ANTÓNIO BERNARDINO por João Carlos Callixto
19 Fev 1978 - "Flores para Coimbra"
Desta vez o “Gramofone” ruma à Lusa Atenas e traz uma das vozes que mais se destacou na geração de 60s da canção coimbrã. Chamou-se António Bernardino e toda a sua produção discográfica em nome próprio se desenrolou ao longo de um período de cinco anos, entre 1966 e 1970. Tendo como referências tanto a voz mais veterana de António Menano como as mais próximas de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira, “Berna” (como ainda hoje muitos dos seus contemporâneos e alguns dos por ele marcados o continuam a tratar) nasceu na localidade de Óis da Ribeira, em Águeda, em 1941, e deixou-nos com 55 anos incompletos, em 1996. Exactamente trinta anos antes, surgem no mercado os seus primeiros discos.
Estávamos então em 1966 e o selo Alvorada, da Rádio Triunfo, foi o que primeiro albergou o cantor. Contando com os músicos António Portugal e Manuel Borralho (nas guitarras portuguesas) e Rui Pato (na guitarra clássica), os dois discos que Bernardino grava para a editora portuense tiveram por título “Fados de Coimbra” e foram gravados no Convento de Salreu. Em termos de reportório, juntavam canções de Menano e de Armando Goes, para além do icónico “O Beijo”, de Ruy Coelho, com poema de Afonso Lopes Vieira.
Seguiu-se pouco depois outra editora portuense, a Ofir, formada mais recentemente e pertencente à Discoteca Santo António. Aqui António Bernardino gravaria os EP’s “Fado Corrido de Coimbra” e “Baladas”, com a divisão temática de reportório patente desde logo nos títulos. Em termos de acompanhamento, só Nuno Guimarães (guitarra portuguesa) estava presente em ambos, tendo a gravação desta vez ocorrido nos Estúdios da RTP do Monte da Virgem, em Vila Nova de Gaia. No primeiro dos EPs, encontramos Manuel Borralho, Jorge Rino e Rui Borralho, contando dois dos fados (“Fado Corrido de Coimbra” e “Fado das Águias”) com arranjo de Rui Pato. Este guitarrista, então acompanhante de José Afonso e de Adriano Correia de Oliveira, é o único instrumentista ao lado de Nuno Guimarães no segundo desses discos gravados para a Ofir. Em termos de letras, e com a única excepção de “O Tempo sem Sombras” (com texto de António Torrado), é também Guimarães que assina a respectiva autoria.
Em termos discográficos, seria precisamente o selo editorial para onde gravavam Zeca e Adriano que se seguiria no percurso de António Bernardino. Na Orfeu, sai então na viragem de 1966 para 1967 novo EP com o título “Fados de Coimbra”, em que é incluída a clássica “Samaritana” que em jovem tinha impressionado Bernardino. António Portugal volta a estar ao seu lado, agora com Francisco Martins e Jorge Moutinho. Ainda nesse ano de 1967, o cantor apresenta-se ao vivo no 3.º Festival de Vilar de Mouros, a 12 de Agosto, integrado no Grupo de Serenatas de Coimbra.
A canção que aqui trazemos, “Flores para Coimbra” (texto de Manuel Alegre e música de Joaquim Fernandes), é a canção-título do único álbum do cantor, editado em 1970 também pela Orfeu – e que teve algumas das suas canções proibidas na Emissora Nacional. Em termos de acompanhamento musical, apenas surge Luís Filipe Roxo no lugar de Moutinho, mas em termos de reportório as mudanças são de monta. António Portugal assina grande parte das músicas, cabendo a Manuel Alegre dez dos onze textos de canções (um deles sendo adaptação do poema “Pra a Habana”, da galega Rosalía de Castro, que nesse mesmo ano conheceu gravação por Adriano Correia de Oliveira mas com versão de José Niza). Estamos perante um clássico reconhecido da canção de Coimbra, com pelo menos três edições em LP e que chegou a ser desdobrado também em EPs, mas que infelizmente nunca foi reeditado em CD.
