DANIEL por João Carlos Callixto
24 Fev 1969 - Festival da Canção 1969, “Os Fios da Esperança”
Daniel Marques Ferreira é actualmente um autor de livros infanto-juvenis com vasta obra, mas os primeiros e menos recordados passos da sua carreira foram na área da música. É aí que nos detemos neste Gramofone, viajando até ao final dos anos 60.
Formado em pintura, o nosso cantor de hoje colaborou com a secção juvenil do Diário de Lisboa, vindo mais tarde a conceber capas de discos de Maria da Fé, de Ada de Castro ou dos seus próprios, sempre para a editora Estúdio.
Em 1968, surge o seu primeiro EP, pela mão do radialista Ruy Castelar, que na altura ajudou a lançar alguns novos cantores. Com uma capa nitidamente psicadélica, Daniel canta quatro originais de sua autoria – um deles, o tema-título “Hino a Joan Baez”, demonstra desde logo a influência do movimento folk americano na sua música.
No trabalho seguinte, a canção “Para os Meninos da Guerra” é proibida na Emissora Nacional, numa altura em que o então denominado “movimento dos baladeiros” via aumentar as suas fileiras. Mas Daniel nunca se fechou em modas e começa o ano de 1969 com uma surpreendente participação no Festival RTP da Canção.
“Os Fios da Esperança” é uma música de Fernando Potier com texto do poeta Fernando Vieira, uma dupla que se tinha estreado no ano anterior no certame máximo da nossa canção. Apesar do lugar pouco significativo na classificação – 8º lugar num total de 10 a concurso, nesse ano em que a vitória coube a Simone de Oliveira – deu a conhecer ao grande público um artista multifacetado.
Ainda em 1969, Daniel junta-se a um grupo de rock – os Flintstones – e grava uma composição sua a partir de um poema de Fernando Miguel Bernardes, autor que José Afonso, José Niza e Manuel Freire também musicariam. Essa música, de título “Se Eu Tivesse um Chicote”, foi aliás reeditada em single logo depois do 25 de Abril de 1974, realçando assim a ironia bem patente no texto.
Daniel grava um último disco antes da revolução, em que inclui uma versão de José Afonso e músicas suas com acompanhamento de músicos de fado. Logo em 1974, reincide com os seus dois últimos trabalhos, em que a vertente rock é acentuada ao nível dos arranjos, especialmente na canção “O Homem Tétrico”. Aí, encontramos ao seu lado músicos como os experientes Luís Duarte ou Rui Cardoso, este último responsável aliás pela direcção musical desses dois singles.
Exactamente vinte anos depois, em 1994, Daniel concorre de novo ao Festival da Canção, com o original “Espelho de Luar Antigo”, mas acaba por não passar das eliminatórias. Nessa altura, já a sua carreira como escritor tomara a dianteira. Mas recuemos a 1969!
Formado em pintura, o nosso cantor de hoje colaborou com a secção juvenil do Diário de Lisboa, vindo mais tarde a conceber capas de discos de Maria da Fé, de Ada de Castro ou dos seus próprios, sempre para a editora Estúdio.
Em 1968, surge o seu primeiro EP, pela mão do radialista Ruy Castelar, que na altura ajudou a lançar alguns novos cantores. Com uma capa nitidamente psicadélica, Daniel canta quatro originais de sua autoria – um deles, o tema-título “Hino a Joan Baez”, demonstra desde logo a influência do movimento folk americano na sua música.
No trabalho seguinte, a canção “Para os Meninos da Guerra” é proibida na Emissora Nacional, numa altura em que o então denominado “movimento dos baladeiros” via aumentar as suas fileiras. Mas Daniel nunca se fechou em modas e começa o ano de 1969 com uma surpreendente participação no Festival RTP da Canção.
“Os Fios da Esperança” é uma música de Fernando Potier com texto do poeta Fernando Vieira, uma dupla que se tinha estreado no ano anterior no certame máximo da nossa canção. Apesar do lugar pouco significativo na classificação – 8º lugar num total de 10 a concurso, nesse ano em que a vitória coube a Simone de Oliveira – deu a conhecer ao grande público um artista multifacetado.
Ainda em 1969, Daniel junta-se a um grupo de rock – os Flintstones – e grava uma composição sua a partir de um poema de Fernando Miguel Bernardes, autor que José Afonso, José Niza e Manuel Freire também musicariam. Essa música, de título “Se Eu Tivesse um Chicote”, foi aliás reeditada em single logo depois do 25 de Abril de 1974, realçando assim a ironia bem patente no texto.
Daniel grava um último disco antes da revolução, em que inclui uma versão de José Afonso e músicas suas com acompanhamento de músicos de fado. Logo em 1974, reincide com os seus dois últimos trabalhos, em que a vertente rock é acentuada ao nível dos arranjos, especialmente na canção “O Homem Tétrico”. Aí, encontramos ao seu lado músicos como os experientes Luís Duarte ou Rui Cardoso, este último responsável aliás pela direcção musical desses dois singles.
Exactamente vinte anos depois, em 1994, Daniel concorre de novo ao Festival da Canção, com o original “Espelho de Luar Antigo”, mas acaba por não passar das eliminatórias. Nessa altura, já a sua carreira como escritor tomara a dianteira. Mas recuemos a 1969!