FRANCISCO FANHAIS por João Carlos Callixto
10 Nov 1981 - "Porque"
Francisco Fanhais foi padre nos últimos anos do Estado Novo e foi através do sacerdócio que deu voz ao seu protesto. Gravou dois discos na viragem da década de 60 para a de 70, mas este “Gramofone” mostra-o mais tarde: estamos em 1981, no programa “Trova do Vento Que Passa”, apresentado por Manuel Alegre para a RTP, e ouvimos a canção “Porque”, com poema de Sophia de Mello Breyner Andresen e música de Francisco Fernandes.
Esta foi uma das músicas a integrar o único álbum de Francisco Fanhais: “Canções da Cidade Nova”, publicado em 1970 pelo selo Zip-Zip, que fôra criado na recta final do famoso programa homónimo da RTP. Um ano antes, saíra o primeiro registo de Fanhais, um EP pela Orfeu com músicas suas a partir de poemas de Sebastião da Gama ou de João Apolinário e ainda um texto bíblico musicado por Pedro Lobo Antunes. Este último, irmão de António Lobo Antunes, viria a ser um dos cantores de protesto a não chegar a disco, mas que Fanhais volta a gravar no seu álbum.
Em 1971, impedido de exercer o sacerdócio, Fanhais parte para França, onde participa nesse ano nas gravações do álbum “Cantigas do Maio”, de José Afonso. São também seus os passos que ouvimos em “Grândola, Vila Morena”, captados no exterior dos estúdios do Castelo de Hérouville, onde Zeca grava esse que era já o seu quinto álbum de estúdio. Fora algumas colaborações posteriores, desde logo ao lado de Zeca, não mais voltaria Fanhais a gravar em nome próprio. “Cantata da Paz” (também sob poema de Sophia e com música de Rui Paz) ou “Corpo Renascido” (com poema de Manuel Alegre e música novamente de Pedro Lobo Antunes, e que seria também apresentado neste programa da RTP) ficam como duas das suas canções que, ao lado deste “Porque”, andaram e andam ainda de boca em boca como retrato de um país que nunca deixou de acreditar no futuro.
Esta foi uma das músicas a integrar o único álbum de Francisco Fanhais: “Canções da Cidade Nova”, publicado em 1970 pelo selo Zip-Zip, que fôra criado na recta final do famoso programa homónimo da RTP. Um ano antes, saíra o primeiro registo de Fanhais, um EP pela Orfeu com músicas suas a partir de poemas de Sebastião da Gama ou de João Apolinário e ainda um texto bíblico musicado por Pedro Lobo Antunes. Este último, irmão de António Lobo Antunes, viria a ser um dos cantores de protesto a não chegar a disco, mas que Fanhais volta a gravar no seu álbum.
Em 1971, impedido de exercer o sacerdócio, Fanhais parte para França, onde participa nesse ano nas gravações do álbum “Cantigas do Maio”, de José Afonso. São também seus os passos que ouvimos em “Grândola, Vila Morena”, captados no exterior dos estúdios do Castelo de Hérouville, onde Zeca grava esse que era já o seu quinto álbum de estúdio. Fora algumas colaborações posteriores, desde logo ao lado de Zeca, não mais voltaria Fanhais a gravar em nome próprio. “Cantata da Paz” (também sob poema de Sophia e com música de Rui Paz) ou “Corpo Renascido” (com poema de Manuel Alegre e música novamente de Pedro Lobo Antunes, e que seria também apresentado neste programa da RTP) ficam como duas das suas canções que, ao lado deste “Porque”, andaram e andam ainda de boca em boca como retrato de um país que nunca deixou de acreditar no futuro.