ADA DE CASTRO por João Carlos Callixto
5 Abr 1971 - "Se Quiseres Viver Comigo"
Com um percurso no fado de cerca de seis décadas, Ada de Castro é hoje uma das vozes mais experientes do género e dona de uma carreira com uma popularidade alcançada por poucos. Basta dizer que foi dos nomes que mais discos gravou e para várias editoras, contabilizando dezenas de EPs, singles e álbuns de originais, para se aquilatar do seu papel no meio fadista e musical português em geral, especialmente tendo em conta que nas décadas de 1960 e 1970 muito poucos eram os artistas que estavam constantemente a ser disputados pelas editoras discográficas.
A longa e rica carreira de Ada de Castro deu os seus primeiros passos pela mão do selo Alvorada, detido pela firma portuense Rádio Triunfo. Estávamos em 1961 e a fadista permaneceria nessa editora ao longo de quase toda a década. O sucesso veio logo com o trabalho de estreia, que trazia um dos ex-libris da sua obra, "Rosa Caída". Ao seu lado, estavam os guitarristas Fontes Rocha e José Maria Nóbrega, aos quais se viria a juntar Carlos Gonçalves a partir do terceiro disco, “Conta Aberta”, em 1963. Entre os autores novos que escreveram então para a voz de Ada de Castro, destaca-se a cançonetista Zurita de Oliveira, que em 1960 tinha sido pioneira na qualidade de primeira mulher a escrever e a interpretar uma canção em ritmo rock. Para Ada de Castro, esta meia-irmã do actor Camilo de Oliveira usava os seus apelidos Costa de Oliveira e escreveu dez fados que foram gravados em seis EPs entre 1963 e 1967.
Por esta altura, já Ada de Castro tinha gravado três discos para o selo espanhol Marfer, representado em Portugal pela Grande Feira do Disco. Um dos reportórios em que se notabilizaria, o das marchas populares, tinha também sido por si gravado pela primeira vez em 1966, ainda para a Alvorada, num disco dividido com as cançonetistas Alice Amaro e Maria da Glória e com direcção do maestro João Nobre. A Riso & Ritmo, a Estúdio, a Philips e a Valentim de Carvalho foram outras editoras por onde passou entre 1967 e 1975, antes de regressar em finais de 70s à Alvorada. No entanto, em consonância com o que então era tradicional na indústria discográfica nacional, só em 1970 a fadista chega ao seu primeiro álbum de originais. O título era indicativo do prestígio alcançado na primeira década de percurso: “The Best of Fado by Ada de Castro”, uma edição Philips, que juntava fados de Alfredo Marceneiro ou de Pedro Rodrigues mas também originais da popular dupla Eduardo Damas e Manuel Paião ou do maestro Manuel Viegas.
O momento de hoje no “Gramofone” é oriundo do programa da RTP "Um Dia com...", onde Ada de Castro é acompanhada pelas guitarras de António Chainho e de José Maria Nóbrega. “Se Quiseres Viver Comigo” tem letra de Lopes Victor e música do guitarrista Francisco Carvalhinho e tinha sido originalmente publicada em disco em 1969, num EP do selo Estúdio, do empresário Emílio Mateus. Por estas alturas, Ada de Castro grava originais do cantautor Vieira da Silva e, entre 1974 e 1977, é a voz privilegiada da compositor Elvira de Freitas, filha do maestro Frederico de Freitas. Muitas e muitas histórias bem distintas de um talento que a Casa da Imprensa reconheceu em 1967 como um dos dois fadistas do ano – sendo o outro Carlos do Carmo. Vénias para ela!
A longa e rica carreira de Ada de Castro deu os seus primeiros passos pela mão do selo Alvorada, detido pela firma portuense Rádio Triunfo. Estávamos em 1961 e a fadista permaneceria nessa editora ao longo de quase toda a década. O sucesso veio logo com o trabalho de estreia, que trazia um dos ex-libris da sua obra, "Rosa Caída". Ao seu lado, estavam os guitarristas Fontes Rocha e José Maria Nóbrega, aos quais se viria a juntar Carlos Gonçalves a partir do terceiro disco, “Conta Aberta”, em 1963. Entre os autores novos que escreveram então para a voz de Ada de Castro, destaca-se a cançonetista Zurita de Oliveira, que em 1960 tinha sido pioneira na qualidade de primeira mulher a escrever e a interpretar uma canção em ritmo rock. Para Ada de Castro, esta meia-irmã do actor Camilo de Oliveira usava os seus apelidos Costa de Oliveira e escreveu dez fados que foram gravados em seis EPs entre 1963 e 1967.
Por esta altura, já Ada de Castro tinha gravado três discos para o selo espanhol Marfer, representado em Portugal pela Grande Feira do Disco. Um dos reportórios em que se notabilizaria, o das marchas populares, tinha também sido por si gravado pela primeira vez em 1966, ainda para a Alvorada, num disco dividido com as cançonetistas Alice Amaro e Maria da Glória e com direcção do maestro João Nobre. A Riso & Ritmo, a Estúdio, a Philips e a Valentim de Carvalho foram outras editoras por onde passou entre 1967 e 1975, antes de regressar em finais de 70s à Alvorada. No entanto, em consonância com o que então era tradicional na indústria discográfica nacional, só em 1970 a fadista chega ao seu primeiro álbum de originais. O título era indicativo do prestígio alcançado na primeira década de percurso: “The Best of Fado by Ada de Castro”, uma edição Philips, que juntava fados de Alfredo Marceneiro ou de Pedro Rodrigues mas também originais da popular dupla Eduardo Damas e Manuel Paião ou do maestro Manuel Viegas.
O momento de hoje no “Gramofone” é oriundo do programa da RTP "Um Dia com...", onde Ada de Castro é acompanhada pelas guitarras de António Chainho e de José Maria Nóbrega. “Se Quiseres Viver Comigo” tem letra de Lopes Victor e música do guitarrista Francisco Carvalhinho e tinha sido originalmente publicada em disco em 1969, num EP do selo Estúdio, do empresário Emílio Mateus. Por estas alturas, Ada de Castro grava originais do cantautor Vieira da Silva e, entre 1974 e 1977, é a voz privilegiada da compositor Elvira de Freitas, filha do maestro Frederico de Freitas. Muitas e muitas histórias bem distintas de um talento que a Casa da Imprensa reconheceu em 1967 como um dos dois fadistas do ano – sendo o outro Carlos do Carmo. Vénias para ela!