ALMANAQUE, por João Carlos Callixto
14 Nov 1981 - "Moda das Maçadas"
Os grupos de recolha e recriação de música tradicional portuguesa surgiram em força depois de 1974, tentando demonstrar que a “folclorização” do país promovida pelo Estado Novo não esgotava, antes por vezes distorcia, a realidade musical nesse âmbito. Assim, de Norte a Sul e do país e com maior ou menor protagonismo, esses grupos foram uma verdadeira escola para os seus integrantes e para todos aqueles que assistiam às suas actuações - ou, em casos como os do grupo Almanaque, para quem ouvia os seus discos.
Formado em 1975 no seio da Juventude Musical Portuguesa, em Lisboa, o Almanaque assina com a editora Valentim de Carvalho, participando alguns dos seus elementos três anos depois no álbum “Contos da Barbearia”, da Banda do Casaco. Em 1979, é publicado o álbum de estreia do grupo, "Descantes e Cantaréus" (produzido por Nuno Rodrigues), onde gravam canções como “Pingacho”, “As Armas do Meu Adufe”, “Linda Pastorinha” (de que a Banda do Casaco tinha feito uma versão à sua maneira) ou esta “Moda das Maçadas”, do Douro Litoral. José Alberto Sardinha, José Manuel David e Vítor Reino, que vemos nestas imagens captadas dois anos depois do disco para o programa "Inventário Musical", do maestro Francisco d'Orey, eram então os directores musicais do Almanaque. Entre outros, estão também aqui Ester Correia ou José Moças, que viria a destacar-se no campo editorial como fundador da Tradisom, onde tem publicado registos muitas vezes desconhecidos de nomes maiores da música portuguesa.
Em 1984, no segundo álbum, “Desfiando Cantigas”, encontramos no grupo um jovem Paulo Marinho, num trabalho onde não participa José Manuel David. Seria a despedida da Valentim de Carvalho, assinando o Almanaque pouco depois com a Movieplay, que entretanto adquirira a histórica editora Orfeu. É pois com esse selo que sai em 1986 o álbum “Sementes”, terceiro e último do grupo, e onde José Manuel David regressa ao mesmo, dirigindo-o agora sozinho. No total, estamos perante um legado hoje pouco lembrado, mas onde de certa forma David alicerçou as futuras experiências no seio dos Gaiteiros de Lisboa.
Formado em 1975 no seio da Juventude Musical Portuguesa, em Lisboa, o Almanaque assina com a editora Valentim de Carvalho, participando alguns dos seus elementos três anos depois no álbum “Contos da Barbearia”, da Banda do Casaco. Em 1979, é publicado o álbum de estreia do grupo, "Descantes e Cantaréus" (produzido por Nuno Rodrigues), onde gravam canções como “Pingacho”, “As Armas do Meu Adufe”, “Linda Pastorinha” (de que a Banda do Casaco tinha feito uma versão à sua maneira) ou esta “Moda das Maçadas”, do Douro Litoral. José Alberto Sardinha, José Manuel David e Vítor Reino, que vemos nestas imagens captadas dois anos depois do disco para o programa "Inventário Musical", do maestro Francisco d'Orey, eram então os directores musicais do Almanaque. Entre outros, estão também aqui Ester Correia ou José Moças, que viria a destacar-se no campo editorial como fundador da Tradisom, onde tem publicado registos muitas vezes desconhecidos de nomes maiores da música portuguesa.
Em 1984, no segundo álbum, “Desfiando Cantigas”, encontramos no grupo um jovem Paulo Marinho, num trabalho onde não participa José Manuel David. Seria a despedida da Valentim de Carvalho, assinando o Almanaque pouco depois com a Movieplay, que entretanto adquirira a histórica editora Orfeu. É pois com esse selo que sai em 1986 o álbum “Sementes”, terceiro e último do grupo, e onde José Manuel David regressa ao mesmo, dirigindo-o agora sozinho. No total, estamos perante um legado hoje pouco lembrado, mas onde de certa forma David alicerçou as futuras experiências no seio dos Gaiteiros de Lisboa.