Do contencioso às demissões
Ep. 10 18 Mai 2017
Os últimos 10 anos da governação de Alberto João Jardim são marcados por duas demissões. A primeira na sequência de um contencioso com o governo de José Sócrates, por causa da Lei das Finanças Regionais, e a segunda na após as eleições internas para a liderança do PSD Madeira.
A "guerra" com o governo da república começa em 2006 quando o conselho de Ministros aprova uma nova Lei das Finanças Regionais. Quase todos, na região, consideram que a Madeira é discriminada perante os Açores. O então primeiro-ministro assim não entende e fala de uma lei mais justa. Em dezembro de 2006 Jardim ameaça demitir-se o que só veio a acontecer a 19 de fevereiro de 2007. O Representante da República para a Madeira, Monteiro Diniz, ainda tenta uma solução governativa que não passe pela dissolução da Assembleia Legislativa da Madeira, mas o líder madeirense mantém o "braço de ferro".
Jardim provoca eleições antecipadas e volta a vencer. Legitimado pelo voto popular vê José Sócrates perder a maioria absoluta na Assembleia da República nas eleições de 2009. Foi a oportunidade para fazer vingar uma alteração à Lei das Finanças Regionais, aprovada no início de fevereiro de 2010, apenas com os votos contra do PS. José Sócrates não gostou e admitiu também demitir-se.
O entendimento entre os dois governos acaba por acontecer no final desse mesmo mês e a reboque de uma calamidade. Perante as enxurradas do 20 de fevereiro, José Sócrates não teve dúvidas de que a Madeira precisava da solidariedade do Estado e acerta com o Alberto João Jardim a "Lei de Meios", para recuperar a região dos danos materiais provocados pela aluvião.
A 8 de Janeiro de 2011 Alberto João Jardim sofre um enfarte agudo do miocárdio. Os médicos optam por uma intervenção cirúrgica de urgência.
Entretanto em março José Sócrates demite-se devido à rejeição do Programa de Estabilidade e Crescimento. Com o Pedro Passos Coelho, o líder madeirense não consegue um melhor entendimento. Em plena campanha para as eleições regionais de 2011 é descoberto um buraco financeiro de 1.100 milhões de euros e fica-se a saber que a Madeira tem uma dívida a rondar os 6.300 milhões de euros. O então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho força a assinatura de um Plano de Ajustamento Económico e Financeiro no valor de 1.500 milhões de euros. Jardim refere-se a este acordo como um "ultimato".
Em 2012 acontecem as primeiras eleições internas para o PSD Madeira. Miguel Albuquerque, presidente da câmara do Funchal, desafia Alberto João Jardim. O líder mantém-se mas vence por uma margem reduzida, com 53_ dos votos de cerca de 3 mil militantes.
A partir daí o PSD Madeira nunca mais foi o mesmo. Em Setembro de 2013 o PSD perde 7 das 11 câmaras da Madeira. Jardim considera que houve traição e avança com um processo de expulsão de militantes.
Em 2014 Jardim anuncia que não vai ser candidato às segundas eleições internas do PSD-Madeira. É o primeiro sinal de afastamento da política ativa do líder madeirense. Com seis candidatos, tudo é decidido numa segunda volta. A 29 de dezembro de 2014 Miguel Albuquerque é eleito presidente do PSD Madeira. Alberto João Jardim demite-se a 12 de Janeiro de 2015 e força a realização de eleições antecipadas. Mantém-se em funções até ao dia 20 de abril.
Quando todos pensavam ser o adeus definitivo à política ativa Jardim surpreende e apresenta "A Tomada da Bastilha"; um documento orientador de uma possível candidatura à Presidência da República. Acaba por abandonar a ideia a 15 de outubro, quando diz, em conferência de imprensa, que "decidi não protagonizar "quixotismos" nas Eleições Presidenciais apesar de só na Madeira, em menos de 3 meses de verão, ter reunido o volume necessário de apoios para apresentar a candidatura".
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