CARLOS ZEL por João Carlos Callixto
6 Jan 1990 - "Loucura"
Um dos fadistas mais jovens a revelar-se na recta final dos anos 60, Carlos Zel é o nome em destaque neste “Gramofone”. Apesar de uma carreira interrompida por uma morte prematura aos 51 anos, em 2002, o nome do fadista é sinónimo de um dos grandes momentos da História do Fado e que ao longo das mais de três décadas em que se desenrolou deixou páginas que importa (re)descobrir. O momento de hoje foi captado em 1990, no espectáculo de 40 Anos de carreira de Vicente da Câmara, e nele Carlos Zel interpreta o clássico fado “Loucura”, de Júlio de Sousa, que está associado tanto à carreira de Lucília do Carmo como do seu filho Carlos do Carmo. Carlos Zel, por seu lado, só o viria a gravar no seu álbum “Fados”, de 1993.
Mas recuemos a 1968. Com apenas 18 anos, o jovem Carlos Zel vê publicado o seu primeiro disco, pela editora Telectra. As letras são de Eduardo Damas e as músicas de Manuel Paião e aqui encontramos “Rosa Camareira”, “Eu e o Fado”, “Gosto de Cantar o Fado” e “O Rouxinol do Mondego”. Cabendo o acompanhamento ao Conjunto de Guitarras de Jorge Fontes, o bom acolhimento ao disco trouxe no início do ano seguinte nova edição: “Carlos Zel Canta Poemas de Eduardo Damas”. Aqui, o foco eram os fados tradicionais, de Franklin Godinho, Francisco Viana ou Armandinho.
A nova década começava com novo disco, editado desta vez pela firma portuense Rádio Triunfo. A dupla Damas e Paião voltava a assinar todas as composições nele reunidas, entre elas “Maria dos Olhos Negros” ou “Como Cantas Bem o Fado”, agora com acompanhamento orquestral dirigido por Jorge Machado. Segue-se uma pausa de três anos, após os quais o novo trabalho do fadista chega pela Vadeca. O EP “O Seu Nome Era Manuel” trazia essa e outra letra de João Dias, “Arraia Miúda”, para além de outras duas com textos de grandes poetas do fado: “Golegã”, de Linhares Barbosa, e “Domingo de Agosto”, de Carlos Conde. José Nunes, António Luís Gomes, Paquito e Raúl Silva eram desta vez os músicos que acompanhavam Zel, sendo que o útimo destes voltaria no disco seguinte, “Minha Primeira Cantiga (Olari-Lari-Lolé)”. Gravando agora na Valentim de Carvalho, 1974 traz novo EP, “Teus Olhos São Horizonte”, com textos do produtor Mário Martins.
A revolução de Abril é rapidamente vista de forma desencantada por Carlos Zel, que em 1977 grava em EP “Nunca Mais Darei um Cravo” na melodia do fado Amora. No mesmo ano, o fadista vê também editado o seu primeiro álbum: “É Fado - Neste Rio Vou Morrer”, onde encontramos poemas de António Teixeira de Vasconcelos, de Francisco Stoffel ou de Maria Manuel Cid. Um ano depois, pela Imavox, sai o LP “Lusitano Vagabundo”, em que Zel é secundado por um quarteto de primeira água: Fontes Rocha, José Luís Nobre Costa, Pedro Leal e Joel Pina. Na viragem da década são então publicados três singles, seguidos de novo álbum, “Cantigamente”, em 1982. Alcino Frazão, irmão mais novo do fadista e que viria a morrer tragicamente com apenas 27 anos em 1988, acompanhava-o então ao vivo e em disco.
Depois de um álbum homónimo em 1983, o disco “À Volta do Fado”, de 1986, trazia a presença do violinista Carlos Zíngaro. Seria o único editado pela firma Transmédia e também o último vinil de Carlos Zel, que em 1993 gravaria “Fados” pela multinacional BMG. Nele encontramos canções de Rui Veloso ou dos Trovante, para além de uma série de novos fados. Seguem-se os dois últimos álbuns de originais, “Fado” (1996) e “Com Tradição” (2000), este último publicado já postumamente pela extinta Movieplay
Mas recuemos a 1968. Com apenas 18 anos, o jovem Carlos Zel vê publicado o seu primeiro disco, pela editora Telectra. As letras são de Eduardo Damas e as músicas de Manuel Paião e aqui encontramos “Rosa Camareira”, “Eu e o Fado”, “Gosto de Cantar o Fado” e “O Rouxinol do Mondego”. Cabendo o acompanhamento ao Conjunto de Guitarras de Jorge Fontes, o bom acolhimento ao disco trouxe no início do ano seguinte nova edição: “Carlos Zel Canta Poemas de Eduardo Damas”. Aqui, o foco eram os fados tradicionais, de Franklin Godinho, Francisco Viana ou Armandinho.
A nova década começava com novo disco, editado desta vez pela firma portuense Rádio Triunfo. A dupla Damas e Paião voltava a assinar todas as composições nele reunidas, entre elas “Maria dos Olhos Negros” ou “Como Cantas Bem o Fado”, agora com acompanhamento orquestral dirigido por Jorge Machado. Segue-se uma pausa de três anos, após os quais o novo trabalho do fadista chega pela Vadeca. O EP “O Seu Nome Era Manuel” trazia essa e outra letra de João Dias, “Arraia Miúda”, para além de outras duas com textos de grandes poetas do fado: “Golegã”, de Linhares Barbosa, e “Domingo de Agosto”, de Carlos Conde. José Nunes, António Luís Gomes, Paquito e Raúl Silva eram desta vez os músicos que acompanhavam Zel, sendo que o útimo destes voltaria no disco seguinte, “Minha Primeira Cantiga (Olari-Lari-Lolé)”. Gravando agora na Valentim de Carvalho, 1974 traz novo EP, “Teus Olhos São Horizonte”, com textos do produtor Mário Martins.
A revolução de Abril é rapidamente vista de forma desencantada por Carlos Zel, que em 1977 grava em EP “Nunca Mais Darei um Cravo” na melodia do fado Amora. No mesmo ano, o fadista vê também editado o seu primeiro álbum: “É Fado - Neste Rio Vou Morrer”, onde encontramos poemas de António Teixeira de Vasconcelos, de Francisco Stoffel ou de Maria Manuel Cid. Um ano depois, pela Imavox, sai o LP “Lusitano Vagabundo”, em que Zel é secundado por um quarteto de primeira água: Fontes Rocha, José Luís Nobre Costa, Pedro Leal e Joel Pina. Na viragem da década são então publicados três singles, seguidos de novo álbum, “Cantigamente”, em 1982. Alcino Frazão, irmão mais novo do fadista e que viria a morrer tragicamente com apenas 27 anos em 1988, acompanhava-o então ao vivo e em disco.
Depois de um álbum homónimo em 1983, o disco “À Volta do Fado”, de 1986, trazia a presença do violinista Carlos Zíngaro. Seria o único editado pela firma Transmédia e também o último vinil de Carlos Zel, que em 1993 gravaria “Fados” pela multinacional BMG. Nele encontramos canções de Rui Veloso ou dos Trovante, para além de uma série de novos fados. Seguem-se os dois últimos álbuns de originais, “Fado” (1996) e “Com Tradição” (2000), este último publicado já postumamente pela extinta Movieplay