos, António Duarte (que em 2015 publicou o álbum “Claro como a Água”), José Júlio Gonçalves e José Mário Branco.
Alguns meses depois, em Fevereiro de 1975, o GAC participa no Festival RTP da Canção com "Alerta!". No entanto, a entrada é em nome de José Mário Branco, cabendo as outras vozes a mais cinco elementos do grupo: Milucha, Lena, o crítico João Lisboa, Carlos Guerreiro (hoje dos Gaiteiros de Lisboa), e Toinas (que deu voz à épica “Cantiga sem Maneiras”, gravada no álbum “Pois Canté!”, de 1976). A canção fica em 5.º lugar, cabendo a vitória a “Madrugada”, por Duarte Mendes, mas o principal trunfo para o GAC seria o ter podido ler aos microfones da RTP um comunicado em que diziam que vinham “apresentar uma canção que se demarcasse nitidamente, pelo seu conteúdo e pela sua forma, das lamechices, dos paternalismos poético-realistas e dos lugares-comuns musicais a que nos habituaram muitos responsáveis da canção ligeira”. Palavras sábias, mais de 40 anos depois.
Entre 1976 e 1978, o GAC edita três importantes álbuns de estúdio marcados pela canção tradicional e pelas mensagens de intervenção política, deixando um legado que fez escola desde logo e que continua marcante nos dias de hoje.
O grupo tinha sido formado nesse ano, logo depois do 25 de Abril, inicialmente com a designação CAC (Colectivo de Acção Cultural). Após alterações na formação, o novo nome seria aquele com se tornam conhecidos e que manteriam em todo o seu percurso – apesar de normalmente serem referidos apenas como GAC. As primeiras edições discográficas seriam em formato single, reunidas depois no LP “A Cantiga É uma Arma”, em 1975. Todos estes discos foram publicados pela Cooperativa Vozes na Luta, criada pelo grupo, e que chegou a editar ainda discos de outros artistas.
O GAC tinha vários elementos distribuídos pelo país, apresentando-se ao vivo com diversas formações, consoante as circunstâncias o justificavam. Este momento captado pela RTP em Novembro de 1974 provém de uma reportagem com apresentação de Fernando Pessa sobre a Feira de São Martinho, na Golegã. Em palco, estão Afonso Dias (que depois seria deputado e seguiria mais tarde carreira musical a solo, até aos dias de hoje), Alberto, Carlos, António Duarte (que em 2015 publicou o álbum “Claro como a Água”), José Júlio Gonçalves e José Mário Branco.
Alguns meses depois, em Fevereiro de 1975, o GAC participa no Festival RTP da Canção com "Alerta!". No entanto, a entrada é em nome de José Mário Branco, cabendo as outras vozes a mais cinco elementos do grupo: Milucha, Lena, o crítico João Lisboa, Carlos Guerreiro (hoje dos Gaiteiros de Lisboa), e Toinas (que deu voz à épica “Cantiga sem Maneiras”, gravada no álbum “Pois Canté!”, de 1976). A canção fica em 5.º lugar, cabendo a vitória a “Madrugada”, por Duarte Mendes, mas o principal trunfo para o GAC seria o ter podido ler aos microfones da RTP um comunicado em que diziam que vinham “apresentar uma canção que se demarcasse nitidamente, pelo seu conteúdo e pela sua forma, das lamechices, dos paternalismos poético-realistas e dos lugares-comuns musicais a que nos habituaram muitos responsáveis da canção ligeira”. Palavras sábias, mais de 40 anos depois.
Entre 1976 e 1978, o GAC edita três importantes álbuns de estúdio marcados pela canção tradicional e pelas mensagens de intervenção política, deixando um legado que fez escola desde logo e que continua marcante nos dias de hoje.