ENA PÁ 2000 por João Carlos Callixto
9 mai 1987 - "Telephone Call"
Em 1986, Frank Zappa via publicado o seu álbum ao vivo “Does Humor Belong in Music?”. Esta interrogação sobre o lugar do humor na música era, naturalmente, uma pergunta com bastante retórica e com a ironia sempre presente na obra e personalidade do músico norte-americano. Cá por Portugal, o vídeo que este “Gramofone” propõe é de um ano depois e pode funcionar também como uma perfeita resposta à pergunta de Zappa. Como nem tudo o que parece é, as letras mais escatológicas e cómicas não têm em si nada de redutor – antes pelo contrário – e ainda menos quando são servidas por música e músicos de primeira água, como é aqui o caso.
Com o delírio e a fantasia sempre presentes, os Ena Pá 2000 vão a caminho das quatro décadas de vida – formaram-se em 1984, tendo usado primeiro o nome Modess & Aderentes. Manuel João Vieira, o carismático frontman, tinha participado no ano anterior no álbum “Flor de la Mar”, de Vitorino, reincidindo em “Leitaria Garrett”, também de 1984, e sendo responsável pelos arranjos da composição “Marcha Ingénua”, do álbum “Sul” (1985). Será este um palmarés inesperado para quem sempre se tem destacado por um certo tipo de iconoclastia? Com a resposta por dar, a formação dos Ena Pá 2000 consolida-se também por estas mesmas alturas, com Francisco Ferro, Luís Desirat, Pedro Rijo, Manuel Duarte e João Santos, para além do próprio Manuel João Vieira.
Em 1987, a banda concorre ao 4.º Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous, então o certame que mais visibilidade dava a projectos vindos das franjas da indústria mas que nela ambicionavam penetrar. Com a assinatura de um contrato com a multinacional CBS, estabelecida em Portugal pouco antes, o grupo chega então à edição do primeiro disco, em formato single. “Telephone Call”, a canção de hoje no “Gramofone”, era o lado A desse trabalho, que trazia “Pão, Amor e Totobola” no lado B. O imaginário retro, tratado deliberadamente de uma forma kitsch, fez sempre parte da obra do grupo, como está aliás bem patente nestas imagens oriundas do programa “Já Está”, apresentado por Joaquim Letria.
A chegada do grupo aos álbuns deu-se já na nova década, com “Projecto Ena Pá 2000 Enapália” (1991), editado pelo selo El Tatu. A co-produção coube a José Moz Carrapa, ex-Salada de Frutas e futuro membro da Ala dos Namorados, e aí se albergavam canções como “És Cruel” ou “Sexo na Banheira”. Com “És Muita Linda”, editado em 1994 pela Discossete, o grupo aumentava ainda mais a sua popularidade, e chamava ao disco Vitorino, Janita Salomé, Bernardo Sassetti, Sérgio Mestre, Gimba ou João Paulo Feliciano. Eclectismo total e surpresas sempre, num percurso que até aos dias de hoje se desdobrou em vários outros projectos, com os Irmãos Catita a destacarem-se até pela obra desenvolvida em paralelo com os próprios Ena Pá 2000.
Com o delírio e a fantasia sempre presentes, os Ena Pá 2000 vão a caminho das quatro décadas de vida – formaram-se em 1984, tendo usado primeiro o nome Modess & Aderentes. Manuel João Vieira, o carismático frontman, tinha participado no ano anterior no álbum “Flor de la Mar”, de Vitorino, reincidindo em “Leitaria Garrett”, também de 1984, e sendo responsável pelos arranjos da composição “Marcha Ingénua”, do álbum “Sul” (1985). Será este um palmarés inesperado para quem sempre se tem destacado por um certo tipo de iconoclastia? Com a resposta por dar, a formação dos Ena Pá 2000 consolida-se também por estas mesmas alturas, com Francisco Ferro, Luís Desirat, Pedro Rijo, Manuel Duarte e João Santos, para além do próprio Manuel João Vieira.
Em 1987, a banda concorre ao 4.º Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous, então o certame que mais visibilidade dava a projectos vindos das franjas da indústria mas que nela ambicionavam penetrar. Com a assinatura de um contrato com a multinacional CBS, estabelecida em Portugal pouco antes, o grupo chega então à edição do primeiro disco, em formato single. “Telephone Call”, a canção de hoje no “Gramofone”, era o lado A desse trabalho, que trazia “Pão, Amor e Totobola” no lado B. O imaginário retro, tratado deliberadamente de uma forma kitsch, fez sempre parte da obra do grupo, como está aliás bem patente nestas imagens oriundas do programa “Já Está”, apresentado por Joaquim Letria.
A chegada do grupo aos álbuns deu-se já na nova década, com “Projecto Ena Pá 2000 Enapália” (1991), editado pelo selo El Tatu. A co-produção coube a José Moz Carrapa, ex-Salada de Frutas e futuro membro da Ala dos Namorados, e aí se albergavam canções como “És Cruel” ou “Sexo na Banheira”. Com “És Muita Linda”, editado em 1994 pela Discossete, o grupo aumentava ainda mais a sua popularidade, e chamava ao disco Vitorino, Janita Salomé, Bernardo Sassetti, Sérgio Mestre, Gimba ou João Paulo Feliciano. Eclectismo total e surpresas sempre, num percurso que até aos dias de hoje se desdobrou em vários outros projectos, com os Irmãos Catita a destacarem-se até pela obra desenvolvida em paralelo com os próprios Ena Pá 2000.