20 Jan 2023
A junta militar que governa o Mali acusou a França de "violações flagrantes da soberania" do país. E justificou, assim, a denúncia dos acordos militares que previam a presença das forças francesas e europeias em território maliano. A decisão surge num momento de forte tensão diplomática entre os dois países, marcada pelo adiamento das eleições livres no Mali, pela retirada das tropas francesas daquele território e ainda pela denúncia da chegada ao país de mercenários do grupo Wagner. O chefe da diplomacia da Rússia confirmou a presença da empresa paramilitar privada no Mali, recusando, no entanto, qualquer ligação ao Estado russo. Para perceber os novos cenários que poderão trazer esta perda de influência francesa no Mali, temos Régio Conrado (docente de Ciência Política da Universidade de Bordéus) e Jonuel Gonçalves (analista e investigador do ISCTE-UIL).
De visita ao Senegal, Níger e Nigéria, o secretário-geral da ONU afirmou, esta semana, que a região do Sahel é uma "prioridade absoluta" para as Nações Unidas.
No Níger, o país mais pobre do mundo, António Guterres pediu mais recursos para o combate ao terrorismo naquela região, mas também para enfrentar as alterações climáticas e apoiar a transição energética daqueles países, onde a violência e a fome continuam a alastrar. A situação de instabilidade vivida na região do Sahel foi agravada pelos golpes de Estado no Mali, Burkina Faso e Guiné Conacri. Para um balanço desta visita, contamos com Tiago André Lopes, professor de Estudos Africanos da Universidade Portucalense.
Moçambique vai ter uma nova lei para regular o registo e a atividade das confissões religiosas. De acordo com o Governo, a proposta de reforma submetida ao Parlamento, pretende "trazer ordem ao setor", num país que conta já com 900 confissões religiosas registadas. Se a reforma for aprovada, passa a ser necessário 500 fiéis e 2000 assinaturas para legalizar uma igreja. No entanto, é o pagamento de impostos que está a gerar inquietação entre várias congregações. A Reverenda Felicidade Chirinda; o Diretor Nacional de Assuntos Religiosos, Albachir Macassar e o Presidente da Associação Moçambicana dos Advogados Cristãos, Sérgio Massinga comentam a nova proposta de lei.
Pedro Cruz e João Doce são autores e realizadores de um documentário sobre o acolhimento e integração de refugiados na cidade de Coimbra. "My heart is there, my body is here" é uma coprodução da Universidade de Coimbra com a cooperativa Propella.
Na opinião da semana, Inês de Sousa Real, deputada da Assembleia da República Portuguesa, fala da necessidade de reforçar o combate à mutilação genital feminina, através essencialmente da educação e sensibilização.