Passados os primeiros acertos sociais e políticos de um velho país à procura da nova democracia iniciada em Abril de 1974, Portugal começava em 1985 o tempo dos grandes consensos eleitorais. Os maiores partidos, o PSD (Partido Social Democrata) e o PS (Partido Socialista) polarizavam a sociedade portuguesa. Em 1986, Mário Soares, dirigente histórico do PS, recolhe 51.8% dos votos nas eleições presidenciais. No ano seguinte, o PSD alcança a maioria absoluta nas eleições legislativas, com 50.4% dos votos expressos.
A integração europeia e as políticas de desenvolvimento económico começavam a render alguns frutos, colhidos agora, em grande parte, pelos estratos ascendentes de uma renovada classe média. As mudanças e o significado profundo de alguns desacertos, geravam no entanto a polémica. Os partidos minoritários criticavam, à direita, a Europa comunitária e a perda de identidade nacional; à esquerda, as desigualdades e a exclusão social. Mas as maiorias iriam continuar. Em 1995 o Partido Socialista alcançava uma maioria relativa para um período de quatro anos. O discurso político apontava a estabilidade e o consenso como as preocupações centrais. Estavam já longe os dias de Revolução.
Jornalistas: Ana Leal e António Alfaiate
Conselheiro Científico: Professor-Doutor António Telo