Após décadas de polémica, o projecto da barragem do Alqueva é hoje uma realidade.
No próximo Inverno iniciar-se-à o enchimento da barragem e estará criado, em Portugal, o maior lago artificial da Europa. A água é um bem cada vez mais precioso em torno da bacia mediterrânica e o Alqueva será uma reserva estratégica de água que, de acordo com os projectos iniciais, permitirá relançar a agricultura do Alentejo, com regadios mais produtivos e rentáveis.
Mas o projecto tem um preço: "habitats" únicos ficarão submersos; muitas espécies da rica fauna que ali existe só poderão sobreviver se forem apoiadas e se se adaptarem às novas circunstâncias; com o enchimento da barragem à cota 152 serão cortadas um milhão e quinhentas mil árvores. Por isso os ambientalistas defendem o enchimento faseado do Alqueva e para já que se estabilize o nível das águas à cota 139.
Os repórteres Mário Lino e Rui Alves visitaram os ecossistemas que ficarão submersos, acompanharam os ambientalistas, interrogaram-se sobre a exploração turística das ilhas do Alqueva. E dizemos, também, adeus às gravuras rupestres recentemente encontradas e que será a água a preservar para o futuro.