ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA por João Carlos Callixto
7 Set 1975 - "Margem Sul (Canção Patuleia)"
No âmbito da música popular portuguesa, o movimento da canção de protesto tem em José Afonso o seu primeiro nome, logo no começo da década de 1960. Mas pouco depois outra voz inquieta surge no nosso panorama artístico: a de Adriano Correia de Oliveira. É ele que recebemos hoje aqui no “Gramofone”.
Tanto Zeca como Adriano eram estudantes de Coimbra, embora de gerações diferentes. Com 19 anos, Adriano começa a sua carreira discográfica em 1961. “Noite de Coimbra”, o primeiro trabalho, ainda sem o seu nome como titular, é gravado ao lado de músicos de primeira água: António Portugal, Eduardo de Melo, Durval Moreirinhas e Jorge Moutinho.
Tal como toda a sua obra, que se estenderia até praticamente à sua morte em 1982, Adriano grava este disco para o selo Orfeu, de Arnaldo Trindade. O editor portuense, que se iniciara nas lides discográficas na segunda metade dos anos 50, foi responsável também pela publicação da quase totalidade da obra de José Afonso, além de ter apostado em muitos outros nomes ligados ao universo dos cantautores, antes e depois da Revolução de Abril de 1974.
“Margem Sul (Canção Patuleia)”, a nossa canção de hoje, foi editada em disco em 1967, num EP preenchido por quatro músicas do próprio Adriano compostas a partir de poemas de António Ferreira Guedes, de Manuel Alegre e de Urbano Tavares Rodrigues. Este último, de ascendência alentejana, tinha então já conhecido as agruras da prisão pela polícia política do regime e tinha igualmente sido afastado da sua actividade lectiva na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Com três álbuns de originais publicados até 1974, Adriano publica precisamente neste ano de 1975 o seu novo LP, de título “Que Nunca Mais”. Aí, era a poesia de Manuel da Fonseca que dominava, não ousando agora pôr de forma mais directa os dedos nas feridas e mostrando a solidariedade com o povo de Espanha, então ainda sob a alçada do regime ditatorial de Francisco Franco.
Neste momento de hoje, captado pela RTP para o programa "Pifelim", não só o som como as imagens nos levam ao “Alentejo dos pobres, reino da desolação”. As reflexões do poeta continuam, em grande medida, ainda hoje actuais – e a voz limpidamente bela de Adriano Correia de Oliveira não as podia servir de melhor forma.
Tanto Zeca como Adriano eram estudantes de Coimbra, embora de gerações diferentes. Com 19 anos, Adriano começa a sua carreira discográfica em 1961. “Noite de Coimbra”, o primeiro trabalho, ainda sem o seu nome como titular, é gravado ao lado de músicos de primeira água: António Portugal, Eduardo de Melo, Durval Moreirinhas e Jorge Moutinho.
Tal como toda a sua obra, que se estenderia até praticamente à sua morte em 1982, Adriano grava este disco para o selo Orfeu, de Arnaldo Trindade. O editor portuense, que se iniciara nas lides discográficas na segunda metade dos anos 50, foi responsável também pela publicação da quase totalidade da obra de José Afonso, além de ter apostado em muitos outros nomes ligados ao universo dos cantautores, antes e depois da Revolução de Abril de 1974.
“Margem Sul (Canção Patuleia)”, a nossa canção de hoje, foi editada em disco em 1967, num EP preenchido por quatro músicas do próprio Adriano compostas a partir de poemas de António Ferreira Guedes, de Manuel Alegre e de Urbano Tavares Rodrigues. Este último, de ascendência alentejana, tinha então já conhecido as agruras da prisão pela polícia política do regime e tinha igualmente sido afastado da sua actividade lectiva na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Com três álbuns de originais publicados até 1974, Adriano publica precisamente neste ano de 1975 o seu novo LP, de título “Que Nunca Mais”. Aí, era a poesia de Manuel da Fonseca que dominava, não ousando agora pôr de forma mais directa os dedos nas feridas e mostrando a solidariedade com o povo de Espanha, então ainda sob a alçada do regime ditatorial de Francisco Franco.
Neste momento de hoje, captado pela RTP para o programa "Pifelim", não só o som como as imagens nos levam ao “Alentejo dos pobres, reino da desolação”. As reflexões do poeta continuam, em grande medida, ainda hoje actuais – e a voz limpidamente bela de Adriano Correia de Oliveira não as podia servir de melhor forma.