DISTO & DAQUILO, por João Carlos Callixto
5 Ago 1985 - "Schula"
A primeira metade da década de 1980 viu o surgimento de vários grupos com ambos os pés vincados nas nossas tradições, ora pretendendo reinventar as mesmas a partir do nosso riquíssimo cancioneiro ora partindo dele para também criar algumas composições originais. O sucesso comercial de um grupo como os Trovante ou até do disco “Por Este Rio Acima”, de Fausto, fizeram então com que, um pouco por todo o país, se juntassem formações com estes objectivos, chegando várias delas a disco. O caso dos Disto & Daquilo, oriundos de Setúbal, é um dos que então teve a oportunidade e o mérito de ver a sua visão da Música editada em LP.
Estávamos no Verão de 1983 e um grupo formado por doze elementos (e ainda três “reforços”) entra em estúdio para gravar pela Sassetti o seu único álbum. Eram eles Zé António, Carlos Sequeira, Rogerinho, Luís Alegria, Cristóvão Martinho, Carlos Curto, Fernando Santos, Rui Rosado, Xico Fragoso, Lola, Tina e Brandão e ainda Sílvia Sequeira, Ana Sustelo e Tozé. Um grupo de peso que, às mãos do produtor Eduardo Paes Mamede (ex-GAC Vozes na Luta), apresenta aqui a sua proposta musical de reinvenção das raízes. Com José Fortes e Rui Novais na régie do Angel Studio, em Lisboa, a junção de canções tradicionais – como é o caso desta chula aqui rebatizada de “Schula” – à escrita de composições próprias e ainda a adaptações de outros universos mostrava um grupo com uma voz bem singular já. Fernando Pessoa, através do poema de “Pierrot Bêbado” (de 1917), ou Frederico de Freitas, com uma versão particular do popular “Timpanas”, são os exemplos deste último caso.
Pelo grupo passaram muitos elementos, como Paulo Curto ou Helena Mendes, sendo que esta última estaria mais tarde num outro grupo, os Piratas do Silêncio, onde voltamos a encontrar três outros ex-Disto & Daquilo: Cristóvão Martinho, Carlos Sequeira e Rui Rosado. Este grupo assinaria contrato com a BMG Ariola, que lhes publica em 1992 o álbum “Entre Marés”. Com letras de Teresa Marques, privilegiando agora a criação própria, este outro projecto teve produção precisamente de dois ex-Trovante: Manuel Faria e Fernando Júdice. Mas voltemos sete anos atrás, ao momento aqui trazido com os Disto & Daquilo no programa “Arroz Doce”, de Júlio Isidro, e que actualmente só existe em arquivo devido ao facto de o próprio apresentador o ter gravado em vídeo caseiro. Entre as cantoras, vemos aqui Lola (nome artístico de Dolores de Matos), que viria a ser directora do Festival Internacional de Artes de Rua, falecendo prematuramente em 2019.
Estávamos no Verão de 1983 e um grupo formado por doze elementos (e ainda três “reforços”) entra em estúdio para gravar pela Sassetti o seu único álbum. Eram eles Zé António, Carlos Sequeira, Rogerinho, Luís Alegria, Cristóvão Martinho, Carlos Curto, Fernando Santos, Rui Rosado, Xico Fragoso, Lola, Tina e Brandão e ainda Sílvia Sequeira, Ana Sustelo e Tozé. Um grupo de peso que, às mãos do produtor Eduardo Paes Mamede (ex-GAC Vozes na Luta), apresenta aqui a sua proposta musical de reinvenção das raízes. Com José Fortes e Rui Novais na régie do Angel Studio, em Lisboa, a junção de canções tradicionais – como é o caso desta chula aqui rebatizada de “Schula” – à escrita de composições próprias e ainda a adaptações de outros universos mostrava um grupo com uma voz bem singular já. Fernando Pessoa, através do poema de “Pierrot Bêbado” (de 1917), ou Frederico de Freitas, com uma versão particular do popular “Timpanas”, são os exemplos deste último caso.
Pelo grupo passaram muitos elementos, como Paulo Curto ou Helena Mendes, sendo que esta última estaria mais tarde num outro grupo, os Piratas do Silêncio, onde voltamos a encontrar três outros ex-Disto & Daquilo: Cristóvão Martinho, Carlos Sequeira e Rui Rosado. Este grupo assinaria contrato com a BMG Ariola, que lhes publica em 1992 o álbum “Entre Marés”. Com letras de Teresa Marques, privilegiando agora a criação própria, este outro projecto teve produção precisamente de dois ex-Trovante: Manuel Faria e Fernando Júdice. Mas voltemos sete anos atrás, ao momento aqui trazido com os Disto & Daquilo no programa “Arroz Doce”, de Júlio Isidro, e que actualmente só existe em arquivo devido ao facto de o próprio apresentador o ter gravado em vídeo caseiro. Entre as cantoras, vemos aqui Lola (nome artístico de Dolores de Matos), que viria a ser directora do Festival Internacional de Artes de Rua, falecendo prematuramente em 2019.