Em 1903 Cabo Verde viveu momentos de seca e fome que atingiram elevadas proporções e provocaram milhares de mortes. Como alternativa, com escassa mão-de-obra nas roças, milhares de cabo-verdianos foram contratados e seguiram para São Tomé e Príncipe no porão dos barcos, em condições deploráveis. Com a independência de São Tomé e Príncipe muitas das empresas agrícolas foram abandonadas. As roças, que eram a base da economia das ilhas, foram nacionalizadas em 1975 e, muito rapidamente entraram em fase de decadência. Centenas de ex-contratados cabo-verdianos, sem condições para regressarem ao seu País, permaneceram em São Tomé, numa situação cada vez mais precária. A partir de relatos de sobreviventes, São Tomé e Príncipe - minha terra, minha mãe, minha madrasta, recorda-nos um passado brutal de décadas de exploração e escravatura.