AUGUSTO CAMACHO, por João Carlos Callixto
22 Jan 1978 - “Toada do Penedo da Saudade”
Uma das vozes do fado de Coimbra que se notabilizou a partir da década de 1950, Augusto Camacho (que também assinou como Augusto Camacho Vieira) é porventura mais conhecido junto de algumas franjas do público como médico da Selecção Nacional de Futebol, tendo-se formado em Medicina em 1954. Na mesma altura precisamente, grava os seus primeiros discos, para a casa Valentim de Carvalho e ainda a rodar em 78 rotações.
“Sonhando”, com “Sé Velha” no outro lado, e “Mágoa”, complementado por “A Tua Rua”, são os quatro originais de Carlos de Figueiredo incluídos nesses discos de estreia de Augusto Camacho. Nas cordas, estavam Petrónio Ricciulli, Egas Berrance e o próprio Carlos de Figueiredo. Em 1957, já com os discos de gramofone a deixarem de ser comercializados entre nós, estas quatro canções são reunidas num EP, o primeiro disco de vinil de Augusto Camacho.
1958 seria o ano do primeiro disco de vinil com gravações originais de Augusto Camacho, um EP com o título genérico “Fado de Coimbra” e com capa da autoria do ilustrador Paulo-Guilherme. Outro factor histórico aqui é ser esta a primeira gravação conhecida de Carlos Paredes fora do círculo familiar, surgindo no disco como acompanhador ao lado de António Leão Ferreira Alves. Em termos de repertório, o disco traz “A Luz do Teu Olhar” (primeiro original gravado de Augusto Camacho), “A Água da Fonte” (de Paulo de Sá, um dos autores mais gravados pelo cantor), “Adeus a Coimbra” (de Edmundo de Bettencourt, nome crucial da “primeira geração de ouro” de Coimbra) e “Quando os Sinos Dobram” (de Tavares de Melo, de quem José Afonso tinha gravado “Incerteza” nos seus primeiros discos, em 1953).
Com letra de Leonel Neves e música de João Bagão, esta “Toada do Penedo da Saudade” que aqui vemos e ouvimos em imagens oriundas do programa “Coimbra Musical”, de 1978, foi originalmente gravada para o EP “Fado do Mondego” (1959) e contou com o próprio João Bagão entre os acompanhadores. Mudando sempre de equipa, Augusto Camacho contou com António Brojo e Fernando Alvim no EP publicado em 1961 pela Valentim de Carvalho e que abria com “Sonho Desfeito”. Com a carreira médica a suplantar a musical, haveria então apenas ocasião para mais um disco em 1965, com “Balada do Mondego” (de novo de Carlos de Figueiredo) como tema-título e que trazia também o histórico “Fado de Anto”, com música de Francisco Menano sob poema de António Nobre. O acompanhamento era aí assegurado por António Brojo, António Portugal e Aurélio Reis, sendo precisamente estes os músicos que estão ao seu lado mais de vinte anos depois, quando Augusto Camacho publica em 1988 o seu primeiro álbum, “Cantar Coimbra”. Vários outros se seguiriam então, em edições das firmas Discossete e Ovação, e que chegaram até ao séc. XXI.
“Sonhando”, com “Sé Velha” no outro lado, e “Mágoa”, complementado por “A Tua Rua”, são os quatro originais de Carlos de Figueiredo incluídos nesses discos de estreia de Augusto Camacho. Nas cordas, estavam Petrónio Ricciulli, Egas Berrance e o próprio Carlos de Figueiredo. Em 1957, já com os discos de gramofone a deixarem de ser comercializados entre nós, estas quatro canções são reunidas num EP, o primeiro disco de vinil de Augusto Camacho.
1958 seria o ano do primeiro disco de vinil com gravações originais de Augusto Camacho, um EP com o título genérico “Fado de Coimbra” e com capa da autoria do ilustrador Paulo-Guilherme. Outro factor histórico aqui é ser esta a primeira gravação conhecida de Carlos Paredes fora do círculo familiar, surgindo no disco como acompanhador ao lado de António Leão Ferreira Alves. Em termos de repertório, o disco traz “A Luz do Teu Olhar” (primeiro original gravado de Augusto Camacho), “A Água da Fonte” (de Paulo de Sá, um dos autores mais gravados pelo cantor), “Adeus a Coimbra” (de Edmundo de Bettencourt, nome crucial da “primeira geração de ouro” de Coimbra) e “Quando os Sinos Dobram” (de Tavares de Melo, de quem José Afonso tinha gravado “Incerteza” nos seus primeiros discos, em 1953).
Com letra de Leonel Neves e música de João Bagão, esta “Toada do Penedo da Saudade” que aqui vemos e ouvimos em imagens oriundas do programa “Coimbra Musical”, de 1978, foi originalmente gravada para o EP “Fado do Mondego” (1959) e contou com o próprio João Bagão entre os acompanhadores. Mudando sempre de equipa, Augusto Camacho contou com António Brojo e Fernando Alvim no EP publicado em 1961 pela Valentim de Carvalho e que abria com “Sonho Desfeito”. Com a carreira médica a suplantar a musical, haveria então apenas ocasião para mais um disco em 1965, com “Balada do Mondego” (de novo de Carlos de Figueiredo) como tema-título e que trazia também o histórico “Fado de Anto”, com música de Francisco Menano sob poema de António Nobre. O acompanhamento era aí assegurado por António Brojo, António Portugal e Aurélio Reis, sendo precisamente estes os músicos que estão ao seu lado mais de vinte anos depois, quando Augusto Camacho publica em 1988 o seu primeiro álbum, “Cantar Coimbra”. Vários outros se seguiriam então, em edições das firmas Discossete e Ovação, e que chegaram até ao séc. XXI.