CÂNDIDA BRANCA-FLOR E CARLOS PAIÃO, por João Carlos Callixto
5 Mar 1983 - "Vinho do Porto (Vinho de Portugal)"
Há momentos na história do Festival RTP da Canção em que a vitória não é necessária para consagrar uma grande canção. É esse o caso do momento de hoje no “Gramofone”, em que Carlos Paião e Cândida Branca-Flor se classificaram em quarto lugar com um retrato pleno de força popular a propósito de uma das “marcas registadas” de Portugal: o vinho do Porto. Estamos no 20.º Festival, em 1983, no palco do Coliseu do Porto, e a vitória sorriria a Armando Gama, com “Esta Balada Que Te Dou”. Em segundo lugar fica Herman José, com “A Cor do Teu Baton”, cabendo a terceira posição a Helena Isabel, que interpretou “E Afinal Quem És Tu” - obtendo 149 pontos, mais um apenas do que esta canção defendida por Carlos Paião e Cândida Branca-Flor. A autoria da mesma é do próprio Paião, tendo contado com arranjos e direcção de Shegundo Galarza - que acompanha os cantores também em disco.
No que toca à história da presença de Paião e Cândida no Festival RTP da Canção, foi esta a primeira a apresentar-se no evento. Em 1979, com “A Nossa História de Amor”, da autoria de Tozé Brito, a cantora não conseguira no entanto passar do nono e último lugar na terceira eliminatória, obtendo 11 pontos e nem chegando a canção a ser publicada em disco. Três anos depois, com “Trocas-Baldrocas”, já da autoria de Carlos Paião, Cândida fica em segundo lugar, a sua melhor classificação no certame. Do lado de Carlos Paião, a estreia ocorrera em 1980, com “Amigos Eu Voltei”, igualmente inédita em disco. Em mais um ano de semifinais, o músico e médico não passa do sexto lugar na terceira eliminatória, a mesma que seria ganha pelo vencedor desse ano, José Cid. O volte-face chegaria logo em 1981, com Paião a vencer o evento com “Playback, deixando “Morrer de Amor por Ti”, de e por José Cid, em segundo lugar.
A cumplicidade entre Carlos Paião e Cândida Branca-Flor foi bem profícua, tendo esta gravado vários originais do primeiro. Logo no lado B de “Trocas-Baldrocas” incluiu “A Prima da Pantera Cor-de-Rosa”, num single publicado pelo selo Da Nova em 1982. No final do ano, e tendo assinado contrato agora com a firma portuense Rádio Triunfo, é editado novo disco, com “Gira-Discos” e “A Nossa Serenata” - mais uma vez com direcção de Shegundo Galarza. Um ano depois, e passada já a aventura recordada neste “Gramofone”, encontramos Cândida na multinacional CBS, recém-instalada entre nós. Sai então novo single, com “Cristo-Rei” e “Domingos de Sol”, entregues agora à batuta de Mike Sergeant. Em 1985 e em 1987, Carlos Paião produz ainda dois álbuns a Cândida, “Cantigas da Minha Escola” e “Cantigas da Nossa Terra”, em que junta uma série de canções populares dentro destes dois âmbitos a dois originais seus que serviam de fio condutor em cada trabalho. Um ano depois do segundo destes discos, a trágica morte de Paião interromperia um percurso brilhante na nossa Música e deixaria Cândida “órfã” do seu principal compositor e grande amigo.
No que toca à história da presença de Paião e Cândida no Festival RTP da Canção, foi esta a primeira a apresentar-se no evento. Em 1979, com “A Nossa História de Amor”, da autoria de Tozé Brito, a cantora não conseguira no entanto passar do nono e último lugar na terceira eliminatória, obtendo 11 pontos e nem chegando a canção a ser publicada em disco. Três anos depois, com “Trocas-Baldrocas”, já da autoria de Carlos Paião, Cândida fica em segundo lugar, a sua melhor classificação no certame. Do lado de Carlos Paião, a estreia ocorrera em 1980, com “Amigos Eu Voltei”, igualmente inédita em disco. Em mais um ano de semifinais, o músico e médico não passa do sexto lugar na terceira eliminatória, a mesma que seria ganha pelo vencedor desse ano, José Cid. O volte-face chegaria logo em 1981, com Paião a vencer o evento com “Playback, deixando “Morrer de Amor por Ti”, de e por José Cid, em segundo lugar.
A cumplicidade entre Carlos Paião e Cândida Branca-Flor foi bem profícua, tendo esta gravado vários originais do primeiro. Logo no lado B de “Trocas-Baldrocas” incluiu “A Prima da Pantera Cor-de-Rosa”, num single publicado pelo selo Da Nova em 1982. No final do ano, e tendo assinado contrato agora com a firma portuense Rádio Triunfo, é editado novo disco, com “Gira-Discos” e “A Nossa Serenata” - mais uma vez com direcção de Shegundo Galarza. Um ano depois, e passada já a aventura recordada neste “Gramofone”, encontramos Cândida na multinacional CBS, recém-instalada entre nós. Sai então novo single, com “Cristo-Rei” e “Domingos de Sol”, entregues agora à batuta de Mike Sergeant. Em 1985 e em 1987, Carlos Paião produz ainda dois álbuns a Cândida, “Cantigas da Minha Escola” e “Cantigas da Nossa Terra”, em que junta uma série de canções populares dentro destes dois âmbitos a dois originais seus que serviam de fio condutor em cada trabalho. Um ano depois do segundo destes discos, a trágica morte de Paião interromperia um percurso brilhante na nossa Música e deixaria Cândida “órfã” do seu principal compositor e grande amigo.