FLORÊNCIA por João Carlos Callixto
7 Jan 1980 - "Zé Povinho"
A cantora Florência teve uma carreira de grande sucesso entre o final dos anos 60 e o início dos 80, tendo dado os primeiros passos profissionais muito nova, ainda no Brasil. Este “Gramofone” viaja até ao ano de 1980 para a mostrar a dar voz a um original de José Cid, “Zé Povinho”, num programa apresentado pelo actor Varela Silva e de homenagem ao seu marido, o empresário Domingos Parker.
Uma das vozes do Norte do país mais populares de sempre, Florência vence no início da década de 1950 o concurso de Rainha das Cantadeiras, no seu Porto natal. Pouco depois, parte para o Brasil e é aí que grava pela primeira vez, pela editora Todamérica, com o nome Florência de Fátima. Em meados da década seguinte, já em Portugal, Florência surge já como Florência Rodrigues, gravando um par de discos para a etiqueta Ofir, do Porto. No entanto, seria a partir do momento em que assina com a Orfeu, de Arnaldo Trindade, que a sua carreira em Portugal conhece uma rota verdadeiramente ascendente. O primeiro disco para a nova editora é publicado em 1969 e contém várias marchas alusivas ao São João do Porto, temática reincidente em gravações futuras.
O ano de 1971 trouxe dois dos mais reconhecidos sucessos na voz de Florência e que vários outros artistas gravaram já: “A Moda da Amora Negra” e “De Rosa ao Peito”, ambos da autoria da dupla José Guimarães (letra) e Resende Dias (música). Esta última canção conheceu aliás novo momento de sucesso quando Mariza a incluiu no seu quarto álbum, “Terra”, em 2008 – desta vez, com o título “Rosa Branca”. Mas 1971 traria a Florência um reconhecimento também em dois Festivais de Música: o primeiro e único Festival da Canção da Guarda (onde fica em 2.º lugar com “João do Mar”, de novo da dupla José Guimarães e Resende Dias) e, já no fim do ano, o 1.º Festival dos Dois Mundos (com “Canção por Ti” e “Passeio”, ambas com letra do jornalista e poeta José Viale Moutinho e músicas de um jovem José Calvário).
Ao longo da década de 70, muitos foram os discos que Florência gravou, nomeadamente nas áreas do folclore, do fado ou do reportório original escrito para a sua voz por José Guimarães e Resende Dias, maestro que seria também das presenças mais assíduas no percurso da cantora. Mas outros nomes se cruzaram com a sua obra, como Mário Contumélias e Manuel José Soares, que lhe entregam a canção “O Comboio do Tua”. Defendida por Florência de forma única no Festival RTP da Canção de 1979, vence uma das semifinais mas acaba por ficar em penúltimo lugar na final que deu a vitória a “Sobe, Sobe, Balão Sobe”, por Manuela Bravo.
O momento de hoje, “Zé Povinho”, foi editado em 1980 num single em que o lado B, “Trigueira de Olhos Gaiatos”, trazia a assinatura da mesma dupla de autores: Maria Manuel Cid (letra) e José Cid (música). Enquanto que em disco era Shegundo Galarza a acompanhar a cantora, aqui vemos os guitarristas Alexandre Santos e Manuel dos Santos, ao lado do próprio Domingos Parker. Apesar do progressivo afastamento das luzes da ribalta, ainda em 2018 Florência surgiu ao lado do cantor algarvio Rui Vaz num álbum deste último que celebra o legado de uma das grandes vozes femininas da nossa Música.
Uma das vozes do Norte do país mais populares de sempre, Florência vence no início da década de 1950 o concurso de Rainha das Cantadeiras, no seu Porto natal. Pouco depois, parte para o Brasil e é aí que grava pela primeira vez, pela editora Todamérica, com o nome Florência de Fátima. Em meados da década seguinte, já em Portugal, Florência surge já como Florência Rodrigues, gravando um par de discos para a etiqueta Ofir, do Porto. No entanto, seria a partir do momento em que assina com a Orfeu, de Arnaldo Trindade, que a sua carreira em Portugal conhece uma rota verdadeiramente ascendente. O primeiro disco para a nova editora é publicado em 1969 e contém várias marchas alusivas ao São João do Porto, temática reincidente em gravações futuras.
O ano de 1971 trouxe dois dos mais reconhecidos sucessos na voz de Florência e que vários outros artistas gravaram já: “A Moda da Amora Negra” e “De Rosa ao Peito”, ambos da autoria da dupla José Guimarães (letra) e Resende Dias (música). Esta última canção conheceu aliás novo momento de sucesso quando Mariza a incluiu no seu quarto álbum, “Terra”, em 2008 – desta vez, com o título “Rosa Branca”. Mas 1971 traria a Florência um reconhecimento também em dois Festivais de Música: o primeiro e único Festival da Canção da Guarda (onde fica em 2.º lugar com “João do Mar”, de novo da dupla José Guimarães e Resende Dias) e, já no fim do ano, o 1.º Festival dos Dois Mundos (com “Canção por Ti” e “Passeio”, ambas com letra do jornalista e poeta José Viale Moutinho e músicas de um jovem José Calvário).
Ao longo da década de 70, muitos foram os discos que Florência gravou, nomeadamente nas áreas do folclore, do fado ou do reportório original escrito para a sua voz por José Guimarães e Resende Dias, maestro que seria também das presenças mais assíduas no percurso da cantora. Mas outros nomes se cruzaram com a sua obra, como Mário Contumélias e Manuel José Soares, que lhe entregam a canção “O Comboio do Tua”. Defendida por Florência de forma única no Festival RTP da Canção de 1979, vence uma das semifinais mas acaba por ficar em penúltimo lugar na final que deu a vitória a “Sobe, Sobe, Balão Sobe”, por Manuela Bravo.
O momento de hoje, “Zé Povinho”, foi editado em 1980 num single em que o lado B, “Trigueira de Olhos Gaiatos”, trazia a assinatura da mesma dupla de autores: Maria Manuel Cid (letra) e José Cid (música). Enquanto que em disco era Shegundo Galarza a acompanhar a cantora, aqui vemos os guitarristas Alexandre Santos e Manuel dos Santos, ao lado do próprio Domingos Parker. Apesar do progressivo afastamento das luzes da ribalta, ainda em 2018 Florência surgiu ao lado do cantor algarvio Rui Vaz num álbum deste último que celebra o legado de uma das grandes vozes femininas da nossa Música.