DIADÁGUA por João Carlos Callixto
9 Abr 1978 - "Comunhão"
Os Diadágua são um grupo hoje pouco recordado mas que na recta final da década de 1970 gravou dois singles e juntou dois músicos maiores do nosso panorama artístico. Se Luís Pedro Fonseca já tinha quase uma década de percurso para trás, Zé da Ponte começava precisamente por estas alturas a dar nas vistas. Ao seu lado estavam ainda aqui duas vozes femininas, Formiga e Joana Mira Mendes. No entanto, a formação original dos Diadágua era um sexteto, contando com Alexandre Cardoso (ex-Beatniks e ex-Chinchilas), Carlos Pereira (na bateria) e Sertório Sequeira (ex-A Base), para além das duas cantoras e de Luís Pedro Fonseca.
Este último tinha integrado alguns grupos na segunda metade da década de 60, gravando primeiro com os Plexus, em 1969. Logo depois, integrado nos Chinchilas, escreve “Barbarela”, que o grupo leva a um festival de música em Espanha. Até ao início dos Diadágua, a sua canção mais popular terá sido “Ana”, cantada por Paulo de Carvalho. Mas logo em 1973, com “Eu Sou a Tela” (gravado por Valério Silva), Luís Pedro Fonseca recorreria a um poema de Fernando Pessoa, nome que voltaria a musicar nos Diadágua. O primeiro single do grupo abria precisamente com “Moinho de Café”, do autor da “Mensagem”, e juntava-lhe “Dor de Alma”, no lado B, sob poema de António Gedeão. O grupo entretanto tinha tido mudanças na formação, com Alexandre Cardoso e Carlos Pereira a serem substituídos por João Maló e José Carlos Formosinho. Na produção, estavam Vítor Mamede e António Moniz Pereira, ambos elementos do Quarteto 1111 e que então estavam ligados ao selo independente MEL.
Privilegiando sempre as palavras de grandes poetas portugueses, o segundo trabalho do grupo surge em 1978, desta vez editado pela Valentim de Carvalho, e trazia poemas de António Aleixo (“Este Livro Que Vos Deixo”) e Miguel Torga (“Comunhão”, a canção deste “Gramofone”). Era, aliás, a primeira vez que o poeta de São Martinho de Anta era musicado e cantado por alguém ligado ao pop rock, sendo preciso esperar por 1982 (com “Bucólica”, por Rui Veloso) para que isso voltasse a acontecer.
Em termos de formação, este segundo trabalho trazia novamente troca de guitarrista e baterista. Entravam então Zé da Ponte (cujo nome tinha surgido pela primeira vez em disco no grupo Os Amigos do Zé, em 1975) e Necas (que mais tarde viria a integrar a Banda Atlântida, que acompanhava Lena d’Água). Na flauta, como convidado, está Rão Kyao, que gravara também na mesma época na Valentim de Carvalho os seus dois primeiros álbuns a solo. Já depois dos discos, passaram ainda pelo grupo músicos como Pedro Luís, Zé Moz Carrapa ou Emílio Robalo, tendo mais tarde Formiga sido vocalista do projecto Zoom (com Guilherme Inês e Zé da Ponte) e Joana Mira Mendes gravado um single a solo (com “Amor Português”, de Fernando Guerra, que leva ao Festival da Canção de 1982).
Os Diadágua teriam ainda uma outra voz feminina a passar pelas suas fileiras: a de Lena d’Água, que, chamando-se Águas, ganha o apelido artístico precisamente na altura da sua passagem pelo grupo, surgindo em palco com eles no Teatro Experimental de Cascais. Mas esse é o início de outras histórias: aqui, estamos na “Festa da Música”, com o videoclip feito pela equipa desse programa da RTP para a canção “Comunhão”!
Este último tinha integrado alguns grupos na segunda metade da década de 60, gravando primeiro com os Plexus, em 1969. Logo depois, integrado nos Chinchilas, escreve “Barbarela”, que o grupo leva a um festival de música em Espanha. Até ao início dos Diadágua, a sua canção mais popular terá sido “Ana”, cantada por Paulo de Carvalho. Mas logo em 1973, com “Eu Sou a Tela” (gravado por Valério Silva), Luís Pedro Fonseca recorreria a um poema de Fernando Pessoa, nome que voltaria a musicar nos Diadágua. O primeiro single do grupo abria precisamente com “Moinho de Café”, do autor da “Mensagem”, e juntava-lhe “Dor de Alma”, no lado B, sob poema de António Gedeão. O grupo entretanto tinha tido mudanças na formação, com Alexandre Cardoso e Carlos Pereira a serem substituídos por João Maló e José Carlos Formosinho. Na produção, estavam Vítor Mamede e António Moniz Pereira, ambos elementos do Quarteto 1111 e que então estavam ligados ao selo independente MEL.
Privilegiando sempre as palavras de grandes poetas portugueses, o segundo trabalho do grupo surge em 1978, desta vez editado pela Valentim de Carvalho, e trazia poemas de António Aleixo (“Este Livro Que Vos Deixo”) e Miguel Torga (“Comunhão”, a canção deste “Gramofone”). Era, aliás, a primeira vez que o poeta de São Martinho de Anta era musicado e cantado por alguém ligado ao pop rock, sendo preciso esperar por 1982 (com “Bucólica”, por Rui Veloso) para que isso voltasse a acontecer.
Em termos de formação, este segundo trabalho trazia novamente troca de guitarrista e baterista. Entravam então Zé da Ponte (cujo nome tinha surgido pela primeira vez em disco no grupo Os Amigos do Zé, em 1975) e Necas (que mais tarde viria a integrar a Banda Atlântida, que acompanhava Lena d’Água). Na flauta, como convidado, está Rão Kyao, que gravara também na mesma época na Valentim de Carvalho os seus dois primeiros álbuns a solo. Já depois dos discos, passaram ainda pelo grupo músicos como Pedro Luís, Zé Moz Carrapa ou Emílio Robalo, tendo mais tarde Formiga sido vocalista do projecto Zoom (com Guilherme Inês e Zé da Ponte) e Joana Mira Mendes gravado um single a solo (com “Amor Português”, de Fernando Guerra, que leva ao Festival da Canção de 1982).
Os Diadágua teriam ainda uma outra voz feminina a passar pelas suas fileiras: a de Lena d’Água, que, chamando-se Águas, ganha o apelido artístico precisamente na altura da sua passagem pelo grupo, surgindo em palco com eles no Teatro Experimental de Cascais. Mas esse é o início de outras histórias: aqui, estamos na “Festa da Música”, com o videoclip feito pela equipa desse programa da RTP para a canção “Comunhão”!