ALICE MARIA, por João Carlos Callixto
6 Ago 1979 - "Avé Maria Fadista"
A história do fado tem muitos segredos e o percurso de Alice Maria, nascida em 1932 e falecida em 2017, é um desses casos. A sua estreia ocorreu na década de 1950, começando desde logo a gravar para a histórica etiqueta Estoril, de Manuel Simões, numa altura de transição de suportes dos “velhinhos” discos de 78 rotações para os novos discos de vinil. Grava músicas de Miguel Ramos ou de Casimiro Ramos (os irmãos Pinóia), como “Seis Palavras” ou “Ao Fim da Jornada”, cabendo a maioria das letras a Linhares Barbosa.
Em 1959, a estreia em disco de vinil dá-se na Valentim de Carvalho, com um EP que abre com “Fado do Meu Sofrer” (letra de Lopes Victor e música de Francisco Carvalhinho). Carvalhinho é precisamente o executante de guitarra portuguesa neste trabalho, que também contou com Martinho d’Assunção na dupla função de músico e autor (de “Lisboa Bairrista”). No disco seguinte, “4 Fados de Amor”, que marcou uma mudança editorial para a Alvorada, a fadista surge com o nome Alice Maria da Conceição e canta três originais do maestro Manuel Viegas. A única excepção no EP é “Folha Caída”, com música de Adelino dos Santos, que a acompanha aqui ao lado de Júlio Gomes.
Só já na segunda metade da década de 60 a fadista voltaria a gravar, primeiro no selo americano Request (onde se estreia em álbum com “Primavera em Portugal”) e logo depois de novo na Alvorada, em EP. Acompanhada pelo Trio Lisboa à Noite (de Martinho d’Assunção, Francisco Carvalhinho e Liberto Conde), este disco traz “Rua sem Lua”, a “Avé Maria Fadista” que aqui recordamos (com letra de Gabriel de Oliveira e música de Francisco Viana), “Sentida Dor É a Saudade” e “Sou Tua”.
Após um último disco gravado na Alvorada, em 1968, Alice Maria estreia-se no mesmo ano na etiqueta Estúdio, de Emílio Mateus, com um EP que incluía “Voltei a Teu Lado” e “Ó Ai, ó Linda” (de Joaquim Pimentel, e que tinha sido sucesso no ano anterior nas vozes de Maria José Villar e de Max). Em 1969, o disco “Alice Maria Canta com Orquestra” traz a colaboração do maestro Rocha Oliveira, que também assina a canção “Não Digas ao Tempo”. A partir de 1973, o formato preferencial de edição de novos trabalhos passa a ser o LP, saindo nesse ano um registo gravado com a Orquestra de Shegundo Galarza.
António Chainho é o produtor de “Saudades” (1977), o primeiro álbum da fadista gravado depois do 25 de Abril e que marcou o regresso à etiqueta Alvorada. Tal como no LP seguinte, “Alice Maria”, de 1979, entre os autores dos textos encontramos nomes como Mascarenhas Barreto, Afonso Lopes Vieira, Fernanda de Castro ou António Aleixo, havendo ainda algumas músicas da própria Alice Maria. E é precisamente nesse ano de 1979 que encontramos a fadista neste “Gramofone”, com imagens do programa “Fado Vadio”, aqui captado na Igreja de Santo Estêvão, em Lisboa.
Em 1959, a estreia em disco de vinil dá-se na Valentim de Carvalho, com um EP que abre com “Fado do Meu Sofrer” (letra de Lopes Victor e música de Francisco Carvalhinho). Carvalhinho é precisamente o executante de guitarra portuguesa neste trabalho, que também contou com Martinho d’Assunção na dupla função de músico e autor (de “Lisboa Bairrista”). No disco seguinte, “4 Fados de Amor”, que marcou uma mudança editorial para a Alvorada, a fadista surge com o nome Alice Maria da Conceição e canta três originais do maestro Manuel Viegas. A única excepção no EP é “Folha Caída”, com música de Adelino dos Santos, que a acompanha aqui ao lado de Júlio Gomes.
Só já na segunda metade da década de 60 a fadista voltaria a gravar, primeiro no selo americano Request (onde se estreia em álbum com “Primavera em Portugal”) e logo depois de novo na Alvorada, em EP. Acompanhada pelo Trio Lisboa à Noite (de Martinho d’Assunção, Francisco Carvalhinho e Liberto Conde), este disco traz “Rua sem Lua”, a “Avé Maria Fadista” que aqui recordamos (com letra de Gabriel de Oliveira e música de Francisco Viana), “Sentida Dor É a Saudade” e “Sou Tua”.
Após um último disco gravado na Alvorada, em 1968, Alice Maria estreia-se no mesmo ano na etiqueta Estúdio, de Emílio Mateus, com um EP que incluía “Voltei a Teu Lado” e “Ó Ai, ó Linda” (de Joaquim Pimentel, e que tinha sido sucesso no ano anterior nas vozes de Maria José Villar e de Max). Em 1969, o disco “Alice Maria Canta com Orquestra” traz a colaboração do maestro Rocha Oliveira, que também assina a canção “Não Digas ao Tempo”. A partir de 1973, o formato preferencial de edição de novos trabalhos passa a ser o LP, saindo nesse ano um registo gravado com a Orquestra de Shegundo Galarza.
António Chainho é o produtor de “Saudades” (1977), o primeiro álbum da fadista gravado depois do 25 de Abril e que marcou o regresso à etiqueta Alvorada. Tal como no LP seguinte, “Alice Maria”, de 1979, entre os autores dos textos encontramos nomes como Mascarenhas Barreto, Afonso Lopes Vieira, Fernanda de Castro ou António Aleixo, havendo ainda algumas músicas da própria Alice Maria. E é precisamente nesse ano de 1979 que encontramos a fadista neste “Gramofone”, com imagens do programa “Fado Vadio”, aqui captado na Igreja de Santo Estêvão, em Lisboa.