Graça está sentada à secretária a escrever no portátil, quando o telefone toca, atende, e pede para não voltarem a ligar, explicando que quem procuram morreu há um ano, desliga a chamada, tenta voltar a escrever, não conseguindo, faz esforço para não chorar. Á porta do consultório de Graça, Mário fala com a Ana ao telefone, desliga e já no sofá conta a Graça que Catarina tem outro homem e que esta lhe contou os pormenores todos da relação, acha que o mundo está a conspirar contra ele, os pacientes, a família e fala com a ela, dos casos que acompanha, o policia que se separou da mulher, a adolescente que tem um caso com o treinador a filha que pode ter sexo com um toxicodependente a Catarina, mostra-se baralhado e descontextualizado. Graça, põe um ponto de ordem na conversa, propõe começarem a falar de Catarina pergunta se ela lhe disse o que deviam fazer a seguir, este diz que não, estando a bola do seu lado pois a Catarina contou com pormenores sórdidos a sua relação com o amante, equiparado a um filme pornográfico. Mário desabafa, sentia que para a Catarina o sexo era intimidade não havendo nada de sórdido, sexo era velas, massagens, sensação de segurança, mas afinal o que ela queria mesmo era o seu próprio filme pornográfico o que está a ter agora, mostra-se Mário zangado com a palavra intimidade. Graça acha que Mário já sabia de tudo quando pediu pormenores a Catarina, pois na outra sessão, este referiu ter quase a certeza da infidelidade de Catarina, concordando, Mário pensava ser mais fácil, existem milhares de formas para lidar com os problemas. Mário funga, toma um anti-histamínico e aproveita para mudar de assunto, fala do casal da sessão de ontem, a mulher teve um aborto espontâneo em pleno consultório e tudo o que se passou a seguir incluindo a entrada da Catarina, quando este estava a tentar limpar o sangue, que terá sido o começo da discussão e Graça ironiza, semana atribulada, e o ultimato de duas mulheres Laura e Catarina, Mário retifica terem sido três contando com o dela, visto que na semana passada este a ter ofendido, retirando agora o que disse em tom de desculpa. Graça volta ao assunto Catarina, questionando se esta não será uma parede entre ele e a atração pelas suas pacientes, este contrapõe que atração não é problema e cita diversos psicólogos para se sentir confortável, uma vez todos dizerem que a atração é inevitável, Graça confronta-o com os seus sentimentos por Laura, se ele não quer que ela deite a parede abaixo, Mário foge ao assunto de cada vez que Graça tenta ir mais fundo, Laura
vai casar-se, é assunto encerrado, se alguém quer deitar paredes abaixo é a Catarina porque detesta o consultório, por não saber o que lá se passa e tenta apoderar-se dele, mas Mário não deixa, salientando que já houve alturas em que falava dos pacientes sem mencionar nomes, mas sim tipos de patologias, até que Pedro então com dez anos o colocou em check perante um paciente. Graça continua a achar que Mário tem uma atração sexual por Laura e este conta-lhe o episódio da casa de banho avariada, no seu consultório, Laura tenta irromper pela sua casa á procura da casa de banho e este terá ficado em pânico, pois ao passar porta do consultório ela poderia ver onde este vive e cruzar-se com a Catarina. Graça pergunta-lhe se já teria acontecido outra situação idêntica, Mário conta o episódio de Sofia quando chegou toda encharcada e este pediu á Catarina para arranjar uma roupa de Joaninha para lhe emprestar e não teve problema com isso, mas com Laura era diferente retorquiu a terapeuta, pergunta se este falou com Laura sobre a semana passada, Mário confessa que sim e que esta lhe disse que ia casar com o André, por que ele não a quis, Graça pergunta, existiria alguma possibilidade de essa relação acontecer, responde que ficou lisonjeado com a proposta, mas em hipótese alguma isso podia acontecer, há limites que não podem ser ultrapassados.