José Tomás de Sousa Martins : Cientista. Académico. Médico. Santo ? A combinação parece ser estranha, mas a História tem vindo a consagrar Sousa Martins como o maior ícone milagreiro a seguir a Fátima. São muitas as pessoas que acreditam que este homem laico, progressista e de ideias avançadas tinha demasiada generosidade para que a própria morte o impedisse de continuar a tratar dos pobres...
Um dos maiores cérebros do seu tempo, Sousa Martins nunca se cansou de criticar sem contemplações toda a espécie de charlatães. Não suportava curandeiros e desdenhava da homeopatia - comparava este tipo de práticas às doenças que combatia diariamente.
Acreditava na Igualdade e na Fraternidade mas, mais que isso, assumia estes valores como regras de conduta.
Foi por isso que correu o país a tratar das pessoas que sofriam. Não o fazia em busca de riquezas ou de louros, mas sim porque era preciso. Trabalhava de graça. Se fosse preciso, chegava a dar dinheiro aos mais pobres para poderem pagar os medicamentos que lhes receitava... Enfim, um Santo Homem.
As grandes ironias ...
Por causa da vida que levou, Sousa Martins acabaria por ver a morte pregar-lhe uma grande partida: Sousa Martins não se via como um Santo. Não era adepto do divino, mas sim do humano. Nunca quis estátuas nem louvores, mas sim a aposta na Ciência e na instrução...
Mas este materialista tornou-se, sem querer, uma espécie de mártir. Provavelmente, se pudesse assistir a tudo isto, Sousa Martins não aprovaria as práticas que se desenvolveram à sombra do seu nome.
É preciso ter ... paciência de Santo.