Ep. 13 09 Jun 2016
O crítico americano Hal Foster afirmou que "Vivemos todos numa economia política do design em que tudo, desde os genes aos jeans, e todos independentemente da classe ou situação social estão sujeitos ao design." (Design and Crime, Verso, 2002). Porque é que a palavra design tem tanta importância no discurso da cultura contemporânea é o que temos tentado perceber neste programa. Neste episódio nº 12 abordam-se as relações entre arte e design. Tem sido crescente o número de curadores contemporâneos que procuram privilegiar as relações entre arte e arquitetura ou entre arte e design. Delfim Sardo, autor das primeiras reflexões sobre curadoria em design, foi o curador de duas importantes exposições que relacionaram arte e design. Os próprios artistas plásticos dedicaram-se à criação de mobiliário e objetos, numa diluição de fronteiras do próprio design, destacando-se neste domínio o contributo de Francisco Rocha, Cristina Ataíde e José Pedro Croft. Estes dois últimos já tinham fundado em 1986 em Alenquer a empresa MADE IN que se dedicava à transformação de mármore e rochas ornamentais em peças que faziam a ponte entre o design e a escultura.
O filósofo Vilém Flusser referiu num ensaio dos anos 90 que "Na vida contemporânea design indica mais ou menos o sítio onde arte e tecnologia aparecem no mesmo patamar contribuindo para uma nova forma de cultura." É assim que se posiciona a reconhecida artista portuguesa Joana Vasconcelos.
Para esta artista o campo do design é uma fonte de apropriação susceptível de ser integrada no campo actual da criação artística.
No design de comunicação visita a dois estúdios a norte: This is Pacifica e o estúdio DROP do designer João Faria.
Destaque também para o trabalho que a designer Vera Tavares tem realizado para a editora Tinta da China. Obras que se destacam não só pela sua irreverência literária mas também pela qualidade do seu design gráfico. Na ilustração revelamos o trabalho de dois dos mais talentosos ilustradores nacionais: Mariana, a Miserável e André da Loba.
Gonçalo Prudêncio é um dos nomes a ter em conta quando se fala de design de produto, mobiliário e interiores. A sua marca é: GPOD - Gonçalo Prudêncio Office for design. Tudo o que faz é produzido em Sintra e a matéria prima é 100 por cento nacional.
O banco Munge é um dos seus produtos mais bem sucedidos e é uma das peças de mobiliário dos apartamentos The Lisbonaire no centro de Lisboa, entre tantos outros espaços públicos de norte a sul do país, que acolhem peças desenhadas por
Gonçalo Prudêncio.
Espaços como a Galeria Zé dos Bois no Bairro Alto asseguraram um espaço importante de criação e afirmação de designers mais posicionados para o sector cultural. Uma das referências no design gráfico português - o estúdio Barbara Says é um dos projetos associados à historia de comunicação da ZDB.
Antonio Silveira Gomes e Cláudia Castelo são o núcleo duro deste estúdio que foi fundado em 1996 por José Albergaria e Nuno Horta Santos. Atualmente José Albergaria vive e trabalha em Paris, onde tem o estúdio Change is Good que assina algum do melhor design que circula hoje pela capita francesa e que vai estar também em destaque neste episódio do Design PT.