"Em Portugal, representava-se a felicidade, para que Deus acreditasse nela." Saint-Exupéry. A 1 de Dezembro de 1939, estala o conflito entre as ideologias fascistas e as democracias europeias. Hitler ataca a Polónia, e a Inglaterra e a França declaram-lhe guerra. É o início da Segunda Guerra Mundial. Em Lisboa, Salazar é um homem dividido entre a Espanha franquista e a velha aliada, a Inglaterra democrática. A sua preocupação é preservar o regime e manter o Império. Qualquer pequeno descuido pode pôr em perigo o Estado Novo ou a própria independência nacional. A neutralidade surge assim como forma ideal de garantir os objectivos estratégicos da política externa portuguesa. Logo no dia 1 de Setembro, Salazar emite uma nota oficiosa a declarar que a aliança com a Inglaterra não obriga Portugal a entrar na guerra. Essa posição tinha sido, aliás, acordada com a Inglaterra, que não pretendia arrastar Portugal para o campo dos beligerantes, preferindo facilidades na guerra económica e no uso de bases nos Açores, sem que fosse posta em causa a neutralidade portuguesa. Mas em 1940 o país viveu momentos angustiosos, perante a ameaça de invasão da Península. As forças de Hitler estacionadas nos Pirinéus estavam preparadas para invadir Portugal, 48 horas depois de atravessarem a fronteira espanhola. E o elevado número de fugitivos que nos meses de Maio e Junho procuraram aqui refúgio podia ser um pretexto para Hitler. Neutral, Portugal não deixou por isso de sentir consequências do conflito, ao nível social, político e económico. Disso nos falam historiadores e testemunhas da época. Jornalista. Fernanda Bizarro Consultor Científico: António Telo