Mário chega ao consultório de Graça cumprimentam-se, Graça acha que Mário está ansioso, este diz-lhe que está sempre a ir à casa de banho e quando lá está fica à espera e nada acontece, deve ser um problema urinário, já foi ao médico e está a melhorar, irónico Mário pergunta se acha ser psicossomático, a cabeça diz uma coisa, o corpo diz outra, e os problemas manifestam-se através duma enfermidade física, levanta-se para ir à casa de banho. Já sentados, Graça pergunta-lhe se está zangado, diz-lhe que sim, mas com ele próprio, por ter seguido o seu conselho, mesmo sabendo que estava errado parecia um estagiário, propôs a Laura o fim das sessões e aconteceu tudo ao contrário o que destruiu um ano de terapia, pois ela pensou que queria acabar com a terapia, por estar apaixonado por ela. Graça questiona de que forma é que ele lhe pôs a questão. Mário começa por dizer que Laura chegou tarde à consulta, estava zangada e com dúvidas em relação à terapia e perguntou, se ela era a primeira paciente a apaixonar-se pelo terapeuta e que se ele era um terapeuta experiente, lidasse com isso. Graça, diz que ele colocou o ónus do lado dela, ela devolveu-lho, com firmeza diz-lhe que já não é estagiário à muito tempo, se pensou, que algo era má ideia, não o devia fazer, quando sugeriu interromper a terapia ficou furioso, dizendo que estava a tentar roubar-lhe a paciente, dois dias depois quer interromper a terapia de forma abrupta, Mário refere que esta terá dito que acabar a terapia seria o melhor a fazer, Graça reformula disse que podia ser necessário para o bem dela e parece que ele, fala ser o melhor para resolver os seus problemas, Mário impaciente pergunta o que é que ela pretende, quer que fale de Laura, que se encontra em negação, acha que não, pois Laura à uma mulher bonita e que conhece todas as portas dela que as podia abrir, fantasia com ela e faz a comparação com um ginecologista homem, que as mulheres pensam que não têm qualquer desejo por elas, mas querem que ache o seu corpo atraente. Este conta que foi ao urologista e estava tanto frio no consultório que o seu pénis encolheu e não queria que o médico pensasse que aquele era o seu tamanho normal, riem, o que ele pretende dizer é que um terapeuta sentado à frente de uma mulher lindíssima sabe o que fazer para a seduzir para a estimular, duvida ser só os terapeutas homens a que isso passe pela cabeça, Graça salienta que o que a preocupa é que ele tem as suas fronteiras e essa mulher também sabe como atravessa-las, diz não ter problema por falar com a Laura, mas ao puxar o assunto só se fala em genitais. Mário desapontado, conta que aprecia a forma analítica de Graça ver de fora, mas não estava á espera que desistisse dele, e foi o que se passou ou dizer para arranjar outro terapeuta para Laura, sugerindo um caminho que ele seguiu e que falhou, mas ela quem falhou foi ele. Graça, para ela, este conduz a terapia de forma impulsiva, desorganizada e problemática e sempre que ela tenta abordar o assunto este liberta uma agressividade como se dissesse, essa área está fora do teu campo de ação, Mário propõe falar de Laura , pergunta se ela se lembra de Alexandre, o tal atirador, enganou-se no dia da semana e esbarrou com a Laura que estava a sair da consulta, ele voltou no dia seguinte e contou-lhe que se tinham conhecido e que agora andam, Graça solta uma gargalhada, Mário surpreendido pergunta o que tem de engraçado e Graça contêm-se. continua, conta que Laura fez isso para o atingir sabe que Alexandre lhe contou, rejeitou-a e no momento seguinte ela faz-se, ao primeiro homem que aparece. Graça contextualiza, porque se sente ele o homem traído, não é o noivo, ou talvez a transferência se tenha desvanecido e ela estivesse a vê-lo outra vez como terapeuta, qual seria a pior situação, às vezes, ajudar um paciente a ver o mundo diferente, pode ser uma experiência poderosa e viciante. Mário afirma ser poderosa porque contribui para o bem-estar de alguém.