Teotónio, estudante de Direito, foi dos primeiros a chegar à António Maria Cardoso, onde a PIDE-DGS levanta barricadas e decide resistir. Os tiros disparados pela hora de almoço não assustam Teotónio nem Rodolfo, seu amigo e colega de faculdade. Na verdade, até acabam por atrair mais pessoas. E cedo a sede da polícia política estará cercada por uma multidão. Pelas 21h, já o regime caiu, mas a PIDE desesperada não. Abrem fogo provocando pânico e chacina: quatro pessoas morrem, 45 são feridas. Uma delas Catarina, a grávida, que Rodolfo ajuda a levantar. Teotónio reconhece um indivíduo que consegue fugir da sede no meio da confusão. Rodolfo ajuda o amigo a evitar que este agente da PIDE seja linchado pelos populares. Acabam por invadir a casa de Marília, que nem imagina que terá uma noite inteira de suspense pela frente. Teotónio reconhece Cabral como um dos agentes que atiraram a matar, cerca de um ano antes, sobre estudantes antirregime secretamente reunidos. Sabe ainda que ele foi um dos responsáveis por, nos dias seguintes, a PIDE ter impedido o funeral condigno de um colega assassinado. Rodolfo hesita. Teotónio quer vingança. Cabral implora, alega que se limitou a seguir ordens. Marília segue os desenvolvimentos fora daquelas quatro paredes através da rádio, enquanto faz um curativo ao agente Cabral. Rompe o dia 26. Rodolfo desistiu. Marília adormeceu. Teotónio tem de escolher: ou se transforma no monstro que odeia ou deixa-o ir, e com ele a raiva e o ódio acumulados. 50 anos depois hão de cruzar-se uma última vez.