Do contencioso às demissões
Ep. 10 18 Mai 2017
Em 1978 os dirigentes do PPD Madeira entenderam ser o momento de Ornelas Camacho, primeiro presidente do governo regional da Madeira, ceder lugar a Alberto João Jardim. A decisão é justificada com a necessidade de imprimir uma nova dinâmica na sociedade, na economia e de fazer obra.
A 17 de março de 1978 Alberto João Jardim assume a presidência do Governo Regional da Madeira. Ornelas Camacho mantém-se no executivo mas como Secretário Regional do Equipamento Social.
O então Presidente da República, Ramalho Eanes, não gostou mas a Constituição da República, muito limitativa, não lhe permitiu dissolver o parlamento madeirense.
O jovem político de 35 anos chega à presidência com a vontade de desenvolver a Madeira e de pacificar a sociedade madeirense.
Para tal começa por pedir aos dirigentes da FLAMA, Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira, para acabarem com os ataques bombistas, e como contrapartida garante que vai, ele próprio, lutar por mais autonomia. Já a pensar no desenvolvimento económico, Alberto João Jardim solicita ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil propostas para a construção de infraestruturas essenciais ao desenvolvimento do arquipélago.
No plano político, pede ao primeiro-ministro Mário Soares um Programa de Concretização da Autonomia. A 19 de junho de 1978 Soares reúne-se com Jardim no Funchal mas este foi um encontro de conclusões bastante generalistas e vagas.
Sá Carneiro estava desgostoso com estado em que se encontrava o país e desafia Jardim a espicaçar Ramalho Eanes. Em causa a governação de Mário Soares. A 23 de julho de 1978, num comício no Paul da Serra, Jardim afirma a alta voz que as Forças Armadas "se efeminizaram e não têm coragem para reconhecerem que os homens do Conselho da Revolução não foram eleitos. Perderam a masculinidade." Francisco Sá Carneiro entende que o líder madeirense foi longe demais e demarca-se das afirmações. As palavras proferidas no comício do PPD Madeira levaram Mário Soares a pedir a demissão do governante madeirense e motivaram vários pedidos de explicações junto do Presidente da República. Ramalho Eanes admite que teve muitas dificuldades em dar explicações mas entende não ser razão suficiente para demitir Alberto João Jardim.
Ainda neste ano Jardim exige um aeroporto intercontinental, exigências que chegam à Assembleia da República, onde a partir de agora os deputados eleitos pela região passam a fazer uma espécie de "chantagem" sempre que havia a necessidade de reivindicar interesses da Madeira.
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