FERNANDO RUEDA E THILO`S COMBO, por João Carlos Callixto
16 Dez 1962 - "La Boa"
O nome de Fernando Rueda pode dizer muito pouco hoje em dia ao grande público, mas nas décadas de 50 e 60 foi um elemento bem importante do panorama musical de Portugal, como baterista de conjuntos ligeiros e também como presença regular no Hot Clube de Portugal. Em disco, deixou um rasto bem vasto e não muito conhecido, apesar de os seus passos ao lado do Thilo’s Combo serem mesmo assim mais recordados.
Logo em 1952, com 25 anos, encontramos Fernando Rueda como membro fundador do Conjunto Mário Simões, ao lado do titular (no piano), de Jaime Nascimento (guitarra eléctrica), Jorge Machado (contrabaixo) e Carlos Fernando (voz). O grupo assina logo contrato com a Valentim de Carvalho e edita vários discos a partir de 1953, ainda em 78 rotações. Para além de serem os primeiros a registar a “Canção do Mar”, de Ferrer Trindade, gravam também ao lado de Amália Rodrigues algumas composições associadas ao repertório ligeiro internacional.
Saindo do Conjunto de Mário Simões na segunda metade da década de 1950, Fernando Rueda passa depois pelos conjuntos do madeirense Helder Martins e do italiano Ray Martino. Mas seria com o conjunto seguinte, o Thilo’s Combo, formado em 1962, que o seu talento e presença se tornaram mais divulgados, muito por culpa também da RTP. Então com apenas cinco anos, o canal de televisão pública prontamente dá a mão a este conjunto que vem também a assinar contrato com a Valentim de Carvalho. O ritmo de edições é frenético, assim como os géneros abordados, quer ao nível das versões quer dos originais, assinados maioritariamente pelo líder Thilo Krasmann (no contrabaixo). Ao seu lado, estão ainda José Luís Simões (guitarra), Enrique Peiró Júnior (piano, logo substituído por Jorge Pinto) e Victor Santos (saxofone), sendo que o grupo é requisitado para acompanhar em disco várias vedetas da canção, como António Calvário, o Duo Ouro Negro, Max, Simone de Oliveira, Paula Ribas ou João Maria Tudella.
Logo no ano inicial do Thilo’s Combo, Fernando Rueda destaca-se também como vocalista, vindo a editar em 1963 o seu único disco em nome próprio, "A Voz de Rueda". Aí se incluía repertório alemão, italiano e brasileiro (“Sucedeu Assim”, de Antônio Carlos Jobim), mas não está a cubana “La Boa” que o baterista apresentara num programa musical da RTP em finais de 1962. Esta canção de Carlos Reyes e Felix Reina foi popularizada pelo grupo La Sonora Santanera, mas teve muitas versões ao longo da década e dos tempos, sendo um retrato de época a que o ritmo acrescenta um colorido especial.
Após a sua saída do Thilo's Combo, Rueda funda o conjunto Rueda + 4, que integra ainda Ángel Peiró, Correia Martins, Agostinho Caineta e José Cabeleira e que grava dois EPs em nome próprio para a etiqueta Riso & Ritmo (um deles com canções do filme “Operação Dinamite”), para além de acompanhar cantores como Ary Lopes e Glória
Norton ou o duo The Strollers (com Teresa Paula Brito e José Duarte). O último traço em disco de Fernando Rueda surge em 1970, num EP do alemão Siegfried Sugg em que este se abeira de composições como “Uma Casa Portuguesa” ou a “Canção do Mar” a que o baterista estivera historicamente associado vinte anos antes.
Logo em 1952, com 25 anos, encontramos Fernando Rueda como membro fundador do Conjunto Mário Simões, ao lado do titular (no piano), de Jaime Nascimento (guitarra eléctrica), Jorge Machado (contrabaixo) e Carlos Fernando (voz). O grupo assina logo contrato com a Valentim de Carvalho e edita vários discos a partir de 1953, ainda em 78 rotações. Para além de serem os primeiros a registar a “Canção do Mar”, de Ferrer Trindade, gravam também ao lado de Amália Rodrigues algumas composições associadas ao repertório ligeiro internacional.
Saindo do Conjunto de Mário Simões na segunda metade da década de 1950, Fernando Rueda passa depois pelos conjuntos do madeirense Helder Martins e do italiano Ray Martino. Mas seria com o conjunto seguinte, o Thilo’s Combo, formado em 1962, que o seu talento e presença se tornaram mais divulgados, muito por culpa também da RTP. Então com apenas cinco anos, o canal de televisão pública prontamente dá a mão a este conjunto que vem também a assinar contrato com a Valentim de Carvalho. O ritmo de edições é frenético, assim como os géneros abordados, quer ao nível das versões quer dos originais, assinados maioritariamente pelo líder Thilo Krasmann (no contrabaixo). Ao seu lado, estão ainda José Luís Simões (guitarra), Enrique Peiró Júnior (piano, logo substituído por Jorge Pinto) e Victor Santos (saxofone), sendo que o grupo é requisitado para acompanhar em disco várias vedetas da canção, como António Calvário, o Duo Ouro Negro, Max, Simone de Oliveira, Paula Ribas ou João Maria Tudella.
Logo no ano inicial do Thilo’s Combo, Fernando Rueda destaca-se também como vocalista, vindo a editar em 1963 o seu único disco em nome próprio, "A Voz de Rueda". Aí se incluía repertório alemão, italiano e brasileiro (“Sucedeu Assim”, de Antônio Carlos Jobim), mas não está a cubana “La Boa” que o baterista apresentara num programa musical da RTP em finais de 1962. Esta canção de Carlos Reyes e Felix Reina foi popularizada pelo grupo La Sonora Santanera, mas teve muitas versões ao longo da década e dos tempos, sendo um retrato de época a que o ritmo acrescenta um colorido especial.
Após a sua saída do Thilo's Combo, Rueda funda o conjunto Rueda + 4, que integra ainda Ángel Peiró, Correia Martins, Agostinho Caineta e José Cabeleira e que grava dois EPs em nome próprio para a etiqueta Riso & Ritmo (um deles com canções do filme “Operação Dinamite”), para além de acompanhar cantores como Ary Lopes e Glória
Norton ou o duo The Strollers (com Teresa Paula Brito e José Duarte). O último traço em disco de Fernando Rueda surge em 1970, num EP do alemão Siegfried Sugg em que este se abeira de composições como “Uma Casa Portuguesa” ou a “Canção do Mar” a que o baterista estivera historicamente associado vinte anos antes.