BAN por João Carlos Callixto
5 Mai 1989 - "Encontro com Mr. Hyde"
A cena musical do Porto sempre foi determinante para todas as transformações que ocorreram no campo da Música Popular desde a introdução do rock’n’roll em Portugal, na segunda metade dos anos 50. Se conjuntos como os de Walter Behrend, de Pedro Osório ou, logo depois, os Titãs, trilharam caminhos de reconhecido mérito, foi também via Porto que, vinte anos depois, chegaria Rui Veloso, um dos eixos centrais do boom do rock português. Formados no ano seguinte, em 1981, os Ban são o grupo em destaque neste “Gramofone”.
Marcados inicialmente pelas estéticas alternativas da década de 80, com referências ao som então chamado de “urbano-depressivo”, o grupo teve uma primeira encarnação com o nome de Bananas. João Loureiro (voz, teclas), João Ferraz (guitarra), Francisco Monteiro (baixo) e Paulo Faro (bateria) eram então os membros e gravam um único disco, um single com “Identidade” e “Virgens Impulsos”. A editora, à qual se manteriam fiéis ao longo de todo o seu percurso em 80s e 90s, era a Valentim de Carvalho, então à beira da criação da joint-venture com a multinacional EMI.
Já assinando como Ban, o percurso discográfico ia-se construindo de forma lenta mas sólida. Em 1984, chega o máxi-single de estreia "Alma Dorida", seguido de "Santa", também um máxi, e onde encontramos convidados como Paula Sousa (mais tarde nos Repórter Estrábico e co-fundadora dos Três Tristes Tigres), Ricardo Camacho (da Sétima Legião) e Nuno Rebelo (dos Mler Ife Dada). Camacho e Rebelo seriam aliás os produtores do disco. O passo seguinte seria o tão ambicionado álbum e chega em Abril de 1988. “Surrealizar”, que continua a senda de cruzamento entre referências de vários quadrantes artístico-literários, traz logo à cabeça dois grandes momentos do cancioneiro pop nacional: “Num Filme Sempre Pop” e especialmente “Irreal Social”. Agora já com Ana Deus também na voz, para além de Paulo Neves e Paula Sousa nas teclas, esta seria a prova da maturidade do grupo.
É também nesse álbum de estreia dos Ban que está este “Encontro com Mr. Hyde”, assinado como todas as outras canções por Loureiro, Ferraz, Monteiro e Faro. O momento em vídeo vem do programa “Hajamúsica”, apresentado por Manuel Jorge Roque, tendo o grupo também aí apresentado “Irreal Social”. Um ano depois, chega “Música Concreta”, o segundo álbum dos Ban, já com Ricardo Serrano nas teclas. Mas seria com “Mundo de Aventuras”, em 1990, e a sua canção-título ou “Rosa-Flor”, que mostram que também sabem caminhar depressa e bem. Três álbuns em três anos não é para todos! Mas novos projectos espreitavam já, como os Zero ou Três Tristes Tigres, e o grupo termina um ciclo. Em 2010, o regresso com “Dansity” mostra que nunca deixaram de estar atentos às novas linguagens da pop. Quem sabe o que os Ban farão mais?...
Marcados inicialmente pelas estéticas alternativas da década de 80, com referências ao som então chamado de “urbano-depressivo”, o grupo teve uma primeira encarnação com o nome de Bananas. João Loureiro (voz, teclas), João Ferraz (guitarra), Francisco Monteiro (baixo) e Paulo Faro (bateria) eram então os membros e gravam um único disco, um single com “Identidade” e “Virgens Impulsos”. A editora, à qual se manteriam fiéis ao longo de todo o seu percurso em 80s e 90s, era a Valentim de Carvalho, então à beira da criação da joint-venture com a multinacional EMI.
Já assinando como Ban, o percurso discográfico ia-se construindo de forma lenta mas sólida. Em 1984, chega o máxi-single de estreia "Alma Dorida", seguido de "Santa", também um máxi, e onde encontramos convidados como Paula Sousa (mais tarde nos Repórter Estrábico e co-fundadora dos Três Tristes Tigres), Ricardo Camacho (da Sétima Legião) e Nuno Rebelo (dos Mler Ife Dada). Camacho e Rebelo seriam aliás os produtores do disco. O passo seguinte seria o tão ambicionado álbum e chega em Abril de 1988. “Surrealizar”, que continua a senda de cruzamento entre referências de vários quadrantes artístico-literários, traz logo à cabeça dois grandes momentos do cancioneiro pop nacional: “Num Filme Sempre Pop” e especialmente “Irreal Social”. Agora já com Ana Deus também na voz, para além de Paulo Neves e Paula Sousa nas teclas, esta seria a prova da maturidade do grupo.
É também nesse álbum de estreia dos Ban que está este “Encontro com Mr. Hyde”, assinado como todas as outras canções por Loureiro, Ferraz, Monteiro e Faro. O momento em vídeo vem do programa “Hajamúsica”, apresentado por Manuel Jorge Roque, tendo o grupo também aí apresentado “Irreal Social”. Um ano depois, chega “Música Concreta”, o segundo álbum dos Ban, já com Ricardo Serrano nas teclas. Mas seria com “Mundo de Aventuras”, em 1990, e a sua canção-título ou “Rosa-Flor”, que mostram que também sabem caminhar depressa e bem. Três álbuns em três anos não é para todos! Mas novos projectos espreitavam já, como os Zero ou Três Tristes Tigres, e o grupo termina um ciclo. Em 2010, o regresso com “Dansity” mostra que nunca deixaram de estar atentos às novas linguagens da pop. Quem sabe o que os Ban farão mais?...