AQUI D`EL ROCK por João Carlos Callixto
20 Ago 1978 - "Há Que Violentar o Sistema"
“Há Que Violentar o Sistema” foi o grito de guerra dos Aqui d’el Rock, banda de Lisboa que em 1978 fez história ao ser a primeira formação punk a gravar um disco. Na mesma altura, a RTP, no programa “Festa da Música”, de João Martins, produz um videoclip para a canção hoje recordada neste “Gramofone”. Em Inglaterra, tinha saído há menos de um ano o clássico álbum “Never Mind the Bollocks, Here’s the Sex Pistols”, da icónica banda do mesmo nome, pela editora Virgin, do empresário Richard Branson – por cá, seria a Metro-Som, uma editora surgida pouco depois da revolução de Abril, a avançar e a publicar os primeiros discos filiados na estética punk, dos Aqui d’el Rock e, logo de seguida, dos UHF.
Assim, neste ano de 1978 chega às lojas o single de estreia com “Há Que Violentar o Sistema” e, no lado B, com “Quero Tudo”. Duas declarações de interesses e de princípios que mostravam que as correntes musicais em Portugal estavam afinal alinhadas com o que se passava fora de portas, ao contrário do que muitas vezes é voz corrente. No entanto, o sucesso tardio do rock progressivo entre nós fez com que bandas cultoras do género coincidissem nos mesmos eventos que as nascentes bandas punk.
Os Aqui d’el Rock eram formados por Alfredo Marvão, por Fernando Gonçalves, por José Carlos Serra e por Óscar Martins e tinham as suas raízes em Lisboa. Ao contrário de um outro grupo também marcadamente punk, os Faíscas (que não viriam no entanto a gravar), as origens sociais dos membros dos Aqui d’el Rock eram bem mais modestas, o que pode ajudar a explicar alguma da “urgência” das suas propostas musicais. Isso mesmo se pode verificar também em “Eu Não Sei" e em “Dedicada (a Quem Nos Rouba)”, os temas do segundo single do grupo, editado em 1979.
Quase trinta anos depois, em 2007, saiu em Itália um EP com as quatro canções publicadas pelos Aqui d'el Rock, provando que o legado histórico do rock português vai conquistando novos adeptos dentro e fora de portas. Também recentemente, os brasileiros Ratos de Porão fizeram uma versão de “Eu Não Sei” e várias bandas portuguesas (como os Speedtrack, os Clockwork Boys e a Patrulha do Purgatório, algumas delas com membros dos Aqui d’el Rock) incluíram as suas leituras dos temas entretanto tornados “clássicos” da primeira leva punk em Portugal. Curiosamente, os elementos do grupo ainda tiveram uma nova encarnação, já no início da década de 1980, com o nome Mau Mau - publicando um único disco, o single “Xangai”, pela etiqueta Rotação, do radialista António Sérgio.
Assim, neste ano de 1978 chega às lojas o single de estreia com “Há Que Violentar o Sistema” e, no lado B, com “Quero Tudo”. Duas declarações de interesses e de princípios que mostravam que as correntes musicais em Portugal estavam afinal alinhadas com o que se passava fora de portas, ao contrário do que muitas vezes é voz corrente. No entanto, o sucesso tardio do rock progressivo entre nós fez com que bandas cultoras do género coincidissem nos mesmos eventos que as nascentes bandas punk.
Os Aqui d’el Rock eram formados por Alfredo Marvão, por Fernando Gonçalves, por José Carlos Serra e por Óscar Martins e tinham as suas raízes em Lisboa. Ao contrário de um outro grupo também marcadamente punk, os Faíscas (que não viriam no entanto a gravar), as origens sociais dos membros dos Aqui d’el Rock eram bem mais modestas, o que pode ajudar a explicar alguma da “urgência” das suas propostas musicais. Isso mesmo se pode verificar também em “Eu Não Sei" e em “Dedicada (a Quem Nos Rouba)”, os temas do segundo single do grupo, editado em 1979.
Quase trinta anos depois, em 2007, saiu em Itália um EP com as quatro canções publicadas pelos Aqui d'el Rock, provando que o legado histórico do rock português vai conquistando novos adeptos dentro e fora de portas. Também recentemente, os brasileiros Ratos de Porão fizeram uma versão de “Eu Não Sei” e várias bandas portuguesas (como os Speedtrack, os Clockwork Boys e a Patrulha do Purgatório, algumas delas com membros dos Aqui d’el Rock) incluíram as suas leituras dos temas entretanto tornados “clássicos” da primeira leva punk em Portugal. Curiosamente, os elementos do grupo ainda tiveram uma nova encarnação, já no início da década de 1980, com o nome Mau Mau - publicando um único disco, o single “Xangai”, pela etiqueta Rotação, do radialista António Sérgio.