Ep. 44 08 Nov 2024
Esta semana estão no Causa e Efeito: Abílio Neto, Sheila Khan, Marta Araújo, Cássimo Manuel Jamal, Rebeca Helena André, Inocência Mata e Vânia Gala.
Independentemente da corrente que defende que foram os movimentos de libertação em África a impulsionar o 25 de abril ou os que defendem que a revolução em Portugal proporcionou a independência das ex-colónias, certo é que os dois acontecimentos estão interligados.
Nestes 50 anos do 25 de Abril, todos os presidentes da República dos países africanos de língua portuguesa marcaram presença nas comemorações. Numa cerimónia no Centro Cultural de Belém houve discursos embalados pela assunção na véspera por parte do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa de que é preciso fazer-se uma reparação histórica pelo colonialismo e a escravatura. Para analisarmos estes discursos e o momento histórico participam neste Causa e Efeito, o comentador Abílio Neto e a professora universitária Sheila Khan.
O combate ao racismo passa pela educação e pela maneira como é ensinado o passado esclavagista e colonial nas salas de aula. Em Portugal, vários professores e investigadores têm reclamado a reformulação dos manuais escolares que ainda silenciam a natureza violenta do colonialismo. Nos PALOP, o ensino da história no pós-independência variou muitas vezes em função dos objetivos políticos. Analisamos as realidades em Portugal, Moçambique e Angola com Marta Araújo (investigadora principal do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra; Cássimo Manuel Jamal, professor da Universidade de Licungo em Moçambique; e também Rebeca Helena André, vice-reitora Universidade Gregório Semedo, em Angola.
A revisão do passado colonial faz-se também através das artes. Artistas africanos e afrodescendentes têm questionado as narrativas históricas predominantes, dando voz, corpo e matéria às perspetivas dos povos colonizados. Analisamos com Inocência Mata (professora e ensaísta) e Vânia Gala (coreógrafa e investigadora).