Portugal entra no século XX mergulhado numa profunda crise política, económica e social. O regime monárquico ficou fortemente abalado com as cedências que se viu obrigado a fazer perante o Ultimato britânico de 1890.
Uma verdadeira onda de contestação e de patriotismo ferido varreu então todo o país. É na sequência destes acontecimentos que, a 31 de Janeiro de 1891, surge a primeira tentativa para derrubar a Monarquia. O rei D. Carlos sobrevive-lhe, mas já não consegue travar a ascensão do Partido Republicano, sobretudo nas cidades, onde o eleitorado duplica em 20 anos.
As duas décadas que medeiam entre o Ultimato e a implantação da Republica em Portugal são marcadas por uma luta constante pelo poder entre as forças monárquicas e as republicanas. Uns e outros arregimentam os aliados possíveis: os monárquicos, a Igreja; os republicanos, o operariado. Uns e outros recorrem a todos os meios ao seu alcance.É neste contexto de ruptura social que vai ocorrer a tragédia do Regicídio.
Jornalista: Margarida Metello
Conselheiro científico: Professor-Doutor António Telo