CARLOS ALBERTO MONIZ E MARIA DO AMPARO por João Carlos Callixto

Dez 1979 - "Eu Deixei a Minha Terra"

Nascidos em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo fizeram dupla na música e na vida. Depois de o primeiro ter surgido no programa “Zip-Zip”, em 1969, a estreia em disco dá-se no ano seguinte. Primeiro através da participação no álbum “Cantaremos”, de Adriano Correia de Oliveira, e depois através do EP “Açores”, onde Carlos Alberto Moniz grava temas populares como “São Macaio” ou “Pezinho da Vila”.

Em 1972, a dupla Moniz e Amparo é anunciada com um disco de folclore dos Açores - “Na Rota dum Sol Azul” - e com um outro para crianças - “A Cidade das Toninhas”. “Trevo de Maio”, interpretado a solo por Maria do Amparo mas gravado em disco pelo casal, vence o Festival da Canção da Figueira da Foz de 1973, num ano em que os dois concorrem também ao Festival RTP da Canção integrando o quarteto Improviso, com Manuel José Soares e Ana Maria Teodósio.

Depois do 25 de Abril, “A Mim Não Me Enganas Tu” ou “Companheiro Vasco” são dois dos hinos da dupla e que se ouvem na boca de muita gente. Como membros do Grupo Outubro, fundado em 1975, gravam dois álbuns, mas nem por isso a sua produção abranda. Em 1977, chega o LP “Fungagá da Bicharada”, com músicas do programa da RTP.

A nossa música de hoje, “Eu Deixei a Minha Terra", foi editada em single em 1978, pela Telectra, e trazia “A Vida de Quem Trabalha” no lado B. Ambas as composições são da autoria de Alfredo Vieira de Sousa, também músico no Grupo Outubro. No videoclip de “Eu Deixei a Minha Terra” surge a filha do casal, a futura cantora e actriz Lúcia Moniz – que, com menos de dois anos, tinha já participado num disco em 1978, com letras de Mário Castrim e músicas da cantora Ana Maria, e gravado pelo colectivo Malta Alegre, onde estavam os seus pais.