Um dos talentos que o Festival da Canção de 1980 deu a revelar ao grande público foi o de Dina. Apesar de a cantora e escritora de canções ter gravado dois discos pouco depois do 25 de Abril, seria só a nova década que a tornaria verdadeiramente popular. “Pássaro Doido”, o nosso momento de hoje no “Gramofone”, mostra uma jovem Dina plena de energia!

Os dois EPs de 70s, “Viva a Liberdade” e “Madrugada”, foram ainda assinados como Ondina e juntavam o primeiro tema, escrito por Tino Flores, a poemas de Fernando Pessoa ou António Gedeão musicados pela cantora. Mas seria de facto com o Festival de 1980 que tudo mudaria definitivamente: Dina vence o Prémio Revelação com "Guardado em Mim" e chama a atenção do grande público. Um novo contrato, desta vez com a multinacional PolyGram, leva à edição de discos com outra regularidade.

Este “Pássaro Doido” de hoje é o seu single seguinte e tem letra de Eduardo Nobre e música de Dina, contando com arranjos de Armando Gama. Já em 2014, o duo Tochapestana faz uma versão da canção para o seu primeiro álbum, “Música Moderna”, e chama Dina para cantar com eles.

Em 1982, “Dinamite” seria o primeiro álbum da cantora, mostrando várias facetas da sua escrita e interpretação, mas só na nova década Dina voltaria a esse formato. “Aqui e Agora” (1990), “Guardado em Mim” (1993) e “Sentidos” (1997) saem no entanto cada um em sua editora, o que acaba por dispersar algum público. No entanto, a vitória no Festival RTP da Canção de 1992, com “Amor d'Água Fresca” (com letra de Rosa Lobato de Faria), consagra definitivamente a voz e a música de Dina, que continuou a sua carreira até pouco antes da morte, já neste ano de 2019.