DUO ORPHEU, por João Carlos Callixto
22 Mai 1970 - "Adeus Velha Amada"
Os duos de música folk na década de 60 tinham nos americanos Simon & Garfunkel um modelo a seguir, com um pé nas músicas tradicionais e três outros na composição original. Foi isso precisamente que se passou com o Duo Orpheu, formado em Lisboa em Novembro de 1968 por Manuel José Soares e Vítor Leitão, ambos então com 20 anos e ambos também escritores de canções.
Uns meses depois, já em 1969, o duo assina contrato discográfico com a editora Valentim de Carvalho e aí se estreia no final do ano seguinte com o EP “Natal”. Essa canção e “Noite”, que abriam os dois lados do disco, traziam letra de Mário Ceitil (hoje especialista nas área de Psicologia das Organizações e de Gestão dos Recursos Humanos) e música de Vítor Leitão, enquanto que as restantes duas têm música de Manuel José Soares. “Criança” tinha letra deste membro do duo enquanto que “Barcarola Esquecida” era uma adaptação de um poema de António Vieira Lisboa, autor de Ponte de Lima falecido em 1968.
Pedro Osório foi o director musical desse primeiro registo do Duo Orpheu e viria a repetir as funções no disco seguinte, precisamente o EP com a canção apresentada neste “Gramofone”.”Adeus Velha Amada” tem aliás música sua, com letra de José Alberto Diogo - a mesma dupla responsável por “Verão”, que em 1968 vencera o Festival RTP da Canção. Desta vez, a tentativa de “assalto” ao certame em 1970 quedar-se-ia por um modesto 8.º lugar, nesse ano em que a vitória sorriu a Sérgio Borges com “Onde Vais Rio Que Eu Canto”. Seguindo um costume de então, no disco do Duo Orpheu encontramos ainda uma versão de outra canção a concurso, “Corre Nina”, que tinha sido defendida por Paulo de Carvalho. O EP era completado por “Ser ou Não Ser”, de Pedro Osório, e “Balada à Minha Senhora”, de Manuel José Soares.
No capítulo dos festivais, o Duo Orpheu participaria logo no Verão de 1970 no Festival da Canção Portuguesa da Figueira da Foz com “Poema da Noite”, vencendo o certame no "estilo livre". Um ano depois, é com “Quisera” (letra de Ricardo d'Ávila, música de Manuel José Soares) que entram no Festival da Guarda, onde ficam quase no extremo oposto da tabela - mais concretamente, em 10.º e antepenúltimo lugar. Essa seria aliás a canção-título do seu terceiro e último disco - um single, desta vez, e editado pela Zip-Zip. “No Lado da Sombra”, a canção do lado B, tem letra de Vítor Oliveira Jorge (poeta que tinha já sido autor para Duarte Mendes e Fernando Tordo) e música novamente de Manuel José Soares, cabendo a direcção musical do disco a Thilo Krasmann.
O Duo Orpheu anuncia a sua dissolução em Novembro de 1971, três anos exactos depois do início do percurso. Manuel José Soares seria o primeiro a surgir a solo, em 1973, na mesma altura em que participa de novo no Festival RTP da Canção como elemento do quarteto Improviso. Vítor Leitão, por seu lado, editaria três singles entre 1974 e 1975, concorrendo ao primeiro Festival da Canção pós-revolução com “Canção Acesa”, da autoria de Rita Olivaes. Mas seria o percurso de Manuel José Soares a tornar-se mais divulgado, especialmente por via da longevidade do grupo que funda pouco depois, os Bric-à-Brac.
Uns meses depois, já em 1969, o duo assina contrato discográfico com a editora Valentim de Carvalho e aí se estreia no final do ano seguinte com o EP “Natal”. Essa canção e “Noite”, que abriam os dois lados do disco, traziam letra de Mário Ceitil (hoje especialista nas área de Psicologia das Organizações e de Gestão dos Recursos Humanos) e música de Vítor Leitão, enquanto que as restantes duas têm música de Manuel José Soares. “Criança” tinha letra deste membro do duo enquanto que “Barcarola Esquecida” era uma adaptação de um poema de António Vieira Lisboa, autor de Ponte de Lima falecido em 1968.
Pedro Osório foi o director musical desse primeiro registo do Duo Orpheu e viria a repetir as funções no disco seguinte, precisamente o EP com a canção apresentada neste “Gramofone”.”Adeus Velha Amada” tem aliás música sua, com letra de José Alberto Diogo - a mesma dupla responsável por “Verão”, que em 1968 vencera o Festival RTP da Canção. Desta vez, a tentativa de “assalto” ao certame em 1970 quedar-se-ia por um modesto 8.º lugar, nesse ano em que a vitória sorriu a Sérgio Borges com “Onde Vais Rio Que Eu Canto”. Seguindo um costume de então, no disco do Duo Orpheu encontramos ainda uma versão de outra canção a concurso, “Corre Nina”, que tinha sido defendida por Paulo de Carvalho. O EP era completado por “Ser ou Não Ser”, de Pedro Osório, e “Balada à Minha Senhora”, de Manuel José Soares.
No capítulo dos festivais, o Duo Orpheu participaria logo no Verão de 1970 no Festival da Canção Portuguesa da Figueira da Foz com “Poema da Noite”, vencendo o certame no "estilo livre". Um ano depois, é com “Quisera” (letra de Ricardo d'Ávila, música de Manuel José Soares) que entram no Festival da Guarda, onde ficam quase no extremo oposto da tabela - mais concretamente, em 10.º e antepenúltimo lugar. Essa seria aliás a canção-título do seu terceiro e último disco - um single, desta vez, e editado pela Zip-Zip. “No Lado da Sombra”, a canção do lado B, tem letra de Vítor Oliveira Jorge (poeta que tinha já sido autor para Duarte Mendes e Fernando Tordo) e música novamente de Manuel José Soares, cabendo a direcção musical do disco a Thilo Krasmann.
O Duo Orpheu anuncia a sua dissolução em Novembro de 1971, três anos exactos depois do início do percurso. Manuel José Soares seria o primeiro a surgir a solo, em 1973, na mesma altura em que participa de novo no Festival RTP da Canção como elemento do quarteto Improviso. Vítor Leitão, por seu lado, editaria três singles entre 1974 e 1975, concorrendo ao primeiro Festival da Canção pós-revolução com “Canção Acesa”, da autoria de Rita Olivaes. Mas seria o percurso de Manuel José Soares a tornar-se mais divulgado, especialmente por via da longevidade do grupo que funda pouco depois, os Bric-à-Brac.