As imagens que aqui vemos pertencem à série "Coimbra Musical", por onde passaram também vários dos nomes aqui referidos - como António Portugal, José Afonso ou Rui Pato – numa altura em que António Bernardino seguia já carreira profissional em Lisboa, na Universidade Clássica.
Estávamos então em 1966 e o selo Alvorada, da Rádio Triunfo, foi o que primeiro albergou o cantor. Contando com os músicos António Portugal e Manuel Borralho (nas guitarras portuguesas) e Rui Pato (na guitarra clássica), os dois discos que Bernardino grava para a editora portuense tiveram por título “Fados de Coimbra” e foram gravados no Convento de Salreu. Em termos de reportório, juntavam canções de Menano e de Armando Goes, para além do icónico “O Beijo”, de Ruy Coelho, com poema de Afonso Lopes Vieira.
Seguiu-se pouco depois outra editora portuense, a Ofir, formada mais recentemente e pertencente à Discoteca Santo António. Aqui António Bernardino gravaria os EP’s “Fado Corrido de Coimbra” e “Baladas”, com a divisão temática de reportório patente desde logo nos títulos. Em termos de acompanhamento, só Nuno Guimarães (guitarra portuguesa) estava presente em ambos, tendo a gravação desta vez ocorrido nos Estúdios da RTP do Monte da Virgem, em Vila Nova de Gaia. No primeiro dos EPs, encontramos Manuel Borralho, Jorge Rino e Rui Borralho, contando dois dos fados (“Fado Corrido de Coimbra” e “Fado das Águias”) com arranjo de Rui Pato. Este guitarrista, então acompanhante de José Afonso e de Adriano Correia de Oliveira, é o único instrumentista ao lado de Nuno Guimarães no segundo desses discos gravados para a Ofir. Em termos de letras, e com a única excepção de “O Tempo sem Sombras” (com texto de António Torrado), é também Guimarães que assina a respectiva autoria.
Em termos discográficos, seria precisamente o selo editorial para onde gravavam Zeca e Adriano que se seguiria no percurso de António Bernardino. Na Orfeu, sai então na viragem de 1966 para 1967 novo EP com o título “Fados de Coimbra”, em que é incluída a clássica “Samaritana” que em jovem tinha impressionado Bernardino. António Portugal volta a estar ao seu lado, agora com Francisco Martins e Jorge Moutinho. Ainda nesse ano de 1967, o cantor apresenta-se ao vivo no 3.º Festival de Vilar de Mouros, a 12 de Agosto, integrado no Grupo de Serenatas de Coimbra.
A canção que aqui trazemos, “Flores para Coimbra” (texto de Manuel Alegre e música de Joaquim Fernandes), é a canção-título do único álbum do cantor, editado em 1970 também pela Orfeu – e que teve algumas das suas canções proibidas na Emissora Nacional. Em termos de acompanhamento musical, apenas surge Luís Filipe Roxo no lugar de Moutinho, mas em termos de reportório as mudanças são de monta. António Portugal assina grande parte das músicas, cabendo a Manuel Alegre dez dos onze textos de canções (um deles sendo adaptação do poema “Pra a Habana”, da galega Rosalía de Castro, que nesse mesmo ano conheceu gravação por Adriano Correia de Oliveira mas com versão de José Niza). Estamos perante um clássico reconhecido da canção de Coimbra, com pelo menos três edições em LP e que chegou a ser desdobrado também em EPs, mas que infelizmente nunca foi reeditado em CD.
As imagens que aqui vemos pertencem à série "Coimbra Musical", por onde passaram também vários dos nomes aqui referidos - como António Portugal, José Afonso ou Rui Pato – numa altura em que António Bernardino seguia já carreira profissional em Lisboa, na Universidade Clássica.